sábado, 30 de abril de 2011
RIO
Fui com o meu filho e netos ver o filme hoje à tarde. Em geral, não gosto muito dos filmes para crianças actuais porque os acho demasiado violentos, repetitivos, lamechas e barulhentos.
Este tem um pouquinho de tudo, mas os desenhos são espectaculares, os cenários fantásticos e a história construtiva e original. O ritmo é alucinante e não deixa ninguém indiferente. Notei que estive o tempo todo a bater o compasso, sem conseguir parar.
Os meus netos tb gostaram, embora já estejam um pouco blasés de filmes, pois não perdem um. As pipocas fazem parte da sessão.
Uma vez por outra gosto destas experiências e hoje fez-me bem pois estava bastante triste com a partida da minha filha para Leeds.
Trouxe jantar do take away WOK in WALK, que faz uma mistura de vegetais todo salteados na frigideira com molho de ostra e piripiri. Os miudos estiveram de olhos esgazeados a olhar para a rapariguinha do balcão e ela conversou com eles, explicando como se fazia o prato.
E aqui fica o trailer do filme em Português/brasileiro:
solidão
O meu filho já foi há dias para Lisboa. A minha filha partiu também para Leeds. Estou de novo sozinha e sinto-me só. Acabou o diálogo simples, os sorrisos de manhã, o cheiro a café, o barulho das chaves a abrir a porta, os silêncios cúmplices, os risos em frente ao PC ( que muitas vezes não descortino porquê), a música, a troca de olhares adultos, a guitarra as 4 da manhã, as idas ao shopping, os filmes romanticos a duas, os cozinhados a meias. Gosto dos meus filhos. Nunca me passaria pela cabeça dizer-lhes que estão a mais aqui, que preciso de privacidade ou que me dão trabalho. Eles fazem parte da minha vida, ainda que cada vez mais autónomos e livres de pensamento.
Ontem fui jantar à Foz. Estava um dia cinzento, mas quando chegámos lá, deparámos com um cenário insólito. O sol tinha irrompido no meio das nuvens, vermelho, e a luz reflectia-se no mar, mais calmo que o habitual, e as rochas na maré vazia, adquiriam um tom escuro , quase negro. Subitamente acenderam-se as luzes e ficou aquele ambiente do entardecer que é lindo no Verão porque se prolonga durante muito tempo.
Hoje vou ver as exposições da Miguel Bombarda. Preciso de estar só, mas também de me distrair. Continuo com uma gripe mal curada, mas já não me incomoda a ponto de não poder passear um pouco.
Ficam aqui fotos da Foz, a nossa joia mais preciosa. O Porto sem ela não seria a mesma cidade.
Ontem fui jantar à Foz. Estava um dia cinzento, mas quando chegámos lá, deparámos com um cenário insólito. O sol tinha irrompido no meio das nuvens, vermelho, e a luz reflectia-se no mar, mais calmo que o habitual, e as rochas na maré vazia, adquiriam um tom escuro , quase negro. Subitamente acenderam-se as luzes e ficou aquele ambiente do entardecer que é lindo no Verão porque se prolonga durante muito tempo.
Hoje vou ver as exposições da Miguel Bombarda. Preciso de estar só, mas também de me distrair. Continuo com uma gripe mal curada, mas já não me incomoda a ponto de não poder passear um pouco.
Ficam aqui fotos da Foz, a nossa joia mais preciosa. O Porto sem ela não seria a mesma cidade.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
DIA MUNDIAL DA DANÇA ( dedicado à minha cunhada Kat)
Hoje comemora-se o Dia Mundial da Dança. Infelizmente aqui no Porto não há eventos desses, que eu saiba. Não sou particularmente fã de espectáculos de dança clássica, tipo Sylphides ou Coppelia, mas adoro dança livre, dança jazz e mesmo dança de salão.
O meu neto do meio anda no ballet e deve ser um em vinte....o resto é tudo meninas. Ele adora o ballet e é tudo menos ameninado, é um rapazinho com génio, brincadeiras imaginativas com os seus gormittis e dinossauros, amigo de filmes "assustadores" e valentão. A dança faz-lhe bem ao ego porque é dos poucos rapazes que lá andam e porque nenhum dos irmãos sabe dançar assim. Todo ele é ritmo.
Há dois anos fiz esta pintura que a minha cunhada achou ter a ver com a dança. Parecem asas no espaço.
Fica aqui também a mais bela canção que conheço sobre este tema:
Valsinha
Chico Buarque
Composição : Chico Buarque / Vinícius de Morais
Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz
Passeando na minha rua
Hoje tinha consulta na Clínica Maló do Porto, onde fui muito bem tratada, apesar de ser a primeira vez que lá ia, todos os meus tratamentos anteriores foram feitos em Lisboa. O serviço é excepcional, as pessoas competentes, dedicadas, sorridentes, é um dos locais melhores do mundo em termos de conforto e bem estar dos pacientes ( que eu conheço).
Depois fui ao Health Club Solinca, dado que o Ipanema vai fechar as suas instalações e piscina, que eu tanto apreciava. Passei aí uma hora e meia, tal a atenção que me dispensaram, mostrando-me tudo que havia para mostrar, com uma competencia e interesse notáveis. Os Portugueses quando querem são mesmo excelentes, porque é que não cumprem sempre assim?
Ver as instalações assim é importante para escolher as modalidades e o horário. Estou morta por experimentar o ginásio e a piscina, sem falar do jacuzzi e sauna. E fica a dez minutos de minha casa, na av da Boavista. Estava bastante sossego, que é o que eu gosto.
Pelo caminho fui observando detalhes da Rua António Cardoso, a que chamo minha. Acho que nunca descubro tudo... Há plantas magníficas, árvores centenárias, portões enferrujados e com história, muro cobertos de hera, mrcos de correio à antiga, passeios largos sem carros, é um regalo para a vista e para a camara.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Salif Keita
O meu filho mais novo tem andado a ouvir música africana no Youtube e colocou este vídeo na sua página do Facebook. Ao ouvi-lo lembrei-me das aulas da Utopia em que ouvíamos Cesária Évora, a cantora caboverdiana que todos conhecemos. Cantam juntos muitas vezes.
Fica aqui a bio deste cantor, extraída da Wikipedia, assim como duas magníficas canções ao ritmo das mornas e coladeras caboverdianas.
Salif Keïta nascido a 25 de Agosto de 1949 é um músico e cantor de Mali. Ele é único, não só devido a sua reputação de A voz dourada de África como também pelo facto de ser albino e um descendente directo do fundador do Império Mali, Sundiata Keita.
Esta herança significa que Salif Keita nunca deveria ser um cantor, que é uma função desempenhada por Griots.
A sua música é uma mistura de estilos de música tradicional da África Ocidental, Europa e América e no entanto mantendo estilo de música Islâmica. Entre os instrumentos musicais mais utilizados por Salif Keita incluem-se balafons, Djembês, guitarras, koras, órgãos, saxofones, e sintetizadores.
Keita nasceu em Djoliba. Fora ostracizado devido ao seu albinismo que é uma sinal de azar na cultura Mandinka. Abandonou Djoliba e foi viver em Bamako em 1967 para se juntar a banda Super Rail Band de Bamako. Em 1973, Salif Keita juntou-se a banda Les Ambassadeurs. Keita e os Les Ambassadeurs fugiram da instabilidade política em meados de 1970 para Abidjan, Costa do Marfim mudando o nome da banda para Les Ambassadeurs Internationales. Esta banda ganhou reputaçao internacional na década de 70 e em 1977 Keita recebeu o prêmio National Order do presidente da Guiné, Sékou Touré. Keita mudou-se para Paris em 1984 com o objectivo de obter mais fama.
Esta música é nostálgica....mas não fiquem tristes, estes cantores são conhecidos em todo o mundo e têm muito sucesso.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
DIA DA LIBERDADE- O meu 25 de Abril
Foi, sem dúvida, um dos dias mais marcantes da minha vida.
Tinha 25 anos vividos numa época semi- dourada - os anos 50 - e depois noutra mais alerta e desperta, no liceu e na universidade, onde já se vivia um período conturbado. Vivia bem, embora os meus pais nos educassem com parcimónia nos gastos, mas dava-me conta das desigualdades entre famílias e chocavam-me certas elites - que se auto-promoviam só porque provinham de uma qualquer família bem do nosso Estado Novo - desejosas de manter o statu quo, praticando a caridade, como mandava o Pároco na Missa aos domingos ou os Cursos de Cristandade e criando a ilusão de que vivíamos num mundo quase perfeito, em que não havia guerras, nem vestígios delas e as pessoas tinham direito a certas mordomias só pelo facto de terem nascido nessas famílias, dos seus pais terem tido uma educação, de terem conseguido vencer na vida e de praticarem o Bem à sua volta num marasmo celestial.
Nos anos 70, já havia a guerra de África, que me levou um cunhado aos 32 anos, os jovens já não tinham a mesma liberdade de saídas para o estrangeiro, o ambiente ficou cada vez mais tenso até eclodir em 25 de Abril.
Só comecei a ter preocupação política nos ultimos anos do liceu porque me dava com raparigas que eram "de esquerda", falavam da Pide e de presos políticos, escreviam ou representavam peças que eram repudiadas pela Reitora, encontravam-se na Capela do Rato e já revelavam uma certa anarquia e revolta contra o regime salazarista. As minhas maiores amigas eram bastante politizadas, embora com as limitações impostas pelas Mães que tudo controlavam, até as leituras, os filmes, as festas, os namoros e os locais de encontro.
No dia 25 de Abril de 1974 encontrava-me no epicentro da Revolução às 8 da manhã em pleno Marquês de Pombal, em Lisboa. Ia dar aulas no Liceu MªAmália quando fui abordada por um senhor que me avisou de que o liceu estaria fechado; tinha havido uma revolução. Era melhor eu ir para casa. O meu marido estava no Estado Maior do exército, cumprindo o serviço militar, e fora chamado para se reunir com os outros milicianos para decidirem o que fazer. Resolvi ir para casa dos meus Pais e seguir pela TV, com eles e os meus irmãos, o que se estava a passar. O meu Pai estava nervoso, na altura ocupava o lugar de Chefe de Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria e era Professor da Faculdade de Medicina. Dava-se bem com Marcelo Caetano, que fora seu Reitor na UL.
Foi então que vi realmente o que estava a acontecer, como num filme a preto e branco. O povo andava todo na rua. Os soldados tinham-se revoltado, mas não havia sangue, nem tiros, parecia tudo normal ou quase. Berrava-se muito, não se sabia o que ia acontecer, as pessoas pareciam malucas, mas a cena era meio tragico-cómica, sem grande estardalhaço, nem mortos, nem feridos.
Os tempos que se seguiram foram para mim uma revelação. Estava a dar aulas num liceu antiquado, onde havia regras para tudo, mas onde as professoras, como eu, eram dum nível superior, em geral, com uma craveira acima da média; imediatamente se criaram grupos, uns mais revolucionários que tudo queriam mudar, outros mais temperados que achavam perigoso embarcar na anarquia reinante entre as alunas. Pendi sempre para a esquerda moderada e criei laços com pessoas excepcionais, aprendi a lidar com extremistas de ambos os lados, e deixei-me também levar pelos novos ideiais do socialismo, que dum momento para o outro tudo queria derrubar, sem edificar nada de muito concreto. Passávamos o tempo em RGAs, em que se discutia o sexo dos anjos e nada se conseguia fazer, pois ninguém se entendia e havia grupos de alunos que sistematicamente boicoitavam as discussões, querendo sanear professores a torto e a direito.
Resolvi então dar o corpo ao manifesto e ofereci-me para fazer parte duma lista que concorria com outras duas para a Gestão do Liceu. Tinha pessoas moderadas e também uma ou outra mais esquerdista, mas, no geral, eram pessoas com classe e a noção de que estávamos num estabelecimento de ensino e havia regras, mesmo usando a liberdade que nos tinha sido oferecida pelos militares de Abril. A nossa lista ganhou e passei o ano de 1974-75 a dar aulas e a gerir o Liceu com mais quatro colegas. Foi um ano épico. Tinha muito trabalho, passava horas infindas no Liceu, mas as conversas eram frutuosas e andava entusiasmada com o ambiente em que se vivia. Mudámos muitas regras obsoletas e criámos laços estreitos de Amizade com as alunas.
No 11 de Março de 1975 fui com alguns colegas para o Carmo e aí já estranhei o facciosismo de algumas pessoas, como uma mulher, que me levantou o braço direito à força e gritou:" Camarada, cante VITÓRIA!". Isso chocou-me mais do que qualquer discussão que tivesse tido com pessoas de esquerda. Nesse dia e após uma conversa com o meu marido, fez-se luz no meu espírito.
Não queríamos outro fascismo, agora de esquerda. Não queríamos ser governados por uma maioria comunista. Não queria ser obrigada a pensar pela cabeça dos outros. O meu marido, aliás, que era lúcido e conhecia bem as políticas e a evolução dos esquerdismos e comunismos - tinha em casa todos os livros sobre o assunto que jamais vi - aconselhou-me e bem a acalmar, pois não era com totalitarismos de esquerda que se podia chegar à LIBERDADE e à DEMOCRACIA.
Em Setembro de 1975, deixei Lisboa e fui viver para a Beira Baixa, na Sertã, local ermo, onde nada se passava, não havia telefones, a TV transmitia um canal e mal, a escola era técnica, só havia alunos até ao 5º ano (9º) e a minha missão foi ensinar português em vez de Inglês, que era o meu metier. Não me dei mal com a experiência, mas a revolução passou-me ao lado. Naquele ermo, tive o meu primeiro filho e os meus interesses deram uma volta de 180º.
A minha LIBERDADE passou a ser uma prioridade menor. Como mãe e esposa, o que desejava era que a minha família pequenina fosse feliz. E tudo o que fiz nesses dois anos foi ensinar alunos desfavorecidos o melhor que sabia e podia... e tratar dos meus para que se sentissem bem, longe de tudo e de todos.
domingo, 24 de abril de 2011
Slideshow
Hoje Domingo de Páscoa fui almoçar fora com os meus filhos mais novos, os meus netos estão fora com os Avós maternos. Foi um dia muito calmo com trovoada para variar. Gosto imenso de trovoadas, mas esta foi muito curta, nem deu para assustar, O céu ficou de chumbo e até pensei que ia cair uma saraivada, mas não , as árvores estão estáticas e é impressionante olhar para as copas lá em cima, onde nem uma agulha bole...como diria Augusto Gil. Ouvem-se foguetes ao longe, a lembrar que hoje é dia de festa. Comprei um pão de ló de Ovar, daqueles húmidos, que adoro com um chazinho. Ao almoço comi cabrito, como é já tradicional, mas desta feita no restaurante, já lá vai o tempo em que passava a manhã a roda do forno, cabritinho com as batatinhas novas, os grelos, o arroz de forno, os folares, etc. Não tenho muitas saudades desse tempo, era uma canseira e sempre em minha casa. Nunca gostei de amêndoas e passo bem sem as comer nesta época, mas gosto de doces de ovos e lambarices de outro género.
Hoje dedique parte da tarde a passar a ferro, camisas do meu filho que vai já amanhã para Lisboa, pintura e a fazer um video, tipo slideshow com as fotos do encontro de Faro para colocar no Facebook, pois agora temos um Woophy Club, onde todos os memebros podem colocar fotos e outras coisas só para os seus amigos comuns. O vídeo está no Youtube, de modo que ponho-o aqui para quem quiser rever o que foram estes dias no Algarve. Pena ter sido tão curto...
A música é dos MUSE, a tal banda que me leva aos céus :)
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