sábado, 28 de maio de 2011
Em especial para a Graciete Rietsch
Ontem a minha Amiga recordou um poema, de que já não se lembrava bem, mas acabava com um verso sobre flores. Encontrei este num blogue -francislive.
Pode ser que seja o seu poema . Vai aqui ornamentado com mais algumas fotos das minhas.
É preciso avisar toda a gente
dar notícias informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir.
É preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando a verdade corrente
duma força que nada detenha.
É preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio da floresta
e que os mortos apontam em frente
o caminho da esperança que resta.
É preciso avisar toda a gente
transmitindo este morse de dores.
É preciso imperioso e urgente
mais flores mais flores mais flores.
João Apolinário
(in Morse de sangue)
E se estiverem fartos de flores....paciência...elas perdurarão enquanto este blogue existir.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Tempo de flores e de amanhãs
Continuo o pléripo da floricultura na minha zona.
No caminho para a Solinca, em que percorro uns 800 m. Há flores por todo o lado, em casas grandes que devem tar jardineiros e rega automática, jardins abandonados como o da Casa das Artes que até faz dó, com agapantos a brotar à míngua de água, cantos e recantos junto aos prédios que penso serem tratados pelos condomínios e estão maravilhosos, jardinzitos que até parecem terem sido oferecidos a alguém e adoptados à nascença. Pasmo de admiração, pego na minha máquina ou Ipod e fotografo-as todas, pois adoro vê-las vezes sem conta no computador. Ponho-as aqui ou envio-as para o facebook, onde são muito apreciadas, todos gostamos de flores.
Não resisto a partilhar as que tirei hoje convosco. Talvez vos embeleze um pouco a vista toldada por esta campanha eleitoral tão deprimente. Talvez vos alegre saber que à beira das nossas casas, a Natureza continua viva e viverá para lá das Troikas, das quezílias, da corrupção, do desalento, da pobreza e da ausência de futuro. Cada flor é uma promessa de amanhã.
FLORES
Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.
Sophia de Mello Breyner
Mulher na água - Cutileiro
Há muitas estátuas de Cutileiro de que não gosto, como por exemplo, a de D. Sebastião, plantado no largo em Lagos. Penso que as melhores esculturas dele são as de mulheres, com formas generosas e muito sensuais.
No health club Solinca têm uma à entrada para a piscina que me encanta. Uma mulher nua semi oculta pela água, com longos cabelos e uma cabeça grande.
Ontem resolvi tirar umas fotos e ficaram bonitas.
Fica aqui um poema de Rabindranath Tagore que se coaduna com esta escultura.
A Mulher Inspiradora
Mulher, não és só obra de Deus;
os homens vão-te criando eternamente
com a formosura dos seus corações,
e os seus anseios
vestiram de glória a tua juventude.
Por ti o poeta vai tecendo
a sua imaginária tela de oiro:
o pintor dá às tuas formas,
dia após dia,
nova imortalidade.
Para te adornar, para te vestir,
para tornar-te mais preciosa,
o mar traz as suas pérolas,
a terra o seu oiro,
sua flor os jardins do Verão.
Mulher, és meio mulher,
meio sonho.
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões
No health club Solinca têm uma à entrada para a piscina que me encanta. Uma mulher nua semi oculta pela água, com longos cabelos e uma cabeça grande.
Ontem resolvi tirar umas fotos e ficaram bonitas.
Fica aqui um poema de Rabindranath Tagore que se coaduna com esta escultura.
A Mulher Inspiradora
Mulher, não és só obra de Deus;
os homens vão-te criando eternamente
com a formosura dos seus corações,
e os seus anseios
vestiram de glória a tua juventude.
Por ti o poeta vai tecendo
a sua imaginária tela de oiro:
o pintor dá às tuas formas,
dia após dia,
nova imortalidade.
Para te adornar, para te vestir,
para tornar-te mais preciosa,
o mar traz as suas pérolas,
a terra o seu oiro,
sua flor os jardins do Verão.
Mulher, és meio mulher,
meio sonho.
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões
quarta-feira, 25 de maio de 2011
As flores do Verão
Hoje passei por um jardinzito que fica junto aos prédios da Rua António Cardoso e que, num pedacinho de terra minúsculo, ostenta as mais belas flores que se podem ver nesta época de quase verão. Levava um saco do Pingo Doce, ia cansada, mas tive de pousar tudo e pegar no meu Ipod Touch para eternizar a beleza que ali naquele cantinho da rua chamava por mim.
Não sei quem cuida daquelas plantas, quem as semeou, mas elas ali estão frescas, lindas, combinando os seus vermelhos e o seu perfume. É raro ver flores tão bem tratadas, tão apelativas assim no meio da rua. Dou graças a Deus por ainda existirem e por ninguém as cortar, vandalizar ou pura e simplesmente esquecer.
Ocorreu-me este soneto de Shakespeare, um dos mais bonitos dele, que trasncrevo traduzido e na versão original.
Shall I Compare Thee To A Summer's Day?
by William Shakespeare (1564-1616)
Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate.
