sábado, 6 de fevereiro de 2010

Árvores, não choreis, olhai e vêde...( Florbela Espanca)


Passear no Botânico é um vício para mim, sobretudo no inverno , quando as árvores estão despidas e se erguem para o céu quais esqueletos negros, em busca de um pouco mais de azul. Sempre gostei de passear em parques no inverno e lembro-me de longas caminhadas no Englischer Garten, o jardim mais lindo que conheço, em Munique, com ou sem neve, temperaturas de bater o dente, céu cinzento de chumbo e nem uma folha ou flor á vista.
As árvores são mais verdadeiras assim, neste defeso, em que se preparam, nuas, para a moda fashion da primavera. Assumem uma personalidade diferente e altaneiras ou anãs, quedam-se em silêncio, irmanadas na solidão dos parques vazios.
Hoje fui apanhar pinhas com os meus netos. Cada um levava um saco grande e tinha de o encher. Prometi oferecer um Gormitti - bonecos horrendos duma colecção pavorosa de monstros - ao primeiro que enchesse o saco. Respondeu logo o mais pequeno: "Vai ser o mano. Ele ganha tudo." Comoveu-me a sua modéstia, sensatez e constatação de factos. Não acrescentou: "Vou apanhar mais do que ele". Continuou a apanhar as suas pinhinhas e a encher devagarinho o seu saco, certo de que a Avó daria um Gormitti a cada um.
Vão aqui algumas fotos que tirei...desculpem o meu vício fotográfico e toxicodependência das árvores, da água, das plantas. O lodo na fonte parece uma renda. As camélias perfeitas.
As plantas fazem parte da minha vida cada vez mais. Mais do que as pessoas - posso estar meses sem ver algumas, mesmo da família - não dispenso a presença destes seres vivos na minha rotina diária, árvores que nascem, crescem e morrem para lá de nós.



CLIQUEM NAS FOTOS QUE VALE A PENA!

How fragile we are



Esta canção do Sting faz-me chorar.
Acompanha bem esta pintura em homenagem às árvores que cada vez são menos no nosso planeta, daí eu gostar tanto de as pintar.
Este acima foi feito em frente à lareira, numa noite de relativa solidão. Soube-me bem entrar no reino da floresta, no outono...



Bom fim de semana, sem grandes "casos", com descanso e a certeza de que cá estaremos no ciberespaço para sempre.

Música- AMOR -2

No começo dum novo fim de semana, cheio de peripécias jornalísticas e políticas - deixemo-nos de mexericos e enveredemos pelo sonho...a música, o Amor, a saudade de cantores que nos "encheram as medidas" na nossa juventude.



Este cantor - John Denver - e a sua canção You Fill up My Senses ( traduzido à letra: tu enches-me as medidas :)) fez as minhas delícias nos anos 70. Tem uma voz sublime como podem constatar neste video. Peço desculpa de as legendas serem em alemão. Para quem sabe esta língua, aproveite para a cantar em alemão (!!), para quem não sabe : Ignore as legendas e aprecie as fotografias lindas.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Chuva de bétulas


A moda pegou e agora no atelier até se discutem os direitos de autor das bétulas....:)))

Hoje houve uma pequena conversa do professor e alunas sobre o que se deve ou não fazer em relação a copiar ou servir-se de ideias de outrem, por vontade de aprender mais ou de produzir algo de que se gosta. Havia quem achasse que não se deve pedir aos outros licença para fazer igual ou tirar os modelos, havia quem pusesse tudo à disposição dos colegas, no sentido de ajudar, de fornecer ideias, de partilhar experiências. A minha opinião é a de que há limites quer de "aproveitamnto" das oportunidades, quer de "generosidade" de quem oferece. Se não houvesse expos em que estamos todos a participar, cada um guardava em casa as suas obras e os outros até podiam não as ver. Havendo expos, gostamos todos de ver o que todos fazemos e , portanto, torna-se aborrecido surgirem 3 obras muito parecidas ou iguais.

