quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Abstracto em cores pastel


De vez em quando gosto de experimentar algo que desconheço. E hoje foi o que fiz. Dividi a tela em partes e resolvi experimentar cores pastel bastante diluídas em cada uma delas, obtendo um resultado que me agradou pela imprecisão e tonalidades pálidas.

É uma espécie de sonho...de imaterialidade...ausência de violência e de sentir....imprecisão...poema....




Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes