sábado, 25 de dezembro de 2010

A lareira



Sinto-me muito privilegiada por ter uma lareira em casa. Não a utilizo tantas vezes quanto gostaria porque já me custa um pouco mantê-la acesa, manusear os tarolos com perícia, gerir a quantidade de pinhas e acondicionar tudo bem para que o oxigénio continue a alimentar a chama. É uma arte, que aprendi com o meu Pai que adorava acender a lareira na nossa grande casa nos dias de festa ou quando estava realmente muito frio. Ele queixava-se de que não fazia mais nada e não parava quieto , mas todo aquele processo lhe era grato pelo prazer que nós sentíamos em redor do fogo. Eu sinto sempre uma verdadeira fascinação e também me quedo a olhar para a dança das chamas a rodopiar à volta dos pedaços de tronco e a contemplar as pinhas incandescentes.
Ainda hoje de manhã fui apanhar pinhas com os meus netos para o jardim da Faculdade de Ciências, onde existe um pinheiro enorme , mesmo ao fundo, num cantinho. Este ritual já é tradiocional nesta época, há três anos até fui sozinha e dei de cara com as gárgulas à volta da fonte, que olhavam para mim com cara de espanto. Hoje, quando lá chegámos , o meu neto mais velho constatou quase a chorar que não havia pinhas nenhumas no chão e que a árvore estava carregadinha delas lá em cima, tão alto!. Mas foi teimoso e resolveu aventurar-se numa zona mais perigosa, com roseiras selvagens que o picaram. Resultou em cheio. Encontrou umas vinte pinhas por baixo duns troncos quebrados que o mais novo queria à viva força trazer para casa:). Assim já pude hoje à tardinha gozar do verdadeiro prazer que é não fazer nada diante do mistério da combustão da madeiraa morrer na minha lareira.
A minha amiga Regina deve ter escrito alguns poemas acerca deste fenómeno, eu só consigo viver o poema dentro de mim, sem nada escrever...

Feliz Natal



Aqui junto à lareira, oiço a canção de Natal que mais me comove ainda hoje. Comecei a cantá-la no Colégio Inglês, nessa língua e depois sempre em todas as línguas que sei. Cantei-a com a família, na Escola com os meus alunos, no Coro dos Jerónimos e agora com os meus netos.

É lindíssima e traduz o milagre desta festividade.


Sleep in heavenly peace....

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Christmas time

Esta viagem foi cheia de peripécias. Para lá o avião da Ryanair partiu com uma hora de atraso e os passageiros estiveram em pé quase uma hora numa escada que dava acesso a aerogare, mesmo os que tinham prioridade. Felizmente não estavam as temperaturas gélidas da Europa, se não teria sido pior. Chegada a Stansted, onde nevava copiosamente, fui logo para o comboio, sem almoçar, só com um muffin e um sumo para uma viagem de tres horas. Chegada a Peterborough que é onde se muda de comboio, vi um alvoroço e muita gente a gesticular. Felizmente não era comigo, eram os passageiros que iam para Londres e que não cabiam no comboio, pois tinha falhado o anterior. Muitos partiram de pé. Se fosse cá, era uma algazarra, felizmente os ingleses, mesmo quando estão zangados não levantam a voz e são educados. Lá apanhei o meu comboio para Leeds onde havia muito lugar e até podia esticar as pernas. Um senhor à minha frente ouvindo-me falar ao telemovel com a minha filha, perguntou-me se eu falava romeno, disse-lhe que não, que era uma língua melhor:))
A paisagem era indescritível, nem me apetecia dormir , fui a ouvir música todo o tempo a olhar para os campos brancos a escurecerà medida que o dia terminava.
Passei dois dias com a minha filha a passear pela cidade, voltei ao Marks&Spencer, a minha loja de culto em Inglaterra, andámos peloas arcadas lindissimas, todas as ruas iluminadas mais com as lojas, calor humano e gente nas ruas do que com luzes artificiais ou grande espalhafato. Grupos de jovens cantavam Christmas Carols alegremente. Fomos ao cinema ver um musical "Burlesque", que se enquadrava bem nesta época festiva.A casa dela tem uma vista linda sobre os montes cheios de neve.

Para cá é que foi pior. Quando chegámos à estação às 10 horas, disseram-nos que não havia comboios para Londres. Nenhuns. E nós já com bilhetes comprados. O avião sairia daí a 7 horas...
Nem pensei duas vezes. Apanhámos um taxi e fizemos 200 milhas com o conforto máximo. A brincadeira ficou cara, mas o motorista era um paquistanês super atencioso, que tudo fez para que nos sentíssemos bem e ainda recusou a gorgeta que lhe quis dar. Pelo caminho a paisagem vestida de branco era um regalo para a vista pago a peso de ouro

O avião para o Porto partiu com duas horas de atraso, mas no aeroporto estava-se bem...e quentinho.Chegámos cansadas, mas felizes. O Natal agora é cá. Já fiz os enfeites e deixo-vos aqui umas imagens desta minha obra :) FELIZ NATAL!

Back from Britain



Sim, já regressei. Uma viagem curta e um pouco atribulada, mas com momentos de oiro, que já previa.
É demasiado tarde para vos contar algumas peripécias, mas quero apenas deixar-vos algumas imagens tiradas do comboio para lá e do taxi (!!!) para cá, que só pecam por ser demasiado pequenas ao pé da vastidão dos campos cobertos de branco...lindo, lindo, lindo.
Nunca tinha visto a Inglaterra assim mergulhada em branco, andei mais de 600 km e não havia pedacinhos que não estivessem gelados. Fiz um desenho num muro ao pé do hotel e dois dias depois ainda lá estava tal qual. Impressionante.


Hoje fico por aqui....amanhã conto mais. Prometo.