Não sabia que se festejava hoje este dia, que, na minha opinião, deveria ser comemorado em todo o mundo com eventos, festas, feiras e homenagens ao mais precioso objecto que alguma vez foi inventado.
Não exagero, não!
Sem livros, o que seria de nós? E se não soubéssemos ler? E se ninguém soubesse escrever? E se não houvesse editoras que publicassem livros? E se não existissem bibliotecas, onde as pessoas podem ler sem pagar nada, trazer livros para casa e devolvê-los mais tarde? E se as crianças não tivessem nenhum livro em casa? E se nas nossas salas não houvesse estantes, nem lugares onde os livros assumem o lugar preponderante? E se abolissem os livros e implantassem a obrigatoriedade das tecnologias para o ensino? E se desaparecessem os manuais escolares? E se....
Escolhi propositadamente um quadro da minha amiga Teresa Vieira, que está na minha sala, para celebrar este dia. Os livros sempre fizeram parte da minha vida, desde que me deram o primeiro - devia ter uns dois anos, lembro-me que era de pano e ficava molhado, quando chovia. Ontem estive a ler ao serão um dos livros que mais me apaixonou na minha juventude: Jane Eyre. Fui ver a nova versão 2011 com a minha filha, ontem, e como sempre acontece com estes filmes extraídos de livros ingleses, fiquei extasiada com a atmosfera, a solidão, a natureza e os sentimentos em uníssono, a sobriedade das personagens, os silêncios que falam, a pintura da época. Nos romances, tudo é descrito com enorme pormenor..mas nos filmes essas palavras são substituídas pela música - o soundtrack é do maravilhoso Dario Marinelli - e pelos cenários tão verosímeis que até estranhamos quando saímos da sala no fim do filme e damos de cara com as pipocas, as famílias dos shoppings, as lojas berrantes, as escadas rolantes, as luzes e o barulho.
Há livros que nos marcam e eu poderia aqui citar mais de dez que nunca mais esquecerei. Também há livros que se lêem e depressa desaparecem da nossa memória. Fiz uma tese de licenciatura que focava a construção do romance e se centrava no autor Graham Greene. Tem 400 páginas e para a escrever li treze romances do autor e não sei quantos livros de referencia. Estive em Londres a pesquisar durante mês e meio, passando os dias na biblioteca da Universidade a copiar á mão passagens de livros e revistas ....não, não havia fotocópias em 1970! - e depois escondida num quarto que dava para o jardim da minha casa, onde tinha algum sossego e podia mergulhar no mundo greeninano. Sei de cor algumas partes desses romances, foi uma experiência inesquecível, ainda que não servisse para nada em termos de carreira, pois a tese foi abolida a seguir ao 25 de Abril e todos os licenciandos passaram a licenciados automaticamente.
Neste momento leio tres livros ao mesmo tempo. Gosto de variar e já não me contento com ler livros de fio a pavio. Nem consigo concentrar-me como dantes. Já oiço mais musica do que leio, fruto do tempo. Mas não há nada como passar uma tarde esquecida, no sofá, a ler um bom livro. Ainda bem que ainda há quem escreva...
E aqui fica o trailer do filme que aqui citei...para os romanticos como eu, que já viram n versões do mesmo, mas nunca se cansam dos clássicos.
Uma cidade tem sempre pontos belos , outros curiosos, alguns originais, pitorescos, muitos insignificantes...quando se passeia por uma cidade nova, descobrem-se pormenores, que no escapam no dia-a-dia nas cidades onde vivemos, de tal modo estamos inertes e indiferentes ao que nos rodeia. Saímos a pé, de carro ou de meio de transporte público, as imagens passam a correr pelos nossos olhos, que não captam mais do que o essencial, os lugares preenchidos nos autocarros, os balanços do veículo, o calor e as janelas fechadas, o cansaço nos rostos das pessoas. Não nos passaria pela cabeça tirar fotografias nesse ambiente. Quando se está em férias, a paisagem parece diferente, as cores mais nítidas, os pormenores mais visíveis, despertos que estamos para tudo que é interessante, fotografável e mesmo atraente. Os turistas às vezes parecem quase como crianças, de máquina em punho, ávidos de uma foto mais sensacional, que os leve a memorizar aquele décimo de segundo em que a câmara disparou e petrificámos uma cena, uma casa, um rosto, umas roupas a secar ao sol, um campanário, uma cegonha em cima duma torre ou de um candeeiro, uma boneca no parapeito da janela, um cão encostado, uma árvore centenária, uma bicicleta a passar à beira do mar... Gostei de ir a Faro como turista, com pessoas que gostam de fotografia - alguns são loucos - e que nos fazem reparar em pormenores, que em geral, nos escapam. Tirei fotografias muito expressivas da cidade, mas também descobri nessas fotos pormenores que resolvi destacar, por serem especialmente curiosos ou belos.
