sábado, 29 de setembro de 2012

Um projecto a andar

Não sei o que é escrever um livro a sério, de novelas, poemas ou romance. Nunca me dei ao trabalho de o fazer, pois sei como é difícil escrever algo original.
É preciso talento, imaginação, competência e humildade.
Não gosto muito de literatura portuguesa, da que está hoje em dia nos escaparates, talvez porque me parece que a pequenez do país se reflecte também na pobreza dos enredos e frivolidade dos sentimentos.
É claro que há excepções e escritores internacionalmente reconhecidos, mas não há muitos que apelem ao meu desejo de ler, talvez porque fiz um curso de literaturas e tive ensejo de ler muita literatura universal, desde russos até alemães, anglo-saxónicos, franceses e portugueses.

É diferente o que se passa com projectos escolares. Penso que já devo ter escrito mais de trinta, incluindo manuais, workbooks, Livros do Professor, glossários, Leitura Extensiva, etc. Mas cada um é como se fosse o primeiro...passe o cliché.

Hoje estive a imprimir dois blocos do meu novo manual, que já se apresenta quase pronto, ainda que vá sofrer muitas modificações, nas fotos, no layout, no numero de exercicios, etc.
É fantástico o que se pode fazer hoje em dia quase sem ser preciso deslocarmo-nos à editora, tudo é enviado por email com a maior segurança. A comunicação  é quase exclusivamente via ciberespaço, o que parece estranho, mas poupa muito tempo e cansaço.

Também é maravilhoso folhear estas páginas concebidas por nós ao longo de meses, realizar o sonho, prever o resultado final e antecipar o gozo que nos dá sempre ver o manual acabado de sair das máquinas finalmente nas nossas mãos.


Para já, enquanto penso no Workbook,  estou a planear o ano lectivo através do manual propriamente dito, verificando os conteúdos e transformando-os em prática pedagógica....ou seja, visualizar aulas com princípio , meio e fim, sugerir alternativas, apoiar os professores que irão usar estes materiais. É um trabalho apaixonante e nunca o senti como um fardo, um meio de ganhar dinheiro ou sequer de me promover. Faço-o por gosto, agora ainda mais, pois já não dou aulas. É uma continuidade da minha vida profissional, cuja oportunidade quero agarrar com todas as minhas forças.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Tarde com os netos

Hoje com a tarde radiosa que estava, seria um crime ficar com os meus netos metida em casa, resolvi ir ao Botânico ( ou Bonético, como lhe chama o meu neto mais novo) com os dois mais pequenos. Radiantes correram, saltaram , pareciam tão felizes! O mais velho subiu às árvores todas com uma destreza que lhe invejo...sem medo nenhum de cair. O mais pequenino é mais timorato felizmente, adora paus e faz colecção. As árvores cheiravam a musgo e os passos ressoavam no folhedo moribundo. Momentos felizes, que nunca me canso de agradecer.



Está-se bem neste local, onde o outono já aparece um pouco mais visível, ainda que tímido. O chão húmido, pejado de folhas de todas as cores, forma um tapete maravilhoso que não voa, mas nos faz voar.

Pra vós este boucquet de folhas variadas....

Mudança de visual

Não é radical, mas gosto de mudar de visual de vez em quando...

Este quadro que está exposto no Vivacidade neste momento é um dos mais inspiradores que fiz. É abstracto mas consigo ver nele um mundo de coisas....até música.

Por isso, vai aqui um concerto de Vivaldi que o meu neto toca e me comove às lágrimas.




segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Bucólico

São as cores do Outono, o céu a ameaçar chuva miúda, os campos já dourados, os brotos sobressaindo...é o campo da minha imaginação, num quadro a acrílico, um pouco maior - 60x50 cm, a nascer assim de pé para a mão num Domingo de temporal...

Nas ruas de outono
Os meus passos vão ficar
E todo abandono que eu sentia vai passar
As folhas pelo chão
Que um dia o vento vai levar
Meus olhos só verão que tudo poderá mudar

Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto

Daria pra escrever um livro
Se eu fosse contar
Tudo que passei antes de te encontrar
Pego sua mão e peço pra me escutar
Seu olhar me diz que você quer me acompanhar

Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto

Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto...
 

Pablo Neruda

domingo, 23 de setembro de 2012

At last!

Finalmente o Outono e a chuva.

Confesso que não estou nada deprimida, pelo contrário, ontem quando ouvi o ribombar do trovão, senti-me viva; diverti-me a ouvir a chuva a desabar na varanda e a olhar para os pingos em contra-luz.
A minha rua é mais animada à noite quando chove e gosto do cheiro das plantas revigoradas. Devia chover mais....já basta de calor e seca.

Não saí, mas se tivesse carro , ia ver o mar bravo na Foz. Adoro a espuma de encontro ao molhe do farol e as rochas muito negras a lutar contra a fúria do mar.

Ficam aqui algumas fotos tiradas por mim já há tempos - uma delas em Paraty -  e uma aguarela, que nem sei de quem é, peço desculpa, mas não é minha!




Benvindo Outono!