sábado, 5 de junho de 2010

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE




Quando pensamos em ambiente, vem-nos à mente uma multiplicidade de imagens, de recordações, de afectos, de intenções, de desejos e até de remorsos ou frustrações.

O que é o ambiente para nós?

Confunde-se com o ar que respiramos, com a natureza que nos rodeia,com o bem estar e a beleza,com os odores, as cores, a evolução das espécies, a sobrevivência e a eterna maravilha que é estar vivo e ter saúde.

AMBIENTE é isso tudo...mas, mais importante, é ainda o FUTURO, que queremos preservar para os nosso netos e bisnetos. Se realizássemos pequenos actos todos os dias para proteger o que é belo, vulnerável e em risco, já valeria a pena termos vivido....mas se para vivermos bem, só consumimos, gastamos, deterioramos, modificamos de forma perniciosa, esbanjamos ou mesmo destruímos o planeta que nos foi oferecido não se sabe sequer por quem, nem porquê, então bem podemos sentir remorsos ou mesmo ser acusados de crime contra a nossa Mãe Terra.

Já disse aqui que não conseguiria viver num local sujo, desfalcado de árvores, sem vista para o céu, para um jardim ou para o mar, sem horizontes, ou assinalado por vandalismos, barulhento e poluído. Não o consegui nunca na totalidade, talvez apenas na minha infância. Mas procuro sempre.



Procuro deixar aos meus netos uma imagem construtiva do mundo, plena de amor ao que nos rodeia e verdadeira paixão pelo que é realmente belo. Este blogue é disso exemplo, embora eles não o leiam ainda.


As fotos foram tiradas por mim em Serralves, na Ramada Alta, na Foz e em Leeds; as colagens feitas a partir de fotos do Jardim Botanico e da Praia da Luz.
. Cliquem nelas!, para verem a beleza da natureza.

Vai aqui também uma canção que fez a alegria dos meus netos, quando viram o Lion King em NY e que expressa bem o lugar que cada um de nós ocupa no Circulo da Vida e o nosso papel no Universo.



Vai tb a tradução em português ( web)

Desde o dia que chegamos ao planeta
E abrimos nossos olhos para o sol
Há mais a ser visto além do que já vimos
E mais a fazer do que já foi feito

Alguns dizem "devore ou seja devorado"
Outros dizem "viva e deixe viver"
Mas todos concordam juntos
Você nunca deve tirar mais do que dá

No ciclo da vida
Esta é a roda da fortuna
Este é o salto da fé
Esta é a faixa de esperança
Até encontrarmos nosso lugar
Nos caminhos que se desenrolam
No ciclo, no ciclo da vida

Alguns de nós caem pela estrada
Enquanto outros alcançam as estrelas
Alguns de nós navegam acima dos problemas
Enquanto outros tem que viver com as cicatrizes

Há muito para se conseguir aqui
Mais para se encontrar do que o que já foi encontrado
Mas o sol se move alto no céu azul safira
E mantêm-se, ora grande, ora pequeno, neste ciclo sem fim

No ciclo da vida
Esta é a roda da fortuna
Este é o salto da fé
Esta é a faixa de esperança
Até encontrarmos nosso lugar
Nos caminhos que se desenrolam
Neste ciclo, no ciclo da vida

sexta-feira, 4 de junho de 2010

PORTO a preto e branco

Nos últimos tempos tenho-me dedicado a fotografar a cidade em vários pontos menos conhecidos ou vistos de um modo apressado. Consegui fazer uma colecção de registos a preto e branco que considero mais profissionais do que as a cores.
Vão aqui algumas delas com as respectivas legendas. Oxalá gostem...e não tirem ilações erradas sobre bairrismos, tacanhez ou outros sentimentos que não o do verdadeiro apego a esta cidade tão especial.

1.
Palmeiras em frente ao edifício Peninsula, um dos mais emblemáticos do Porto moderno




2. As ruinas do Colégio Internacional à espera de decisão da Camara quanto ao seu futuro




3.
Pilar da Ponte D. Luis





4. O Mosteiro da Serra do Pilar por entre o granito da Ponte D.Luis




5.
A Foz




6. O café da Praia dos Ingleses ( bandeira azul)






7. As margens do Douro ao fim da tarde





8.

