sábado, 27 de agosto de 2011

Ainda o verão...e o mar

Acabo de chegar da Foz, numa tarde luminosa de Agosto, em que tudo parece lavado , não só pela chuva valente que caiu há dois dias, mas tambem pelo trânsito menor que neste mês se faz sentir no ar que se respira.
É tão bom sentir o calor do sol nestes dias assim.
Estive na praia dos Ingleses - cheia de turistas-
a gozar da luz e frescura da espuma e da nortada que já se fazia sentir. Levo sempre camisola para o que der e vier e hoje soube-me bem.
Não havia música exterior, apenas o estrepitar das ondas sobre o rochedo que faz daquela praia e daquela varanda uma delícia para os olhos na maré cheia.  Parece um fogo de artifício em que a luz e o ribombar são substituídos pela água, a espuma e o barulho ensurdecedor das ondas.
Um senhor já entradote estava sentado numa rocha e deixava-se vergastar pelas ondas que entravam por uma nesga e formavam um jacuzzi natural. Estava divertidíssimo e não achava a água fria...pelos vistos. Muitas senhoras em bikini espanejavam-se deliciadas na areia, sem qualquer vergonha de mostrar a celulite.

Liberdade é a palavra que melhor associo a estas praias aqui do Norte....cada um faz o que quer, ninguém repara, todos estão felizes, não há gritos nem berros, o mar cala-os a todos.

À vinda comprei flores amarelas, vulgares , - parece que se chamam helianthus (?) - alegres como a minha tarde....preciso de cor na minha casa, elas são uma companhia silenciosa que não dispenso.

Noite de futebol


Mais uma jornada não muito gloriosa para a nossa equipa...a Supertaça contra o Barcelona, .aquilo que se esperava, poucas pernas para tanto craque e um árbitro um pouco caseiro; embora o jogo fosse no Mónaco, o Barcelona é neste momento a equipa da moda e tinha de ganhar. O FCP deu o seu melhor e o seu pior em erros grosseiros que determinaram os golos. Foi roubado de dois penaltis, se calhar, nunca se sabe, teve um guarda redes do outro mundo, mas mesmo assim nunca ganharia este jogo, os deuses não deixam que os anões se ponham em bicos de pés....sobretudo quando vendem os seus melhores jogadores  todos os anos para os campeonatos da moda.

O meu neto veio aqui  passar a tarde. Um encanto, Viu TV, leu muitas páginas do 3º volume do Harry Potter, ajudou-me a arrumar as mercearias e artigos do Froiz que vieram a meio da tarde, jogou ao Scrabble comigo ( aprendeu duas palavras novas ( roça e coda) e foi-se embora um pouco triste com o resultado do jogo...a meio estava quase a chorar, mas disfarçava como podia. Lembrou-me o meu filho mais novo que chorava sempre que o Boavista perdia e então, o pai mandava-o para o quarto por ser piegas!

O futebol é um vício....mas também pode ser uma arte e uma aproximação entre as pessoas. Quem não gosta de futebol, tem as vezes dificuldade em compreender esta afficcion, mas a verdade é que aqueles 90m são sagrados, empolgantes, a adrenalina sobe e vibramos por qualquer coisa....só isso já é muito bom.
E a cidade do Porto bem pode orgulhar-se de uma equipa que mantém o nível, mesmo nas alturas mais dramáticas da sua história. Viva o FCP!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A calheta....ou praínha....


Falei muito dela quando estive a passar férias no Algarve há tres semanas. Esta calheta já é minha desde os 20 anos e foi lá que passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida, na juventude com os amigos e irmãos, sozinha ou acompanhada, sentada ou deitada naquelas rochas,  olhando  o mar límpido até perder de vista...e abraçando o sol quente depois dum banho frio mas regenerador.

É um local mágico   na minha vida, que ainda não pintara...

 No início era uma praia pequenina e efémera, tão depressa existia como desaparecia na maré cheia, transformando-se, então, numa piscina de água salgada, que permitia  saltos a sério, que nós não dispensávamos e que nos grangeavam minutos de glória. Houve até quem desse o meu nome a uma rocha, de cuja ponta eu me atirava de cabeça (?) nos meus belos tempos. Noutros anos, estendia-se quase até à ponta da fortaleza, com areia e pé até bem longe, permitindo às crianças brincadeiras sem igual.

O meu neto que já é do seculo XXI,  dizia este ano: Vovó , e se houvesse um tsunami? De que altura é que seria? O Pai disse-lhe:" olha era da altura da fortaleza! " Ele olhou para cima pouco convencido....e ainda bem, os pesadelos só devem acontecer nos livros ou nos jornais, muito longe....nunca nos locais que nós amamos.

