Acabo de chegar da Foz, numa tarde luminosa de Agosto, em que tudo parece lavado , não só pela chuva valente que caiu há dois dias, mas tambem pelo trânsito menor que neste mês se faz sentir no ar que se respira.
É tão bom sentir o calor do sol nestes dias assim.
Estive na praia dos Ingleses - cheia de turistas-
a gozar da luz e frescura da espuma e da nortada que já se fazia sentir. Levo sempre camisola para o que der e vier e hoje soube-me bem.
Não havia música exterior, apenas o estrepitar das ondas sobre o rochedo que faz daquela praia e daquela varanda uma delícia para os olhos na maré cheia. Parece um fogo de artifício em que a luz e o ribombar são substituídos pela água, a espuma e o barulho ensurdecedor das ondas.
Um senhor já entradote estava sentado numa rocha e deixava-se vergastar pelas ondas que entravam por uma nesga e formavam um jacuzzi natural. Estava divertidíssimo e não achava a água fria...pelos vistos. Muitas senhoras em bikini espanejavam-se deliciadas na areia, sem qualquer vergonha de mostrar a celulite.
Liberdade é a palavra que melhor associo a estas praias aqui do Norte....cada um faz o que quer, ninguém repara, todos estão felizes, não há gritos nem berros, o mar cala-os a todos.
À vinda comprei flores amarelas, vulgares , - parece que se chamam helianthus (?) - alegres como a minha tarde....preciso de cor na minha casa, elas são uma companhia silenciosa que não dispenso.
UM CRIME OITOCENTISTA
Há 3 dias