Muralha Fernandina





9. Mulher sentada junto a foto do P.Americo





10. Entrada do Hotel Tuela no Bom Sucesso

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Capital e a Invicta


Lisboa - vista do rio
Ontem chorei em Lisboa....a cidade da minha infância e juventude, a capital dos meus sonhos de adolescente, o lugar onde fui educada debaixo da protecção solar e estrelar dos meus pais e irmãos, privilegiada desde que nasci até que parti.
Nunca mais voltarei para esse lugar "estranho", onde me sinto agora lost in translation. Mixed feelings quando nela penso, doi-me ver escorrer tanto dinheiro para uma cidade que segundo os michelins deste mundo já tem tudo o que é preciso e ainda quer mais. A minha cidade-berço é preguiçosa, presunçosa e ambiciosa até dizer basta.
Ler uma Mª João Seixas afirmar com a sua soberba inata que o Porto não necessita duma Cinemateca - quem é que ela pensa que é? - ou que os comboios chegam e sobram ( vê-se...), que os portuenses têm complexos - chamar-lhe-ia raiva contida - porque são incapazes de atrair os turistas, blablabla enche-me de revolta.

Quando namorava o meu marido, a minha sogra dizia-me muitas vezes sem grande jeito: "Lisboa é grande demais, não gosto da Baixa lisboeta, as lojas são todas muito dispersas, uma pessoa perde-se. Gosto muito mais da Baixa do Porto, onde tudo é mais aconchegado e as lojas têm tudo o que há de melhor, assim houvesse dinheiro para gastar....:). E depois, o rio de Lisboa ´é tão largo, não é espelhado, não dá curvas, nem é azul, como o Douro, a vista quando se chega de comboio ao Porto ( pela D. Maria...) é lindíssima, a de Lisboa, mesmo a da ponte, não se compara, é tudo feio junto à estação de S. Apolónia.Não gosto mesmo nada dessa cidade."Ela tinha as suas razões de queixa.

Irritavam-me aquelas observações ainda por cima ditas em sotaque tripeiro....mas são em parte verdadeiras. Basta mudar...de cidade e de vida.


Monumento aos pescadores, vulgo Anémona - Matosinhos

Ainda me lembro duma conversa que tive com o meu marido-to-be no PACO, um restaurante junto à Gulbenkian, em que fiquei furiosa de ele dizer que os portuenses trabalhavam a sério e os lisboetas só corriam dum lado para o outro todo o dia , queixando-se nos cafés da lufa-lufa da sua vida complicada. Achei a ofensa máxima e perdi o apetite....mas realmente quando penso na minha vida em Lx - verifico que 2/3 da minha adolescência foi passada em autocarros a percorrer a cidade...autocarros onde até fazia tricot para entreter o tempo e aguentar as viagens até ao Restelo ou à faculdade e liceu. Poderia ter tido uma média bem superior na FLUP ( só tive 15) se não perdesse metade do tempo nos transportes e se me dessem tempo para estudar mais e melhor.
A rua onde morei durante vinte anos - 1951-1971

Depois deste fim de semana, em que passeei no Porto como uma turista com os meus amigos woophians, mais uma vez tive a certeza de que esta é a melhor cidade do pais para se viver.
Bom sucesso no coração do Porto
A rua António Cardoso, aqui junto à do Campo Alegre, onde vivo - é mais bonita que todas as ruas do Restelo onde vivi, cheia de árvores centenárias e com um jardim histórico a 5m a pé de minha casa. Em dez minutos estou junto ao Oceano Atlântico
a cheirar a maresia e a ver as regatas a sublinhar o horizonte. As gaivotas trazem-me todos os dias novas do estado do tempo , pousando no candeeiro aqui junto à minha varanda. Os meus netos vivem aqui pertinho, tem o colégio alemão para onde vão a pé; e, se quiser respirar ar puro, posso voar para o Parque da Cidade onde espraio a minha vista até ao mar. Que posso querer mais?

Todas as fotos foram tiradas por mim este ano. As fotos de Lx são do Google!! Clicar!

O dia mais longo



Hoje não é o 6 de Junho, mas para mim foi um dos mais longos dos últimos tempos.
Levantei-me as 6.30 para apanhar o comboio das 7.50 e estar em Lsboa as 10.30. Fui a ouvir música clássica e acho que adormeci pois não dei pelas estações de Coimbra, nem de Santarém....cheguei bastante fresca e capaz de suportar o calor e o barulho lisboeta.
A cidade é barulhenta a começar pela estação do Oriente, que contrasta com as maravilhosas estações por onde andei em Inglaterra, onde, apesar da gente, dos comboios e do bulício, havia uma calma e organização que aqui deixam a desejar. Já várias vezes o disse aqui: como querem os lisboetas rivalizar com grandes cidades modernas, quando têm uma estação, que por muito Calatrava que seja é um bidon cheio de gente, betão mais betão, não se sabe onde ficam os WCs, o multibanco, os taxis, as salas de espera, empregados mal humorados, comida reaquecida, enfim....dizem que é a melhor cidade para os turistas...será, mas não é certamente para os portugas.
Por coincidência apanhei o mesmo taxi para a clínica e dela para a estação às 6. O condutor reconheceu-me e disse: A senhora dizia que ia aqui ficar quatro horas e afinal ficou quase sete!!! Achei graça ao homem.
O tratamento foi doloroso e demorado, não pude sair de lá, embora descansasse pelo meio numa bela poltrona com TV a frente, que dispensei, e me dessem almoço grátis.
Para cá é que foi o bom e o bonito. Cheguei à bilheteira e já não havia bilhetes para o comboio das 6, porque 200 meninos ( pelo menos) tinham vindo comemorar o Dia seguinte ao Dia de Criança e ocupavam todos os lugares.
Só arranjei bilhete no IC das 19.38 que chegou já com 15m de atraso. Na estação, uma barulheira infernal, mas ainda consegui telefonar ao meu ex- e desabafar com ele as minhas críticas de lisboeta contra Lisboa.

NAO, nunca voltaria para lá....desculpem-me os que dela gostam, é uma cidade inóspita para quem é de fora, como eu!!!

Vim a admirar o pôr do sol nas campinas do Ribatejo, um fim de tarde suave e belo, ouvindo música country, Beethoven ( a Pastoral, tinha de ser), música brasileira e sul americana e por fim hits dos anos 60. Uma beleza. Tirei estas fotos do comboio...cheguei a casa as 11.30!!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Porto Woophy Meeting



(clicar)

Foi extraordinário. As fotos valem por mil imagens. Aqui vai uma colagem para mais tarde recordar.

DIA(S) DA(S) CRIANÇA(S)

deviam ser todos, mesmo os que são dos Pais...:))

Para elas, uma pintura em pastel de óleo que o meu irmão mais velho comprou na expo de Lisboa. Foi o primeiro quadro que vendi. Obrigada Filipe.



Uma canção que aprendi no Colégio Inglês e que os meus netos tocam agora no violino e violoncelo. Que a vossa vida seja virada para as estrelas!

domingo, 30 de maio de 2010

Para Alguem




ALGUÉM

Para alguém sou o lírio entre os abrolhos,
E tenho as formas ideais de Cristo;
Para alguém sou a vida e a luz dos olhos,
E, se na Terra existe, é porque existo.

Esse alguém, que prefere ao namorado
Cantar das aves minha rude voz,
Não és tu, anjo meu idolatrado!
Nem, meus amigos, é nenhum de vós!

Quando, alta noite, me reclino e deito,
Melancólico, triste e fatigado,
Esse alguém abre as asas no meu leito,
E o meu sono desliza perfumado.

Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! esse alguém
É de meus olhos a esplendente aurora;
És tu, doce velhinha, ó minha mãe!

Gonçalves Crespo

Miniaturas
Este poema é dedicado à minha sogra que faleceu ontem aos 95 anos.
Foi uma pessoas muito importante na minha vida, com traços positivos e negativos, mas deixando em mim uma marca profunda, um exemplo de fidelidade a si própria e aos seus princípios e de dedicação às crianças, com quem conviveu durante 40 anos nos cuidados primários do Instituo Maternal do Porto. Foi uma das primeiras médicas a licenciar-se na FMUP, com enorme valor e coerência de princípios. Segundo ela, a Medicina é um serviço e não uma profissão para um indivíduo enriquecer. Desactualizada? Talvez, mas um exemplo de vida a seguir.

Que repouse em Paz!