
É preciso talento, imaginação, competência e humildade.
Não gosto muito de literatura portuguesa, da que está hoje em dia nos escaparates, talvez porque me parece que a pequenez do país se reflecte também na pobreza dos enredos e frivolidade dos sentimentos.
É claro que há excepções e escritores internacionalmente reconhecidos, mas não há muitos que apelem ao meu desejo de ler, talvez porque fiz um curso de literaturas e tive ensejo de ler muita literatura universal, desde russos até alemães, anglo-saxónicos, franceses e portugueses.
É diferente o que se passa com projectos escolares. Penso que já devo ter escrito mais de trinta, incluindo manuais, workbooks, Livros do Professor, glossários, Leitura Extensiva, etc. Mas cada um é como se fosse o primeiro...passe o cliché.
É fantástico o que se pode fazer hoje em dia quase sem ser preciso deslocarmo-nos à editora, tudo é enviado por email com a maior segurança. A comunicação é quase exclusivamente via ciberespaço, o que parece estranho, mas poupa muito tempo e cansaço.
Também é maravilhoso folhear estas páginas concebidas por nós ao longo de meses, realizar o sonho, prever o resultado final e antecipar o gozo que nos dá sempre ver o manual acabado de sair das máquinas finalmente nas nossas mãos.

Para já, enquanto penso no Workbook, estou a planear o ano lectivo através do manual propriamente dito, verificando os conteúdos e transformando-os em prática pedagógica....ou seja, visualizar aulas com princípio , meio e fim, sugerir alternativas, apoiar os professores que irão usar estes materiais. É um trabalho apaixonante e nunca o senti como um fardo, um meio de ganhar dinheiro ou sequer de me promover. Faço-o por gosto, agora ainda mais, pois já não dou aulas. É uma continuidade da minha vida profissional, cuja oportunidade quero agarrar com todas as minhas forças.