Oiço a Sinfonia nº 5 de Mahler, tocada pela Orquestra de Israel, dirigida pelo célebre Daniel Baremboim.
MEZZO, sábado à tarde. Desviei-me do blablabla de Sócrates, auto-elogiando-se pelo SNS, que tão brilhante é. A minha saúde precisará de cuidados intensivos se este homem continuar no poder e os media o mantiverem no estrelato. Pobre povo, nação que não se sente.
O primeiro andamento desta sinfonia , apelidada de Trauermarsch, marcha de funeral, é única, empolgante, com passagens duma grandiosidade extraordinária, intervaladas com outras dum lirismo quase sufocante. É um dos andamentos de Mahler que mais me entusiasma, para lá do seu Adagietto - que todos associamos ao filme Morte em Veneza.
O valor dos sopros nesta sinfonia fica bem realçada pelo realizador deste programa, a cãmara segue a par e passo o instrumento que mais sobressai no meio dos outros, seja ele o oboé, a flauta, o clarinete ou a trompa. De vez em quando espraia-se pelos violinos num ritmo de valsa, mas os sopros são os grandes protagonistas deste cenário musical. Daí a mudança de tonalidades, da impetuosidade à suavidade. Não me canso de louvar quem nos traz a casa estes momentos de tréguas, já que vivemos num clima de guerra social e política, que os nossos media tanto apreciam.
Mas quem será que ouve estes programas, pergunto-me? Na minha grelha, o Mezzo é o nº 150. Nunca ninguém lá chega a não ser que saiba procurá-lo.
Fica aqui o primeiro andamento desta bela sinfonia.
E eu fico por aqui a ouvir o maravilhoso Adagietto.... e recordando o meu Pai, que fechava os olhos ao escutar esta melodia...
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