Penso que o estilo de cada um é diferente e nunca uma será igual a outra. Embora me baseie em fotos, modifico-as sempre e às vezes até coloco a pintura no Woophy dedicada ao fotografo que "copiei". Muitos ficaram meus amigis e acharam que era uma honra. Mas uma coisa é copiar de uma foto inspiradora, outra é imitar um quadro, usar as mesmas cores, os mesmos desenhos ou o estilo igual.

Com isto tudo, várias colegas trouxeram fotos de betulas e eu aproveitei para fazer este quadro, que está bastante diferente da foto, mas que ficou colorido e bonito.

Porto - o início do Caminho de Santiago

Como sabem a nossa exposição do Xacobeo vai percorrer várias cidades até Santiago de Compostela. De momento está em Ponte do Lima, onde pode ser vista na Cadeia Velha, um local muito interessante para este tipo de exposição. No sábado haverá uma pequena apresentação e Porto de Honra no local. A Porto Canal realizou entrevistas que constam dum video. Este já se pode ver em no blog do site da Utopia ( ver site à direita). É bastante completo.

Entretanto encontrei no Youtube uma filme sobre a Ribeira, início do Caminho, que é simples e muito bonito. Fica aqui para os amantes desta cidade.

UTOPIA - Poema que me dedicou o meu irmão

Ontem disse-lhe que tinha estado a falar com o nosso professor Domingos Loureiro sobre o significado de UTOPIA e como tinha sido bom falar de sonhos que todos temos.

Hoje o meu irmão dedicou-me este poema no seu blogue.

UTOPIA

Utopia
Não-lugar
Da sapiência,
Pilar
Da existência
Sem limites.
Utopia
Lugar
De ousados sonhos,
Lugar
Onde o medonho
É apetite.
Utopia
Lugar
Das harmonias
Onde até
Os deuses
Têm coração.
Utopia
Lugar
Das fantasias
Onde a humana condição
Existe
Livre.


De pé para a mão assim se fez um poema, que diz mais ou menos tudo. E isto é sinal de que sofremos os dois do mesmo mal: somos utópicos!

Vai aqui uma canção que se chama precisamente UTOPIA dos Goldfrapp. É lindíssima e muito alternativa, cantada ao vivo. Dedico-a ao autor do poema.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

15.000 visitantes!



Abri agora o blogue e reparei que tinha ultrapassado os 15.000 - numero redondo - de visitas, sejam elas repetidas, as primeiras ou mera abertura da pagina....

Fico radiante, pois este blogue representa algo de muito pessoal, um modo de olhar para a vida diferente do que tinha há uns anos, mais partilha com os outros que me querem bem ou mesmo com os que me me desconhecem. Todos os dias por aqui passo e sinto que há pessoas anónimas , que leem, pensam e nada escrevem, centenas delas, limitam-se a ler e talvez a reflectir ou a gozar o que há de Belo neste blogue.

Hoje tive de escolher alguns quadros que vão fazer parte da minha expo no Espaço Vivacidade. Fica aqui o aperitivo para quem por lá quiser passar. Vai-se chamar " Cor em Movimento" Estará aberto ao publico de 1 de Março a meados de Abril. O espaço é pequeno, mas o ambiente muito bom.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Que saudades da praia...e do mar...




Pintura minha feita ontem - acrílico sobre MDF (clicar)

Escolhi este poema dum blogue que assinalo devidamente. Obrigada, Ricardo!

A praia continua sozinha,
Serena, à espera que a noite venha.
Altiva nas ondas do fim da tarde
Soturna no areal deserto,
Repleto de memórias
Enterradas, das crianças
E dos verões passados.

A praia nunca se perde,
Deserta, sozinha,
Viva ou decadente,
É sempre uma praia acesa
Uma chama unida no fim do mar.

Ricardo Bernardes ( in blogue: Refúgio"

saudades da praia

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

The Trees




Há uns anos quando estava a compilar canções para o manual do 11º ano - o tema era environment e havia inúmeras canções lindissimas de cantores anglo-saxónicos muito conhecidos. Encontrei um mais rebelde, chamado Trees, duma banda Rush, que não conhecia. Do que gostei foi da letra da canção, que era genial e que vou tentar traduzir dum modo informal. Ainda hoje estive no botanico, e o sol espreitava do alto das árvores sem folhas, silhuetas negras no meio dum jardim de camélias.

