sábado, 24 de julho de 2010

Babá ao rum e outros acepipes

Hoje dediquei-me à cozinha e não me saí mal, embora fizesse outras coisas pelo meio, como é meu costume.
Gosto de cozinhar, mas às vezes, também sinto necessidade de sair para comer, faço-o regularmente com os meus dois filhos para socializar e comer bem. Ontem fomos a um restaurante que muito aprecio, na Foz, onde servem fondue. Já há mais de dez anos que lá vou, conhecem-nos bem e sinto-me em casa. A decoração é excelente, o ambiente também e pelo facto de estar junto à praia, pode-se sempre ver o pôr do sol no mar.

Hoje fiz um rosbife à inglesa para o jantar com arroz e salada. Comi tanta salada que até estou enfartada de verdes! Para a sobremesa, acedi ao pedido do meu filho e fiz um Babá ao rum, à maneira francesa. Lembro-me com saudade dos bábás de Lisboa, acho que eram os meus bolos preferidos de sempre. Não usei rum, pois não o tenho, mas vinho da Madeira que faz o mesmo efeito.
Agora vou ver o futebol - Benfica, byekk - só para fazer a digestão de tanto pitéu.:))

Exposição PICASSO no METROPOLITAN MUSEUM OF ART - NY


Sei que NY não fica ao virar da esquina....mas vale a pena lá ir quase só para ver esta exposição da obra de Picasso. A fundação de Serralves organiza uma viagem a NY e Chicago que inclui uma visita ao MET.




This landmark exhibition is the first to focus exclusively on works by Pablo Picasso (Spanish, 1881–1973) in the Museum's collection. It features three hundred works, including the Museum's complete holdings of paintings, drawings, sculptures, and ceramics by Picasso—never before seen in their entirety—as well as a selection of the artist's prints. The Museum's collection reflects the full breadth of the artist's multi-sided genius as it asserted itself over the course of his long and influential career.



Estes quadros e desenhos são uma amostra minúscula do que se pode ver na exposição.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Catedral



Quando comecei a pintar este quadro, que há muito estava na Utopia em standby com umas cores horrendas que tapei completamente com impasto, veio-me a mente as cores azuladas e alaranjadas de Monet; o meu professor tb disse que a pintura lhe lembrava as cores da catedral de Rouen e foi buscar um livro enorme para me inspirar,

É claro que este quadro nada tem a ver com os dele, nada mesmo. A harmonia e a impressão da catedral não existe. No entanto, quando olho para ele, sugere-me algo de religioso ....
Não sei se os apreciadores de abstractos verão outra coisa ou sequer se gostarão deste exemplar.
È muito diferente daquilo que habitualmente faço. Mas tenho de ir tentando outros estilos...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

36000 visitas

Que a fonte continue a jorrar com a vossa ajuda e comentários. Obrigada!




Fonte de Sheffield ( Abril 2010)

The Ghost Writer



Polanski sempre deu que falar.
Lembro-me do seu nome desde que me lembro de ir ao cinema. Por sinal o primeiro filme dele, que o meu ex- insistiu em ver - éramos intelectuais (!!!) nos nossos vinte anos - depois de uma breve discussão sobre se deveríamos ir ao "O Jardineiro" ou ao "O Beco" e fomos a este último de Polanski, decepcionou-me muitissimo, era " uma seca" como diríamos agora.
Monótono, sem enredo quase.

O filme que fui ver ontem com os meus tres filhos é o contrário.Um thriller com a técnica e atmosfera inglesas e um realizador europeu. Excelentes actores Ewan McGregor em destaque, muito low profile, uma paisagem lindíssima numa ilha, que é suposto ser Martha Vineyard, perto de Boston - onde estive no ano passado - mas que fica na costa alemã, na realidade. Um puzzle que só se deslinda no fim e sobre o qual não conto nada, pois iria ser uma spoiler e estragaria o prazer de quem não viu o filme.
O romance foi escrito por Robert Harris, que também auxiliou no argumento

Não estamos aqui perante nenhuma obra-prima, nem filme de culto, mas são duas horas muito bem passadas - não fossem as pipocas e os risinhos de pessoas que não sabem o que é cinema, nem silêncio. Custa-me verificar que hoje em dia, muitas pessoas não conseguem estar às escuras numa sala, sem conversar, dizer disparates ou comer. Mal empregadas sessões de cinema com tanto conforto e ambiente. Ainda por cima os meus cartões ZON e o Visa deram-me dois dos quatro bilhetes!!!

Uma soirée bem passada, que aconselho a todos os que gostam de bom cinema.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O mar à soleira da porta

Ontem passei a tarde junto ao mar.

Não vou escrever nada sobre essa experiência. Foi excepcional. Vão aqui fotos que me fazem sentir privilegiada, como milhões de portugueses que sabem como a nossa costa é magnífica, uma dádiva de Deus, prémio que não merecemos se calhar...



Uma Após Uma as Ondas Apressadas

Uma Após Uma
Uma após uma as ondas apressadas
Enrolam o seu verde movimento
E chiam a alva 'spuma
No moreno das praias.

Uma após uma as nuvens vagarosas
Rasgam o seu redondo movimento
E o sol aquece o 'spaço
Do ar entre as nuvens 'scassas.

Indiferente a mim e eu a ela,
A natureza deste dia calmo
Furta pouco ao meu senso
De se esvair o tempo.

Só uma vaga pena inconsequente
Pára um momento à porta da minha alma
E após fitar-me um pouco
Passa, a sorrir de nada.


Ricardo Reis, in "Odes"

domingo, 18 de julho de 2010

Abstractos: quentes ou frios



Ontem fiz dois quadros em MDF com impasto e acrílico bastante diluído. São completamente abstractos. Um é caloroso, quente, em tons outonais, diria. Outro é em tons de azul e mais frio.

As cores é que ditam a temperatura...segundo o meu professor. É verdade. Se sentirem calor olhem para o azul e sentirão frescura, a do mar, dos rios, do céu, das safiras.
Se sentirem frio, aqueçam-se com os laranjas, os cobres, os vermelhos das rosas, do fogo, do tijolo. Acreditem, as cores transmitem sensações e provocam reacções em nós.

Para acabar, um poema sobre as cores e o amor. Encontrei-o aqui por acaso. Vai substituir, por hoje, a minha falta de inspiração para grandes prosas...:)


DÉGRADÉ

Há múltiplos tons na aquarela do amor:
Quem é que é capaz de tentar expressar?
Uns dizem que é espinho, uns dizem que é flor;
Uns dizem sorrir, uns dizem chorar...

E a tinta incansável tenta compor
Tal quadro maior que o céu e que o mar:
Prazer e martírio, paz e rancor,
Ceder e exigir, partir e ficar...

E embora ninguém consiga pintar
Ao certo o matiz da face do amor,
Ninguém desistiu jamais de o tentar;

Porque sua atração consiste em surgir
Não simples que ao olho possa-se expor,
Mas simples que a alma o possa sentir.

Ederson Peka