sábado, 12 de fevereiro de 2011

A excelência britânica

Em dois dias fui ver dois filmes excepcionais.

As vezes estou meses sem me apetecer ir ao cinema. Mas esta é a altura em que aparecem os filmes dos Oscares e há sempre algo a ver. ODiscurso do Rei é um filme genial do princípio ao fim. Não porque tenha uma história complicada, como Black Swan, ou efeitos especiais como Avatar. Mas porque apresenta performances excelente de actores consagrados, settings de cortar a respiração, música clássica nos intervalos das cenas e acima de tudo, humanidade, emoção, sentido de humor, vibraçao e expectativa em todos os momentos do filme.
Não sei do que gostei mais. Gostei dele todo. É espantoso. Como o filme A Rainha, mas com mais contenção e mais interesse.
Colin Firth e Geoffrey Rush são exímios, nos olhares, nas expressões, no discurso, nas atitudes, na emoção contida, nos acessos de fúria, na amizade que nutrem um pelo outro. Eles são o filme. Actores que já tinha visto noutros papeis igualmente notaveis: Shine, Pride and Prejudice, Um Homem Singular, A Paixão de Shakespeare, etc.

Uma noite inesquecível....mesmo com o barulho da sala a abarrotar, com pipocas, intervalo, etc.
A não perder.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mais uns quadrinhos bucólicos


Na sequência dos outros quadrinhos que ando a fazer, ontem dediquei-me a estes. Não são nada de especial, mas despertam em mim o desejo de um dia ir até ao campo por largo tempo, de modo a inspirar-me in loco para a pintura, como faziam os grandes pintores impressionistas....:)

Cliquem neles para os verem de mais perto.

Oiço os nocturnos de Chopn tocados pela Maria JoãoPires....maravilhosas mãos...suavidade e sentimento...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cisnes em movimento


Já aqui há tempos escrevi um post sobre o Lago dos Cisnes de Tchaikowsky e a influência que a sua música exerceu em mim quando criança. Vi várias vezes partes do bailado, em especial o Acto II, que é o mais lírico e romântico, aquele em que o Principe dança o Pas de Deux com a bela princesa Odete transformada em cisne por maldição dum feiticeiro.
Hoje fui ver " Cisne Negro" sozinha, como gosto, no Norte shopping, onde me fazem desconto do cartão ZON. Estavam umas dez pessoas na sala e do princípio ao fim, sentia-se o peso do silêncio , do suspense, do espanto e talvez algum horror. O filme é tudo menos aquilo que a música do compositor russo nos faria crer, é uma mistura de thriller e romance com uma enorme carga ou tensão psicológica e física. Natalie Portman desempenha um papel difícil - candidato a òscar de Melhor Actriz - e consegue passar duma beleza pura e ingénua à fealdade de alguém que se quer libertar dessa pureza para melhor poder interpretar o mal incarnado em Odile, a sensual irmã gémea de Odete e seduzir o Principe.

Há alturas em que sentimos na pele um certo mal estar, pois alucinação e realidade misturam-se no filme, deixando-nos numa penumbra inquietante e incerta. Sabemos que este não é filme americano, com happy end. Prevemos um fim trágico, como no bailado...mas não sabemos o que vai acontecer desde a primeira à última cena.

Há muito que não via um filme assim. Tem a intensidade que falta ao de Clint Eastwood, que fui ver há tempos. Tem o defeito talvez de se concentrar demasiado numa só personagem, mas como ela sofre evoluções constantes, não há monotonia nem pausas.

Vale a pena ver!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ciência, poesia, música e pintura


Fui hoje a um workshop no Espaço Vivacidade, dinamizado pela minha amiga Regina Gouveia, pessoa polivalente ( como as gaivotas), que consegue estar bem em todas a vertentes. No local onde se realizou o workshop, estava patente ao público uma exposição da própria que foi inaugurada no início do mês: Estados de Alma.

Gostei de estar ali uma hora e meia a ouvir e a ver sobre o tema : A Ciência ao alcance de todos. Nada sei sobre Ciência , a não ser aquilo que vou lendo nos jornais ou que oiço o meu filho falar. Tendo cientistas na família, sobretudo na área da medicina, enveredei pelas letras, embora sinta um certo fascínio pelas descobertas do Homem, principalmente, no campo da astronomia e da medicina. Gostaria de ter estudado melhor a Física, que é de todas as ciências a mais difícil de compreender, na minha opinião. A Regina torna as coisas simples e a música acompanha muito bem a explicação.
Assim sendo, umas sessões sobre Ciência acessíveis a qualquer um e adornadas com poemas e música relacionadas com os temas, tornam-se muito convidativas. Após a sessão ainda estive bastante tempo à conversa com o Pedro Freire, o meu Amigo do blogue Imago Mundi. Trocámos impressões sobre fotografia a ali ficaríamos se não se fizesse tarde.

Tirei algumas fotografias com o meu I Touch, pois não levei a máquina fotográfica, aos quadros expostos. A colecção é bem maior, mas não pude fotografar as aguarelas devido às luzes que se reflectem nos vidros. Aqui constam apenas os de acrílico sobre tela. Entretanto comprei um quadro cujo montante a Regina ofereceu a uma associação que ajuda pessoas com deficiências.

Física, pintura e poesia

Fui hoje a um workshop no Espaço Vivacidade, dinamizado pela minha amiga Regina Gouveia, pessoa polivalente ( como as gaivotas) que consegue estar bem em todas a vertentes. No local onde se realizou o workshop, estava patente ao público uma exposição da própria que foi inaugurada no início do mês.

Gostei de estar ali uma hora e meia a ouvir e ver sobre os tema : Ciência

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os horizontes do mar



Passei três horas ao pé do mar, numa tarde que bem podemos agradecer aos deuses, pois não acredito que haja muitas assim em pleno inverno no resto da Europa. Uma tarde linda, luminosa, prateada, com uma leve neblina a lembrar que não há vento, ondas altas, imponentes, fazendo um barulho ensurdecedor. E lá longe, o horizonte, sem medida, sem limites, infinito...

Há dias vi um documentário na RTP chamado : A Vida por um Fio, era a odisseia dum paraquedista que cai no meio do oceano e consegue salvar-se pela sua persistência, coragem e vontade de viver. Não sei o que será estar dentro da água e ver a linha do horizonte de baixo para cima, não ter um ponto de referência, apenas a água sem fim. Lembro-me que o homem se agarrava a um tronco que lhe parecera um crocodilo, mas que durante algum tempo, o ajuda a aguentar-se à tona. As tantas descobre que o tronco em vez de o ajudar a encontrar terra, o leva cada vez mais para fora em direcção ao horizonte e com lágrimas nos olhos larga-o para se entregar à sua sorte.

O mar é lindo...nunca me canso de o olhar...já nem vale a pena levar livros para a Foz, prefiro a música e a contemplação pura...o sol na cara, a paz duma esplanada cheia, sem música, senão a minha.

As gaivotas é que têm sorte. Andam por ali, na areia, de vez em quando nadam à tona das ondas e depois elevam-se em voo ritmado nos ares. São polivalentes. Sempre as invejei.

Á volta, no autocarro, os mesmos velhinhos do costume, com bengalas ou sem elas, muito engelhados, caras franzidas, rostos cansados, estiveram a gozar o sol deste dia glorioso. A avenida do Brasil parece uma festa de S. João, cá em cima anda meio mundo, casais, crianças, jovens, velhos; na esplanada não dou por nada, embrenhada na música: as ondas fazem ainda mais ruído de fundo e na nossa frente não vemos mais nada senão a linha do horizonte, sempre ali...infinita.