Ficam aqui alguns pormenores desta cidade luminosa, que descobri no fim de semana passado e que me deixou uma enorme vontade de lá voltar....assim , como turista.
A Ria Formosa é um tesouro que muitos portugueses desconhecem. fiquei encantada por ver algo de novo no Algarve, onde passei tantas e tantas férias. Desde os anos sessenta que não vou ao Sotavento, ficando quase sempre pelo barlavento, zona de Lagos, que é lindíssima também.Fica aqui alguma informação sobre a Ria Formosa e fotos que tirei agora no safari fotográfico que foi o nosso encontro. A Ria Formosa é um sapal situado na província do Algarve em Portugal, que se estende pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, abrangendo uma área de cerca de 18.400 hectares ao longo de 60 quilómetros desde o rio Ancão até à praia da Manta Rota. E foi considerado um dos mais belos parques do algarve , tendo uma grande função e um belo habitat. Trata-se de uma área protegida pelo estatuto de Parque Natural, atribuído pelo Decreto-lei 373/87 de 9 de Dezembro de 1987. Anteriormente, a Ria Formosa tinha estatuto de Reserva Natural, instituído em 1978. A sul é protegida do Oceano Atlântico por um cordão dunar quase paralelo à orla continental, formado por duas penínsulas . A norte, em toda a extensão, o fim da laguna não tem uma delimitação precisa, uma vez que é recortada por salinas, pequenas praias arenosas, por terra firme, agricultável e por linhas de água doce que nela desaguam . Tem a sua largura máxima junto à cidade de Faro (cerca de 6 Km) e variações que nos seus extremos, a Oeste e a Este, atingem algumas centenas de metros.
A sua fisionomia é bastante diversificada devido aos canais formados sob a influência das correntes de maré, formando assim, uma rede hidrográfica densa. É uma zona húmida de importância internacional como habitat de aves aquáticas. Está, por este motivo, inscrita na Convenção de Ramsar, pelo que o Governo Português assumiu o compromisso de manter as características ecológicas
Cheguei ontem depois de três dias verdadeiramente felizes, entre Amigos, pessoas simples e interessantes, que se reúnem tão somente porque adoram fotografia e gostam do nosso país. Este já era o terceiro encontro, desta feita organizado pelos Woophians que vivem em Faro ou na zona, capazes de dinamizar as entidades locais para o evento, conseguindo obter até uns prémios e lembranças, assim como informação sobre turismo e cultura locais. Foram uns hospedeiros magníficos, nunca nos cansamos de os enaltecer. Comemos maravilhosamente por pouquíssimo dinheiro - desde diferentes qualidades de peixe grelhado na brasa, cataplanas de peixe e carne, doces regionais, acepipes, etc. No primeiro dia fizémos um belo cruzeiro na Ria Formosa, que é digna de muito mais relevo do que lhe é dado no nosso país. É uma pérola sem fim - 60 km de beleza, de riqueza ecológica, fonte de rendimento da região e local onde o turismo pode e deve ser implementado. Já passo férias há 40 anos no Algarve e nunca tinha feito nenhum cruzeiro nesta zona, compreendo que as pessoas que possuem casas nas ilhas se sintam privilegiadas, porque isto é paradisíaco e felizmente não está ainda estragado.
O grupo andou no barco durante umas três horas, saiu em duas das ilhas onde passeámos a pé, gozando da brisa e apanhando um sol benfasejo, almoçámos num belo restaurante junto a um farol que me fez lembrar os farois americanos de Cape Cod, por exemplo, contemplámos o mar que nos brindou com uma suestada - mar revolto que acontece quando o vento sopra de sueste - imponente, vagas altíssimas que rebentavam com estrondo e extraordinária beleza. Um passeio pelas cidades de Olhão e Faro revelaram tesouros que estas cidades árabes encerram, a brancura das casas, edifícios históricos como o Museu, antigo mosteiro. Também visitámos exposições de fotografia e pintura, que pareciam estar ali por nossa causa.
Foram dias belos...em que me senti jovem, no meio de jovens...apesar da minha dificuldade em andar muito a pé e algum cansaço ao fim do dia. A Ryanair está de parabéns. Fizemos as duas viagens em menos tempo do que o estipulado - 45m pra cada lado - e gastando menos do que se fossemos de carro ou de comboio. Fiquei fã deste meio de transporte, é o ideal para ir ao Algarve.