 A prainha é o meu sonho acordada quando me sinto presa nesta cidade...fecho os olhos e lá estou eu andando por aquelas rochas, procurando caranguejos nas pocinhas, tentando despegar as lapas agarradas às pedras rugosas, contemplando a costa que se desdobra em calhetas maiores e mais pequenas, todas elas lindíssimas e cheias de pedras redondas multicolores...
Em tempos tínhamos um barquinho de borracha e eu adorava remar nos dias sem vento rente à costa....tudo isso acabou, já não tenho forças para carregar o barco para a prainha e depois subir para o dito e remar, mas a saudade fica e também fica a certeza de que durante muitos e muitos anos, as crianças e jovens e velhos da minha família verão neste espaço aqui retratado, um sinal , uma memória, uma saudade, um desejo, uma nostalgia e uma certeza inexorável:....as pessoas vão...  mas as pedras ficam.

Um vídeo feito em Junho...que deveria nunca acabar...

A calheta ou prainha

Falei muito dela quando estive a passar férias no Algarve há tres semanas.
Só conhecia a Calheta da Madeira que é muito bonita, cheia de casinhas espalhadas em torno duma baía azul.
Esta calheta já é minha desde os 20 anos e foi lá que passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida, como jovem com os amigos e irmãos, sozinha ou acompanhada, sentada ou deitada naquelas rochas,  olhando para o mar límpido até perder de vista...e abraçando o sol quente depois dum banho frio mas regenerador.
É um local mágico   na minha vida, que ainda não pintara...

No início era uma praia pequenina e efémera, tão depressa existia como desaparecia na maré cheia, transformando-se numa piscina de água salgada, que permitia  saltos a sério, que nós não dispensávamos e que nos permitiam minutos de glória. Houve até quem desse o meu nome a uma rocha, de cuja ponta eu me atirava de cabeça nos meus belos tempos.
Noutros anos, estendia-se quase até à ponta da fortaleza, com areia e pé até bem longe, permitindo às crianças brincadeiras sem igual.
O meu neto que já é do seculo XXI, só dizia este ano: Vovo , e se houvesse um tsunami? De que altura é que seria? O Pai disse-lhe:" olha era da altura da fortaleza! " Ele olhou para cima pouco convencido....e ainda bem, os pesadelos só devem acontecer nos livros ou nos jornais, nunca a nós próprios.

A prainha é o meu sonho quando me sinto presa nesta cidade...fecho os olhos e lá estou eu andando por aquelas rochas, procurando caranguejos nas pocinhas, tentando despegar as lapas agarradas às rochas, contemplando a costa que se desdobra em calhetas maiores e mais pequenas, todas elas lindíssimas e cheias de pedras redondas multicolores...

Em tempos tínhamos um barquinho de borracha e eu adorava remar nos dias sem vento rente à costa....tudo isso acabou, já não tenho forças para carregar o barco para a prainha e depois subir para o dito e remar, mas a saudade fica e também fica a certeza de que durante muitos e muitos anos, as crianças e jovens da minha família verão neste espaço aqui retratado, um sinal , uma saudade, um desejo, uma nostalgia e uma certeza inexorável:....as pessoas vão...mas as pedras ficam.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dia de S. Bartolomeu


Dizem que anda o diabo à solta....mas aqui não bule uma folha, está um dia esplendoroso, com sol pleno e calor relativo. Não me apeteceu sair, tinha marcado ir ao Solinca para uma limpeza de pele oferecida por eles e não me apeteceu cuidar da cosmética, não é actividade que me atraia. Para aqui estou calmamente, a passar a tarde em casa, já tratei de roupas, já lavei tampos de cadeiras, já aspirei a sala, agora descanso junto a meu filho que lê o jornal.

Ontem fui com a minha filha e  os meus netos à Feira do Artesanato na Foz. A Feira dura uma semana e todos os dias há vários eventos, desde o desfile de fatos de papel, até bombos, bandas, procissão etc. Não sou grande apreciadora dessas cerimónias, mas gosto da feira, onde se pode ver toda a espécie de trabalhos de mãos, feitos pelos artesãos, alguns já velhotes, mas sempre a trabalhar nas vergas, nas cerâmicas e até na gastronomia, nas farturas , no leitão ou nos queijos de ovelha.
Os meus netos deliraram com um insuflado gigante, onde saltavam crianças de todos os tamanhos, descalços e felizes...apeteceu-me loucamente ir para ali saltar também e sentei-me num banco a acompanhar os baloiçar dos corpos, os risos e a felicidade dos miúdos. Quase nem vi o resto da feira tal era a alegria deles! Trouxe para casa farturas , ovos moles, pão de lenha, queijo da serra, leitão com batatas fritas...fizémos um jantar de truz! O meu neto mais novo que não gosta de doces - felizardo! - comeu um rissol de leitão e disse que estava divinal:))
O sítio é lindo e as margens do Douro estavam convidativas. Só me apetecia pegar num daqueles barquinhos a remos e sair rumo à Afurada, ao Areinho, ver o pôr do sol no rio e no mar... e, por uma vez , deixar de ser uma Avó convencional.

