sábado, 23 de junho de 2012

Serralves....sem bateria:(

Ontem fui a Serralves com uns amigos. Só tirei duas fotos e e bateria acabou. Falha imperdoável.



Gosto mais do Parque do que do Museu....apesar de já lá ter visto algumas exposições óptimas.

O Parque é um monumento vivo, velho, centenário, sem betão, com troncos lindíssimos que quase escondem o céu lá tão em cima.

Estar ali é como se estivesse numa igreja. Os olhos erguem-se para o alto e a luz por entre as folhagens é quase como aquela que penetra por entre os vitrais.

Cada árvore é uma escultura, marcada pelas ventanias do inverno, queimada pelos raios de sol.

 Serralves é um hino à Natureza...um salmo...o melhor lugar do mundo depois do mar....




Árvores



Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.

Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.

Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.

Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;

Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.

Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.



Joyce Kilmer

quarta-feira, 20 de junho de 2012

E assim foi


que o meu filho mais velho concluiu  uma carreira que se iniciou aos 23 anos e se fecha em termos de provas públicas aos 35.



Ainda ontem parecia um menino a frequentar o Colégio Alemão do Porto, hoje ainda conserva uma postura de jovem estudante, mesmo com a toga , gravata e o seu 1, 86 de altura.

Não me fica bem elogiá-lo aqui, mas não posso deixar de partilhar convosco o enorme prazer em vê-lo atingir uma meta tão alta.
Daqui a poucos anos será professor catedrático na área de telecomunicações.

Sempre defini este meu filho como  querer é poder ou  quero fazer tudo antes de já ...nunca deixes para amanhã o que podes fazer hoje e ainda quem não sabe fazer coisas pequeninas, nunca saberá fazer as grandes...máximas em que acredita com fervor.

Casou-se aos 23 anos com a Mulher da sua vida, que o tem acompanhado e apoiado sempre e, com quem, teve três filhos de 2003 até 2009.

Concluiu o curso de Engenharia na Alemanha, onde fez o seu doutoramento após cinco anos como Assistente do prof. Hagenauer, trabalhou nos EUA, em Cornell e no MIT , passou pela FCUP, finalmente assentou arraiais na FEUP como professor associado.
De agora em diante passa a professor agregado na área da Teoria da Informação, um mundo um pouco abstracto, mas que tem a ver com a nossa vida de todos os dias, mal nós sabemos quanto!
A sua palestra sobre segurança nas telecomunicações foi clara e interessante, mesmo para quem , como eu, nada percebe de Matemática....nem de algorítmos....nem de entropias!!

No final, todo o juri estava unânime e sorridente, os familiares orgulhosos, os colaboradores  amigos presentes - nem todos puderam assistir porque são estrangeiros - o ambiente no Porto de Honra muito caloroso, como se deseja num momento destes.

Sou uma privilegiada, sem dúvida, e agradeço aos meus filhos estas alegrias que enchem uma vida já de si bastante "empreendedora". Nunca fui capaz de lhes recusar nada em termos de realização pessoal, tê-los-ei sacrificado um pouco por trabalhar demais, sobretudo aos fins de semana e de não os levar a passear tanto quanto gostaria.

Mesmo assim, fui à Alemanha visitar o meu filho já casado e depois o neto sempre que podia , mesmo que fosse só por 4 dias. O mesmo aconteceu com a minha filha em Leeds. E assim acontecerá com o mais novo quando a vida de magistrado o levar para longe daqui. Deus mos conserve e me dê saúde para tal!

A Vida é feita de momentos difíceis e momentos maravilhosos. Tenho a sorte de conseguir ultrapassar os mais dolorosos, compensando-os com os mais felizes. Em união com os meus Filhos e família.

Fica aqui um excerto de flauta que o meu filho e nora tanto gostam de tocar em momentos especiais para mim: A Dança dos Espíritos Abençoados de Gluck






segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ausência

Já há dias que não escrevo.
Não me sinto particularmente inspirada, o tempo não ajuda, as festas nunca me animaram muito, pelo contrário, fico sempre ansiosa antes de qualquer evento.

Hoje o meu filho presta provas para Professor Agregado da FEUP. São dois dias de discussão do curriculo, interrogatório e apresentação de palestra em inglês. Só vou amanhã, quero vê-lo quando acabar. Sei que vai correr bem, pois de uma maneira geral, ele nunca me deixou ficar mal e gosta do que faz, mas sinto-me nervosa.


Ontem foi a 1ª Comunhão do meu neto mais velho. Uma cerimónia longa e cansativa para as crianças e Pais numa igreja que não tinha lugar nem para metade dos presentes. O Colégio Alemão costuma usar os Clérigos para estas cerimónias , mas desta vez, tiveram de a realizar numa igreja mais pequena e que não tem condições para tais eventos religiosos.

Mesmo assim, comovi-me ao ver os meus filho e nora a tocar orgao, guitarra e flauta e o meu neto violino a solo. Os intrumentos musicais nas igrejas   são  esteticamente muito mais belos, não gosto das canções que os coros - femininos em geral - agora cantam nas missas, transformando algo místico em cena popular. São canções pop, acompanhadas à guitarra, sem respeitar , na minha opinião, o respeito e estética que se exige dentro duma igreja.
Já há muito que não consigo ouvir missas....
Quando o meu filho e o meu neto  tocaram Bach, sem cantorias, foi um silêncio absoluto....lindo. Vê-se que é isso que as pessoas gostam...


Depois seguiu-se um almoço em Leça nos Viveiros da Mauritânea com a família toda. O festejado estava muito bonito e os irmãos e primos já são dez. É bom ver crescer a família.
De repente reparei que eu era a pessoa mais velha do grupo e fiquei um pouco comovida.
Fiz um discurso curto, como a minha Mãe fazia no Natal, a lembrar a alegria de se estar em família... e a desejar que dure até sempre.