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date.
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd;
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature's changing course untrimm'd;
But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou ow'st;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou grow'st:
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee.
Comparar-te a um dia de verão?
Há mais ternura em ti, ainda assim:
um maio em flor às mãos do furacão,
o foral do verão que chega ao fim.
Por vezes brilha ardendo o olhar do céu;
outras, desfaz-se a compleição doirada,
perde beleza a beleza; e o que perdeu
vai no acaso, na natureza, em nada.
Mas juro-te que o teu humano verão
será eterno; sempre crescerás
indiferente ao tempo na canção;
e, na canção sem morte, viverás:
Porque o mundo, que vê e que respira,
te verá respirar na minha lira.
William Shakespeare, in "Sonetos"
Tradução de Carlos de Oliveira
Não sei quem cuida daquelas plantas, quem as semeou, mas elas ali estão frescas, lindas, combinando os seus vermelhos e o seu perfume. É raro ver flores tão bem tratadas, tão apelativas assim no meio da rua. Dou graças a Deus por ainda existirem e por ninguém as cortar, vandalizar ou pura e simplesmente esquecer.
Ocorreu-me este soneto de Shakespeare, um dos mais bonitos dele, que trasncrevo traduzido e na versão original.
Shall I Compare Thee To A Summer's Day?
by William Shakespeare (1564-1616)
Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate.
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date.
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd;
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature's changing course untrimm'd;
But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou ow'st;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou grow'st:
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee.
Comparar-te a um dia de verão?
Há mais ternura em ti, ainda assim:
um maio em flor às mãos do furacão,
o foral do verão que chega ao fim.
Por vezes brilha ardendo o olhar do céu;
outras, desfaz-se a compleição doirada,
perde beleza a beleza; e o que perdeu
vai no acaso, na natureza, em nada.
Mas juro-te que o teu humano verão
será eterno; sempre crescerás
indiferente ao tempo na canção;
e, na canção sem morte, viverás:
Porque o mundo, que vê e que respira,
te verá respirar na minha lira.
William Shakespeare, in "Sonetos"
Tradução de Carlos de Oliveira
terça-feira, 24 de maio de 2011
Pela Foz Velha
Hoje resolvi fazer de turista e andei pela Foz Velha a observar as casas lindissimas
que por ai se vêem, no meio de alguns prédios banais. Também se vêem casas abandonadas, com trancas à porta, jardins por cultivar, alguma pobreza e sol, muito sol...
Na praia havia gente de todas as idades, corpos ao sol, crianças a tomar banho, turistas deleitados com a possibilidade de se deitarem na areia em topless.
Do alto da esplanada, a minha câmara adora bisbilhotar...
DEAD CAN DANCE - Os mortos dançam
E os vivos também.
Esta banda encantou-me há uns anos atrás....andava viciada, ouvia-os a toda a hora, tenho todos os CDs que a editora publicou deles, antes de fechar portas. A vocalista principal Lisa Gerrard ainda gravou alguns albuns individuais, que também possuo, música de filmes como Gladiator.
Os Dead Can Dance formaram-se em Melbourne, na Austrália, em 1981, mas pouco tempo depois mudam-se para Londres. Nesta cidade, o grupo assina um contrato com a 4AD, uma editora dedicada à música alternativa.
O sucesso da banda, logo os consagra como uma das mais importantes desta editora.O género musical da banda caracteriza-se por um conjunto de estilos, destacando-se o darkwave, com fusão de world music, música medieval e da Renascença europeia.
Em 1984, lançam o primeiro álbum, Dead Can Dance e, no mesmo ano, trabalham conjuntamente com os This Mortal Coil, na música "It'll End In Tears". No ano seguinte lançam o segundo álbum Spleen and Ideal, que atinge o #2 na tabela independente do Reino Unido. O quarto álbum, The Serpent's Egg, é editado em 1988, e escrevem a banda sonora do filme El Nino de la Luna, de Agustin Villarongas, onde Lisa faz a sua estreia como actriz.
Em 1990, lançam Aion, e fazem a sua primeira turnê nos EUA. O álbum de 1993, Into the Labyrinth, é o primeiro álbum da banda a ser editado nos EUA, tornando-se um sucesso, também, na Europa. Na sequência, o grupo realiza nova turnê pelos EUA e Europa, gravando-a em Toward the Within, de 1994. Paralelamente, Lisa Gerrard grava o seu primeiro álbum a solo em 1995, The Mirror Pool.
Com o passar dos anos Lisa Gerrard mudou-se para a Austrália, a sua terra natal e Brendan Perry para a Irlanda. Apesar da distância continuavam a trabalhar em conjunto até à separação da banda em 1998.
Os Dead Can Dance separam-se então em 1998, sendo que ainda hoje não se sabe quais as verdadeiras razões que levaram a este fim. Contudo tanto Lisa Gerrard como Brendan Perry continuam a produzir música a solo tendo já editado vários álbuns a solo e inúmeras participações em bandas sonoras de diversos filmes.