Dia de S. Bartolomeu


Dizem que anda o diabo à solta....mas aqui não bule uma folha, está um dia esplendoroso, com sol pleno e calor relativo. Não me apeteceu sair, tinha marcado ir ao Solinca para uma limpeza de pele oferecida por eles e não me apeteceu cuidar da cosmética, não é actividade que me atraia. Para aqui estou calmamente, a passar a tarde em casa, já tratei de roupas, já lavei tampos de cadeiras, já aspirei a sala, agora descanso junto a meu filho que lê o jornal.

Ontem fui com a minha filha e  os meus netos à Feira do Artesanato na Foz. A Feira dura uma semana e todos os dias há vários eventos, desde o desfile de fatos de papel, até bombos, bandas, procissão etc. Não sou grande apreciadora dessas cerimónias, mas gosto da feira, onde se pode ver toda a espécie de trabalhos de mãos, feitos pelos artesãos, alguns já velhotes, mas sempre a trabalhar nas vergas, nas cerâmicas e até na gastronomia, nas farturas , no leitão ou nos queijos de ovelha.
Os meus netos deliraram com um insuflado gigante, onde saltavam crianças de todos os tamanhos, descalços e felizes...apeteceu-me loucamente ir para ali saltar também e sentei-me num banco a acompanhar os baloiçar dos corpos, os risos e a felicidade dos miúdos. Quase nem vi o resto da feira tal era a alegria deles! Trouxe para casa farturas , ovos moles, pão de lenha, queijo da serra, leitão com batatas fritas...fizémos um jantar de truz! O meu neto mais novo que não gosta de doces - felizardo! - comeu um rissol de leitão e disse que estava divinal:))
O sítio é lindo e as margens do Douro estavam convidativas. Só me apetecia pegar num daqueles barquinhos a remos e sair rumo à Afurada, ao Areinho, ver o pôr do sol no rio e no mar... e, por uma vez , deixar de ser uma Avó convencional.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A costa vicentina: um milagre ainda virgem e ignorado




No sábado li a FUGAS, como é meu hábito, embora cada vez a ache mais desinteressante e com preços exorbitantes, até parece que somos todos ricos!!



Trazia um artigo intitulado " O Algarve a duas velocidades", de Sandra Costa, que me pareceu sugestivo. Ao lê-lo, sofri uma decepção enorme.
Onde estava a descrição duma das áreas mais belas da costa portuguesa, área protegida, natural, selvagem, que atrai tantos e tantos alemães e escandinavos, encantados com o mar e areais a perder de vista, encimados por uma escarpa negra, onde passeiam cabrinhas, majestosa, semi-velada pelo nevoeiro por vezes ou embebida na luz do sol poente? Onde estava a "minha" costa vicentina, em que me sinto inebriada pelo cheiro do mar, os salpicos da água, a espuma estonteante, o silêncio, as gaivotas ?

Não reconheci naquele artigo qualquer interesse em apelar aos turistas algarvios e não só para que visitem as praias do sudoeste vicentino, nem sequer da parte da autora qualquer conhecimento sobre o que representa uma área protegida, que é simultaneamente o ponto mais sudoeste da Europa e que exerce uma magia especial sobre quem lá vai, seja de carro, de jeep ou de bicicleta....
Nem sequer apresentava fotografias eloquentes dos locais onde a reporter tinha estado.



Há anos, um amigo meu resolveu ir a Sagres passar uns dias com a namorada e pediu-me conselho sobre o que deveria ver. Expliquei-lhe que devia parar em Vila do Bispo, meter por uma estrada que indica Castelejo e a partir daí, andar a pé pelas praias, que se ligam entre si. Quando voltou, só me disse: Obrigada por me teres apresentado a Santíssima Trindade: três praias únicas: Castelejo, Cordoama e Barriga.
Todos os anos lá vou, quase como os peregrinos vão a Fátima. Faz parte do meu roteiro místico...este ano infelizmente não consegui e sinto a falta daquela experiência. Foi lá que tirei algumas das fotos mais lindas que tenho de praias, ainda com a minha velha Canon não digital. Aqui estão. Apenas a primeira é dum amigo meu do Woophy, que esteve lá há algum tempo.
Escrevi uma email para as Fugas, responderam-me que aquilo era o que a autora tinha podido ver a convite da organização , que gostos não se discutem :), que não tinha ido a restaurantes, nem podia falar do que não lhe mostraram.....é muito pouco, limitado, pobre e em matéria de informação nula...se não tinham conteudo, para quê escrever sobre o assunto??

