sábado, 23 de outubro de 2010

Tempo de geleias...e castanhas


Já fiz a minha geleia de marmelo da saison, em duas sessões, uma com marmelos oferecidos pela mãe da minha nora, muito saborosos, mas com alguns problemas ( bichinhos) à mistura, ficou linda, mas escassa. Outra com marmelos comprados no Froiz, excelentes marmelos, grandes , sãos, mas menos saborosos do que os da aldeia.
Os boiões estão cheios a reluzir ao sol, com aquela cor da geleia , que não é vermelha , nem laranja, uma cor indefinível que sabe e encanta mais do que parece.
Na minha casa comiam-se castanhas assadas ou cozidas com geleia nesta altura do ano. A minha Mãe fazia geleia muito bem e orgulhava-se disso. Já a marmelada era um pouco desprezada, não gostávamos muito dela e o meu Pai preferia a goiabada que lhe mandavam da Índia.
Os meus filhos adoram geleia com castanhas, mesmo no meio do ano ( castanhas congeladas, que basta meter no forno ou na panela). Não faço marmelada, leva muito açúcar e fica para aí sem que ninguém a coma...
Estas fotos não são minhas, mas retratam bem o que este manjar representa para mim ( nós).
Também gosto de castanhas com carne de porco assada e hoje estou a faze-la para o meu filho que veio de Lisboa. É um prazer passar camisas a ferro, cozinhar e vê-lo feliz. É para isto que uma Mãe cria um filho :))

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Edith Cohen Gewerc



Quando comecei a ir ao atelier Utopia, a minha amiga Regina falou-me numa pintora que a tinha influenciado um pouco e que ela admirava muitíssimo. Logo nesse dia fiz uma pesquisa e fiquei entusiasmada com a obra desta artista, para mim desconhecida, que apresenta uma colecção de óleos e gravuras extremamente originais e atraentes.
Fica aqui a sua biografia em inglês, pois não existe em português e penso que muitos dos leitores deste blogue compreendem esta língua. Também figuram algumas das suas obras.
Edith Cohen-Gewerc was born in Paris. She spent her youth in Rio de Janeiro where she studied painting at the "Escola de Bellas Artes". She came to Israel with her family in the early sixties, and since then has dedicated herself to her art and now, she lives and works in the city of Kfar Saba.
The impressions of her new country, together with her solid conception of painting, have led to a main motif: light, expressed via a vast palette of delicate colors.
We can follow the evolution of her vision and unique techniques through several exhibitions… Invited to participate in the famous "Salon des Indépendants" in Paris (1972), she also had two important personal exhibitions of her works (1973) in Paris and Biarritz. She has had one-woman shows in Rio de Janeiro (1971), in Wiesbaden (1994), in Geneva (2000, 2003), in Tel Aviv (1979, 1989, 1990, 1996) at Engel's and Tiroche Galleries, in Jerusalem (1992), and so forth…
At present, she is working on a large exhibition of her painting and etchings in Rio de Janeiro.
Together with the voices of art, concentrated in denunciation of our "collapsing world", Edith chooses to focus her creation on a march into her inner landscapes, and invites us to accompany her.
We begin our journey by moving through dense layers, then head into lighter spaces until we reach a harmonic encounter with a new environment, which can be either physical or spiritual, where we discover the light coming from within.
Sometimes we wish to return to the depths of the painting, experiencing the infinite penetration into uncertainty, however this is a search free from fear or anxiety.
Sometimes we look for a path leading out of the crude soil in order to reach, step by step, the ethereal level. Upon contemplating matters once again, we then understand that we always stand before a new discovery.
What is said is barely hinted; like life itself, the essence lies in its folds.
Edith is inspired by the process of conscious evolution, the main axis of the theory called Logosophy and its method.
.

http://www.edithcg.com/ . The Art of Edith Cohen Gewerc

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Outono tarda a chegar



Fui ao Jardim Botânico durante uma hora para apanhar umas pinhas para a lareira, antes que comece a chover e elas fiquem encharcadas. Havia-as aos montes, cheias de resina e envoltas em caruma, com aquele cheirinho tão especial que me faz lembrar a minha infância na quintarola de Albarraque, onde passávamos parte das férias até aos meus dez anos. Os meus netos gostam muito de fazer essa actividade , mas o jardim agora fecha aos fins de semana e nos dias normais as 4 horas, de modo que era impossivel ir com eles.
Está um dia lindo, daqueles a que os ingleses chamam "Glorious"...eles não têm muitos destes lá na sua terra. Não há uma única nuvem no céu e por entre as árvores densas, vêem-se pedacinhos de azul luminoso. Tiro sempre fotos diferentes neste local e adoro ouvir os passarinhos, anda que entrecortados pelos automoveis e pesados da VCI.


Andam a restaurar a casa dos Andersen, que está envolta num manto branco, como aquelas peças de mobiliário nas casas antigas, quando a família partia para férias. Dizem que vai haver lá uma exposição. Grande ideia, pois a casa estava mesmo a precisar de obras.
A secura torna as flores quase inexistentes e as que há, rosas, malmequeres, repúblicas, estão sequiosas e muito abandonadas. O jardim de nenufares tb parece outro de tão degradado. Não haverá uma associação de voluntários que queira vir para aqui restaurar o jardim?
Mesmo assim...vale sempre a pena ir em busca do Outono. As primeiras plantas a vestir-se de cores multivariegadas são os áceres e as vinhas virgens, lindas nas suas roupagens de carmim e ouro. Em breve todas as outras estarão prontas para o baile outonal.