O grupo voltou a reunir-se temporariamente em 2005 para uma tour pela Europa e América do Norte como forma de tributo aos fãs. Em maio de 2011, Brendan Perry anunciou que se reuniu com Lisa Gerrard e lançarão um novo álbum de estúdio em 2012, com uma tour pela Europa, América do Norte e América Latina no final do ano.
A música dos Dead Can Dance é música etérea, algumas letras são em línguas africanas, que não compreendemos , mas que soam maravilhosas ao nossos ouvidos. Já há muito que os não ouvia, mas uma referencia do meu filho no Facebook a esta fantástica banda fez renascer a paixão por este tipo de música alternativa, que penso todos deveríamos ouvir e apreciar.
Aqui ficam duas das canções mais emblemáticas de Lisa Gerrard:
Esta banda encantou-me há uns anos atrás....andava viciada, ouvia-os a toda a hora, tenho todos os CDs que a editora publicou deles, antes de fechar portas. A vocalista principal Lisa Gerrard ainda gravou alguns albuns individuais, que também possuo, música de filmes como Gladiator.
Os Dead Can Dance formaram-se em Melbourne, na Austrália, em 1981, mas pouco tempo depois mudam-se para Londres. Nesta cidade, o grupo assina um contrato com a 4AD, uma editora dedicada à música alternativa.
O sucesso da banda, logo os consagra como uma das mais importantes desta editora.O género musical da banda caracteriza-se por um conjunto de estilos, destacando-se o darkwave, com fusão de world music, música medieval e da Renascença europeia.
Em 1984, lançam o primeiro álbum, Dead Can Dance e, no mesmo ano, trabalham conjuntamente com os This Mortal Coil, na música "It'll End In Tears". No ano seguinte lançam o segundo álbum Spleen and Ideal, que atinge o #2 na tabela independente do Reino Unido. O quarto álbum, The Serpent's Egg, é editado em 1988, e escrevem a banda sonora do filme El Nino de la Luna, de Agustin Villarongas, onde Lisa faz a sua estreia como actriz.
Em 1990, lançam Aion, e fazem a sua primeira turnê nos EUA. O álbum de 1993, Into the Labyrinth, é o primeiro álbum da banda a ser editado nos EUA, tornando-se um sucesso, também, na Europa. Na sequência, o grupo realiza nova turnê pelos EUA e Europa, gravando-a em Toward the Within, de 1994. Paralelamente, Lisa Gerrard grava o seu primeiro álbum a solo em 1995, The Mirror Pool.
Com o passar dos anos Lisa Gerrard mudou-se para a Austrália, a sua terra natal e Brendan Perry para a Irlanda. Apesar da distância continuavam a trabalhar em conjunto até à separação da banda em 1998.
Os Dead Can Dance separam-se então em 1998, sendo que ainda hoje não se sabe quais as verdadeiras razões que levaram a este fim. Contudo tanto Lisa Gerrard como Brendan Perry continuam a produzir música a solo tendo já editado vários álbuns a solo e inúmeras participações em bandas sonoras de diversos filmes.
O grupo voltou a reunir-se temporariamente em 2005 para uma tour pela Europa e América do Norte como forma de tributo aos fãs. Em maio de 2011, Brendan Perry anunciou que se reuniu com Lisa Gerrard e lançarão um novo álbum de estúdio em 2012, com uma tour pela Europa, América do Norte e América Latina no final do ano.
A música dos Dead Can Dance é música etérea, algumas letras são em línguas africanas, que não compreendemos , mas que soam maravilhosas ao nossos ouvidos. Já há muito que os não ouvia, mas uma referencia do meu filho no Facebook a esta fantástica banda fez renascer a paixão por este tipo de música alternativa, que penso todos deveríamos ouvir e apreciar.
Aqui ficam duas das canções mais emblemáticas de Lisa Gerrard:
segunda-feira, 23 de maio de 2011
SEPIA
Há muitos anos, as fotografias eram a preto e branco ou sepia. Em geral atribuímos a sepia ao castanho velho, a fotografias antigas, casas e mansões, retratos de família, filmes feitos em casa, etc.
A cor sepia tem um encanto muito especial e hoje pode-se transformar uma foto cheia de cor num exemplar sepia.
Eis o que encontrei na Wikipedia:
A fotografia em sépia é mais conhecida hoje em dia no mundo como “foto envelhecida”, mas essa expressão só tem fundamento pois muitas fotografias eram armazenadas de maneira inapropriada, e acabavam adquirindo a tonalidade sépia pelo contato com colas a base de PVC, sendo que isto normalmente gera uma cópia manchada, e até mesmo a emulsão se descolando de sua base. O processo de viragem sépia também foi mais popular nas primeiras décadas do século XX.
Atualmente, alguns programas informáticos como o Photoshop transformam uma foto comum em sépia em minutos. Bem diferente do método convencional de revelação, onde é necessário se fazer a revelação primeiramente em preto e branco para depois passar pelo processo de viragem em sépia.
Tenho várias fotos do Porto nessa cor e gosto delas. São diferentes, contam histórias...
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