Um dia dferente

Não há como ir às compras para alegrar os ânimos. E com companhia simpática, ainda melhor.

O meu filho mais velho tem desta coisas. Está longe porque viaja muito, tem trabalho até dizer basta, mas quando arranja uma tarde ou uma manhã que me pode dedicar, faz tudo para me apoiar ou compensar, quer seja indo ao cinema, a concertos, quer às compras,  à Foz ou almoçar comigo num intervalo. Fico feliz, é claro. É o meu filho mais responsável.E o mais ocupado.

Hoje fomos ao IKea à hora de ponta. Já há muito que não via tanto povo , como dizia a minha sogra, só lá tinha ido duas vezes e uma delas sozinha de manha. Gostei da experiência , embora tenha ficado cansada. Comprei um tapete para a minha sala, que há muito ambicionava. Tenho um tapete de Arraiolos na parte da sala de jantar, comprado no Alentejo, há uns dez anos, com desenhos geométricos bastante modernos e só podia pôr um liso junto ao sofá, numa cor que jogasse bem com os tons do outro.
Consegui encontrar um que me pareceu bonito e no tom que eu queria. O meu filho ajudou-me a po-lo na caixa e no carro. Ainda comprei molduras para alguns quadrinhos meus e um caixa para meter os livros do meu filho. Foi uma tarde bem passada num local colorido!!
Depois fomos jantar ao BB Gourmet com a minha filha e esteve-se bem...o restaurante é fino e com ambiente muito agradável...

Já coloquei o tapete no  sítio - o pior são as dores nas costas - e fica lindo...dá um ar muito cosy a sala e joga bem com o quadro da minha amiga Teresa por cima do sofá. Quem vai gostar dele a sério é o meu neto André que adora rebolar-se no tapete em casa dele, embrulhado no seu edredon de estimaçao....

Tirei umas fotos, mas a cor está um pouco mais viva do que é na realidade, o tom é bem mais suave e muito quente. Viva o consumismo!:)

domingo, 21 de agosto de 2011

No ninho

Os meus netos voltaram hoje ao ninho e, como sempre, estranhei o barulho, algazarra, turbulência que eles obviamente causam, ou não fossem crianças. Causa-me espanto como é que dantes, suportava tão bem o barulho em casa, eu que também tinha três e eram vivaços, como estes; em geral, aguentava-os bem, mesmo depois de dar cinco aulas consecutivas à tarde. Ou então, já me esqueci dos berros  e das dores de cabeça ao fim do dia. O que vale é que nossa memória é selectiva e muitas vezes esquecemos o que foi horrivel para só lembrar o melhor. Gostei mesmo de estar com eles, embora não conseguisse dar muita atençao aos três. O mais velho ficou a ver o futebol e jantou cá. Senti o seu afecto e calor no abraço que me deu. É o meu neto querido e que me faz mais falta quando ausente.

A vinda deles hoje foi como a trovoada, que finalmente caiu sobre a cidade, mansa, mas benéfica, pois o ar ficou mais leve, o horizonte abriu-se, o sol pálido resurgiu e as plantas do botânico ergueram osbraços em louvor ao Criador. Hoje tudo estava brilhante, luzidio, fresco ...como as minhas pinturas antes de secarem. O ribombar dos trovões nem sempre é prenúncio de catástrofe!

 Foi um Domingo sem história...mas com muita companhia.

Poderia eu viver sem netos.....? Poder, podia, mas não era mesma coisa!

De novo no ninho

Os meus netos voltaram hoje ao ninho e , como sempre, estranhei o barulho, algazarra, turbulência que eles obviamente causam, ou não fossem crianças. Causa-me espanto como é que dantes, suportava tão bem o barulho em casa, eu que também tinha três e eram vivaços, como estes; em geral, aguentava-os bem, mesmo depois de dar cinco aulas consecutivas à tarde. Ou então, já me esqueci dos berros que dava e das dores de cabeça ao fim do dia. O que vale é que nossa memória é selectiva e muitas vezes esquecemos o que foi horrivel para só lembrar o melhor.

'E como a trovoada, que hoje finalmente caiu sobre a cidade, mansamente, mas benéfica, pois o ar ficou mais leve, o horizonte abriu-se, o sol pálido resurgiu e as plantas do botânico ergueram os braços em louvor ao Criador. Hoje tudo estava brilhante, luzidio, fresco ...como as minhas pinturas antes de secarem.

Foi um Domingo sem história...mas com companhia. Poderia eu viver sem netos.....? Poder, podia, mas não era mesma coisa!