A ideia da letra da canção é esta:

Há sarilhos na floresta, há problemas com as árvores : os áceres querem mais luz do sol e os carvalhos ignoram o seu pedido. O problema dos áceres - e eles estão convencidos de que têm razão -é que os carvalhos são muito farfalhudos e roubam a luz toda ; mas os carvalhos, que não conseguem conter os seus sentimentos e o modo como foram criados, perguntam-se porque é que os áceres não se contentam e não são felizes com a sua sombra.
Há sarilhos na floresta e os animais fugiram todos, os áceres gritam Opressão e os carvalhos só sacodem a cabeça.
Os áceres formaram um sindicato e exigiram direitos iguais: os carvalhos são demasiado ambiciosos e nós vamos obrigá-los a dar-nos luz.
Acabou-se a opressão, pois redigiram-se nobres leis. Doravante as árvores vão ser todas iguais, quer seja a machado, a cutelo ou a serrote.

Na canção tudo rima, o que a torna hilariante.Preparem-se para o rock!





TREES


There is unrest in the forest,
There is trouble with the trees,
For the maples want more sunlight
And the oaks ignore their pleas.

The trouble with the maples,
(And they're quite convinced they're right)
They say the oaks are just too lofty
And they grab up all the light.
But the oaks can't help their feelings
If they like the way they're made.
And they wonder why the maples
Can't be happy in their shade.

There is trouble in the forest,
And the creatures all have fled,
As the maples scream "Oppression!"
And the oaks just shake their heads

So the maples formed a union
And demanded equal rights.
"The oaks are just too greedy;
We will make them give us light."
Now there's no more oak oppression,
For they passed a noble law,
And the trees are all kept equal
By hatchet, axe, and saw.


Li mais tarde que o carvalho é o símbolo da Inglaterra e o ácer o símbolo do Canadá, aquela folha que se vê nas bandeiras. Daí a opressão e o desejo de independência dos segundos em relação aos primeiros. Interessante!!

domingo, 31 de janeiro de 2010

The Wizard of OZ



Fui há pouco ver O Feiticeiro de Oz com os meus netos e filha. Adorei. Voltei aos meus seis anos, quando me ofereceram um Livro monumental, de capa grossa, com os desenhos reais do livro americano, folhas grandes , letra enorme e a história dum sonho que nos traz a mensagem de que a Amizade nos leva a reconhecer as nossas capacidades, aquelas que nós temos escondidas e que julgamos não existirem. Um espantalho que pensa não ter um cérebro, um lenhador de lata, que não sente bater um coração ,um leão medroso, que foge dos perigos e se encolhe. li o livro umas seis vezes, vi o filme umas tres e conheço tudo de cor e salteado.





A produção do Filipe La Feria e não nos deixa ficar mal perante as produções da Broadway, embora com menos meios, música semi-gravada e vozes por vezes um pouco gritadas. Mas o ritmo é excelente, tem muito humor, as personagens são credíveis e fazem entusiasmar a plateia e balcão.Sai-se de lá mais juvenil e com vontade de cantar e dançar. O teatro Rivoli estava cheio. Fui depois lanchar com os meus netos à Alicantina, local bem conhecido deles, visto que é ao pé do Colégio onde andam. Por fim ainda fomos apanhar pinhas ao Jardim Botanico. Deu tempo para tudo...as tardes já estão mais longas

Música - AMOR - 1

Gosto muito de canções que exprimem o Amor, seja ele platónico, apaixonado, efémero, erótico, mera lembrança ou uma eternidade. Colecciono várias canções que são para mim de culto e que adoraria ouvir com alguém de quem gostasse a sério. Ouvi-as muitas vezes com os filhos e um amigo em especial que me ensinou sobre musica alternativa tudo o que sei hoje....e é bastante. Aqui vai uma das que gosto mais: Nick Cave, cantor australiano e o seu Into my arms. Aqui só em acústico, mas muito belo. A letra é um maravilhoso poema de amor espiritual. E a dicção do cantor ainda melhor.



INTO MY ARMS

I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did, I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt He had to direct you
Then direct you into my arms

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did, I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

And I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candle burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms