sábado, 11 de dezembro de 2010
Parabens, Manoel de Oliveira
Não vi muitos filmes dele. Não sou fã entusiástica do estilo de filmes que faz. ..mas à medida que os anos passam, cada vez admiro mais este Homem, este Portuense de gema, este Realizador que se tornou um ícone da 7ª Arte.
O que faz este Homem correr? O que lhe permite ainda sonhar? Ainda hoje disse que tem vários filmes planeados, como se o amanhã fosse eterno. É um exemplo para todos os que se acham cansados a meio do percurso ou os que já nasceram cansados e sem energia para mudar. PARABÉNS, MANOEL DE OLIVEIRA!
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Uma pintura feminina
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Dreams
Hoje fiz um quadro em MDF. Para quem não sabe o que é, explico.É uma placa de madeira fina, cortada para ser trabalhada. Neste caso para ser pintada.Já tinha usado este material num workshop do atelier, mas nessa altura cobri-a de gesso e depois moldei o gesso, de modo que a tinta não tocou directamente na madeira.
Hoje usei impasto para dar alguma espessura à madeira, mas só o coloquei nalguns locais, havendo partes que não ficaram cobertas. Usei tintas muito líquidas , azul, verde, roxo, castanho e além do pincel, trabalhei com utensílios que nunca usei na vida: esfregão de arame ( faz uns efeitos espantosos na madeira), esponja verde para enxaguar e alisar e uma espátula.
O resultado foi este, ainda sem verniz...é lindo ( na minha modesta opinião). Acho que vou fazer outro amanhã no atelier. Tenho de arranjar mais MDFs... e palha de aço!
se quiserem ver pormenores, cliquem na foto.
Chamei-lhe "dreams" porque tem um não sei quê de onírico.
Swan Lake- vivências infantis
Quando eu tinha dez anos, os meus Pais resolveram ir numa viagem a França, Inglaterra e Escócia (ao Festival de Edimburgo) e escolheram os meus irmãos mais velhos para os acompanharem. os cinco mais novos ficaram todos em casa com os meus Avós. Os meus Pais foram de carro e só cabiam tres filhos, era uma longa viagem. É claro que fiquei triste, durante dias chorei com saudades da minha Mãe e com um sentimento de injustiça, que nunca foi inteiramente sanado.
Passei os dias à espera que voltassem e, ao menos, trouxessem algumas coisas giras que não houvesse em Portugal - como as bics, gabardinas, livros ou pastas para o colégio.
Quando chegaram, as minhas irmãs vinham excitadíssimas. Mostraram as prendas de que já nem me lembro. Mas houve uma que me ficou na memória: dois discos -albuns em vinil do bailado : O Lago dos Cisnes - Swan Lake de Tchaikovsky - lindíssimos com fundo azul escuro e as figuras do par principal em branco. Parece que os estou a ver. As minhas irmãs tinham ido ver o ballet em Edimburgo e contaram-me a história toda, com pormenores, á medida que íamos ouvindo o disco.
Fiquei completamente "apanhada". Vi o conto na minha cabeça dezenas de vezes como se tivesse lido a história em livro ou visto o filme, não conseguia pensar noutra coisa, passei horas a ouvir e ouvir os discos, sentada no chão ao pé do móvel radio-gira discos. Não sei se chorei com a morte dos dois amantes no fim,mas aquela música arrebatava-me e fazia-me sonhar como se eu própria estivesse envolvida num conto de fadas, de bruxos e de princesas enfeitiçadas. A minha imaginação criava o resto, não havia filmes, nem vídeos, nem TV, nem suportes visuais. A minha mente encheu-se de imagens inventadas, que ainda hoje vejo. Nenhum espectáculo ao vivo do Lago dos Cisnes, que mais tarde pude ver, me impressionou tanto como aqueles momentos vividos junto ao aparelho de som.
Ainda hoje a música de Tchaikowsky me impressiona, sobretudo o leitmotiv principal dessa suite e o fim trágico dos dois príncipes, que desaparecem dentro do mar.
Ontem, recebi da minha amiga Maria do Céu uma referencia para o Youtube e resolvi colocá-lo aqui para que todos possam ver a maravilha do circo chinês, interpretando uma coreografia do Swan Lake diferente do clássico, em que o bailado é, em parte substituído por ginástica. A graciosidade dos movimentos acrobáticos é extraordinária.
Obrigada, Maria do Céu!
Passei os dias à espera que voltassem e, ao menos, trouxessem algumas coisas giras que não houvesse em Portugal - como as bics, gabardinas, livros ou pastas para o colégio.
Quando chegaram, as minhas irmãs vinham excitadíssimas. Mostraram as prendas de que já nem me lembro. Mas houve uma que me ficou na memória: dois discos -albuns em vinil do bailado : O Lago dos Cisnes - Swan Lake de Tchaikovsky - lindíssimos com fundo azul escuro e as figuras do par principal em branco. Parece que os estou a ver. As minhas irmãs tinham ido ver o ballet em Edimburgo e contaram-me a história toda, com pormenores, á medida que íamos ouvindo o disco.
Fiquei completamente "apanhada". Vi o conto na minha cabeça dezenas de vezes como se tivesse lido a história em livro ou visto o filme, não conseguia pensar noutra coisa, passei horas a ouvir e ouvir os discos, sentada no chão ao pé do móvel radio-gira discos. Não sei se chorei com a morte dos dois amantes no fim,mas aquela música arrebatava-me e fazia-me sonhar como se eu própria estivesse envolvida num conto de fadas, de bruxos e de princesas enfeitiçadas. A minha imaginação criava o resto, não havia filmes, nem vídeos, nem TV, nem suportes visuais. A minha mente encheu-se de imagens inventadas, que ainda hoje vejo. Nenhum espectáculo ao vivo do Lago dos Cisnes, que mais tarde pude ver, me impressionou tanto como aqueles momentos vividos junto ao aparelho de som.
Ainda hoje a música de Tchaikowsky me impressiona, sobretudo o leitmotiv principal dessa suite e o fim trágico dos dois príncipes, que desaparecem dentro do mar.
Ontem, recebi da minha amiga Maria do Céu uma referencia para o Youtube e resolvi colocá-lo aqui para que todos possam ver a maravilha do circo chinês, interpretando uma coreografia do Swan Lake diferente do clássico, em que o bailado é, em parte substituído por ginástica. A graciosidade dos movimentos acrobáticos é extraordinária.
Obrigada, Maria do Céu!
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Pedacinhos de mar
Fiz dois quadrinhos muito pequenos com 15x15 cm, mas que me trazem a praia até casa.... Aqui parecem grandes, mas são mesmo muito pequenos e delicados. Usei uma pasta que contém perolazinhas pequenas, salientes, quase como pedras de sal, o efeito é muito bonito e tridimensional. Cliquem nas fotos para poder observar melhor a técnica que usei.
Um poema encontrado na net que va ao encontro dos meus pensamentos.
Te me acercas
contándome al oído milagros
de miles de leyendas
que quedaron entre tus aguas.
Me salpicas
con espumas inundadas de misterios
de otros tiempos y distancias,
con lamentos de promesas
que perdieron sus palabras
en tus bajamares intensos...
Y yo me acerco y te salpico
sabiéndome tan pequeño,
tan desconsoladamente chico,
tan solo entre mis gentes cotidianas,
que me apabullan tus mareas,
tus olas y tus resacas.
A veces me respondes...
Pero de continuo callas y resbalas
en las arenas de mi playa
que esperan impacientes tus respuestas.
Luis El Prieto - Cadiz - 2000
Um poema encontrado na net que va ao encontro dos meus pensamentos.
Te me acercas
contándome al oído milagros
de miles de leyendas
que quedaron entre tus aguas.
Me salpicas
con espumas inundadas de misterios
de otros tiempos y distancias,
con lamentos de promesas
que perdieron sus palabras
en tus bajamares intensos...
Y yo me acerco y te salpico
sabiéndome tan pequeño,
tan desconsoladamente chico,
tan solo entre mis gentes cotidianas,
que me apabullan tus mareas,
tus olas y tus resacas.
A veces me respondes...
Pero de continuo callas y resbalas
en las arenas de mi playa
que esperan impacientes tus respuestas.
Luis El Prieto - Cadiz - 2000
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
MUSE
É o nome duma banda inglesa, que tenho ouvido e que me tem apaixonado, sobretudo algumas canções com melodias pungentes e uma voz bem inglesa a deslizar entre os vários instrumentos. È raro colocar aqui música alternativa, mas é uma das minhas paixões e oiço as novas bandas, sobretudo as anglo-saxonicas.
Vai aqui uma pequena biografia dos MUSE da Wikipedia em inglês ( desculpem não traduzir)
Muse are an English rock band from Teignmouth, Devon, formed in 1994. The band consists of Matthew Bellamy (lead vocals, guitars, piano, keyboards, keytar), Christopher Wolstenholme (bass, backing vocals, keyboards, guitars, harmonica) and Dominic Howard (drums, percussion, synthesisers, backing vocals, sampling). Muse are known for their energetic and extravagant live performances,and their fusion of many music genres, including progressive rock, alternative rock, space rock, classical music, heavy metal, and electronica, with recurring themes of revolution.
Muse have released five studio albums: Showbiz (1999), Origin of Symmetry (2001), Absolution (2003), Black Holes and Revelations (2006), and The Resistance (2009). The band have also issued three live albums, Hullabaloo Soundtrack (2002), which is also a compilation of B-sides, Absolution Tour (2005), and HAARP (2008).
Before the release of The Resistance, Muse had sold over 10 million albums worldwide.
Infelizmente não consegui o código da minha canção favorita Unintended, mas esta é a mais popular do grupo.
Entretanto, a minha afilhada Pat enviou-me o codigo da tal canção acima. É lindíssima, embora ao vivo perca um pouco da sonoridade do vocalista.
O reino da Fotografia
Fico pasmada com algumas fotografias que vejo hoje em dia nos inúmeros sites que pululam na Internet. Já citei vários aqui,mas poderia enumerar muitos mais. Agora descobri o da National Geographic dedicado à fotografia natural...a Natureza em todos os seus aspectos, dos glaciares às tundras, das praias às florestas, das savanas à Amazónia, um manancial para os olhos, que no meu laptop Apple ainda mais atraente se torna.
Henry
(Photo Credit Trey Ratcliff)
Resolvi passar para aqui algumas fotos, citando o autor e o site para que as pessoas possam verificar a grandeza captada por lentes do tamanho duma laranja...ou ainda mais pequenas. É espantosa a tecnologia cada vez mais sofisticada que está presente nas câmaras à venda. Todos os dias aparecem novos modelos, alguns caríssimos e complicadíssimos. Ainda me lembro da Leica do meu Pai que lhe permitia colocar teleobjectivas fantásticas para fazer macros ou apanhar as coisas a uma distância considerável...mas cujo rolo tinha de ser revelado mais tarde. Também eu tive máquinas boas, Olympus e Canon, mas tudo isso passou e as digitais revolucionaram o mundo da fotografia.
Kingman Reef
Nunca consegui perceber muito de técnica fotográfica...o que faço é por puro instinto; gostava de saber mais, mas penso que já não teria paciência para esperar minutos a pensar como tirar cada foto. Há umas que saem bem, outras mal, depois selecciono as que me agradam. As vezes não são as mais bonitas, mas as mais originais. Coloco-as no site do Woophy por vezes e recebo comentários interessantes.
Depois delas tiradas, as modificações possíveis são imensas, sobretudo para quem tem Photoshop, que não possuo, por ser demasiado caro e exigir muita técnica informática.
domingo, 5 de dezembro de 2010
De Goa para Lisboa...aos 14 anos
Faz hoje trinta anos que o meu Pai faleceu. Depois de um AVC em Junho, em que ficou incapacitado parcialmente, os seis meses que se seguiram foram penosos para a família, que o vira sempre tão dinâmico, esperançoso, feliz com os seus numerosos netos, que já eram 13 ao todo ( hoje são 21). Na altura já eu vivia no Porto e tinha tido o meu filho mais novo tres semanas antes. Nunca chegou a conhece-lo.
O meu Pai foi único, não digo no sentido melhor ou pior, mas pessoas como ele não existem muitas. Nasceu em Goa. Aos 14 anos, seus pais, meus Avós, enviaram-no para Lisboa, num navio a cargo do capitão, para estudar na capital do Império, que ficava a um mês de distância. Era o filho mais velho de oito irmãos, inteligente, deveria preparar-se melhor para uma carreira futura. O seu tio Padre o acolheria e ajudaria a formar-se. Depois de terminado o curso voltaria para Goa.
Aos 21 anos o meu Pai terminou o curso de Medicina e foi convidado para Assistente do Professor Castro Freire, pediatra, a título gracioso. Trabalhou então em policlínicas para se sustentar. Aos 28 casou com a minha Mãe e só voltou a Goa em visita 35 anos depois de ter chegado. A vida de médico pediatra e de professor, a família numerosa, e talvez um certo receio de regressar às origens, fizeram com que se enraizasse em Lisboa para sempre. Mas, nem o meu Pai, nem a minha Mãe, também ela filha de um goês, eram tipicamente portugueses, tinham um espírito aberto, internacional, que nos abriu horizontes muito para lá do pequeno país onde vivemos. Frequentámos um colégio inglês o que ainda aumentou mais a nossa "internacionalização".
Admiro muito o meu Pai, embora sempre lhe visse alguns defeitos, que na altura não compreendia, mas agora percebo claramente. A sua exigência, uma certa dificuldade em ceder, intransigência e reserva eram apenas uma capa, no fundo preocupava-se connosco e emocionava-se com os nossos sucessos. Ensinou-me muito a nível de apreciação da música, da arte, da natureza e dos valores familiares. Foi um exemplo como Homem, Marido e Pai.
Faleceu cedo demais. Tinha 68 anos. Poderia ter gozado mais trinta anos, reformado, com os netos e bisnetos, fazendo as suas viagens com a minha Mãe que ele adorava.
Estive cinco anos fora de tudo, na província e vi-o menos do que gostaria. Mas mesmo assim, nunca esquecerei a última vez que o vi aqui no Porto, à porta da casa da minha sogra, com a sua gabardine beige, ansioso por me ver, com duas prendinhas para os meus filhos mais velhos. Vinha para um congresso e no hotel, mostrou-me, orgulhoso, os slides que fizera para a sessão, desejei-lhe boa sorte. Nunca mais o vi assim.
Eis aqui a homenagem modesta que lhe que posso fazer aqui no meu blogue, Pai.
Como diz o seu filho mais novo, os Pais devem estar algures na Eternidade, a olhar para os vossos 21 netos e trinta bisnetos, com um sorriso de felicidade.
Até sempre!
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