sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

John Keats - estrela cintilante



John Keats - 1795-1821



É um belo filme, daqueles que não empolgam, mas mexem com a nossa sensibilidade estética e emocional do princípio ao fim. Sobretudo visto como eu o vi, praticamente sozinha, na sala 3 do Medeia Cidade do Porto. Um filme lindo ao jeito de Jane Campion , realizadora de "O Piano" e de outros filmes menos conhecidos.
O tema é a biografia do último poeta romântico britânico, John Keats,considerado um dos grandes, nascido no fim do sec XVIII e falecido em 1821, 25 anos mais tarde, de tuberculose.
O filme é duma simplicidade quase total, linear, com uma fotografia esplendorosa, cenários típicos da Inglaterra rural, guarda-roupa apropriado, contenção nos gestos, nas falas, na expressão dos sentimentos, erotismo não explícito, mas que se sente nos olhares e nas atitudes.

Música de Mozart...acompanhamento em fundo sublime.

Fica aqui um poema de Keats e o trailer do filme para quem quiser ver.

Bright star

Bright star! would I were steadfast as thou art--
Not in lone splendor hung aloft the night,
And watching, with eternal lids apart,
Like nature's patient sleepless Eremite,
The moving waters at their priestlike task
Of pure ablution round earth's human shores,
Or gazing on the new soft fallen mask
Of snow upon the mountains and the moors--
No - yet still steadfast, still unchangeable,
Pillowed upon my fair love's ripening breast,
To feel forever its soft fall and swell,
Awake forever in a sweet unrest,
Still, still to hear her tender-taken breath,
And so live ever - or else swoon to death.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Há pouco

acabei este quadro. Já o tinha em mãos há dias, mas ainda não estava "esmeoçado" :)))...agora já tomou forma e cor. Gosto muito de misturar azuis, verdes e amarelos - e dão tons tão diversos entre si! Este quadro poderia ser o fundo do mar, o interior duma floresta ou imagem dum livro de contos fantasmagóricos ( que eu gostaria de saber escrever).

Vai aqui acompanhado de música, que já há muito não coloco aqui.
É o tema do filme " The Hours", que a par de " O Piano" foi um dos filmes que mais me impressionou em toda a minha vida. É um filme sobre três mulheres em épocas diferentes, que só têm em comum uma delas, Virginia Woolf, a romancista inglesa, brilhante escritora, que sofria de esquizofrenia, no tempo em que não havia cura nem medicamentos para essa doença. Um filme dramático que nos deixa pregados na cadeira com música sublime de Philip Glass, que podem ouvir aqui em versão s+o para piano.

Leitura fora de casa



Li ontem no I uma reportagem interessante sobre as leituras que se fazem nos transportes públicos em Lisboa. Pelos vistos ainda há quem leia no metro, nos autocarros, pendurado nos varões, em pé. Aqui no Porto é raro ver pessoas a ler nos autocarros, mas a falar ao telemóvel são às dezenas, incomodando todos os utentes e fazendo-nos tomar parte nas conversas desenxabidas que por vezes têm com amigos e familiares.Nos comboios, então, nem se fala. Tenta-se dormitar e só se ouvem toques, qual deles mais embirrento e pessoal.



Sempre li nos transportes em Lisboa. Fazia todos os dias o percurso Restelo-Cidade Universitária, no tempo em que o metro era um centímetro e não me adiantava para nada. Tinha de apanhar o autocarro 12 até ao Calvário ( nome sugestivo), aí esperar pelo 38 que percorria quase Lx inteira até ao Hospital de Santa Maria. Levava uma hora e meia por vezes. Escusado será dizer que lia, lia e voltava a ler. Até fazia tricot, muita camisola foi feita por ali.Sempre gostei de ler livros de fio a pavio - Gone with the Wind, Exodus, Guerra e Paz, Os Irmãos Karamazov, são alguns exemplos - até que há uns anos deixei de poder ler sem óculos. Os óculos complicam-me a vida, embora ainda consiga ler letras maiores, como o jornal I, por exemplo, sem eles. Só tenho 1,5 dioptrias.
Lembro-me dum ritual sagrado que cumpria amiude: ia apanhar o autocarro 43 à Praça da Figueira, donde ele partia, e comprava o JL que vendiam no chão junto à paragem. Deleitava-me a ler sobre literatura e novos livros de poesia, cinema e artes. Era barato.
Também li muito Shakespeare nos autocarros, apesar da letra minuscula e da complexidade da escrita. Só para a cadeira de Literatura I tive de ler treze peças em inglês, conhecer os enredos, localizar citações, enfim, um trabalho ciclópico que hoje já ninguém faz. Lêem a tradução ou os resumos já feitos na Internet. Nós tínhamos exames no anfiteatro, em que era possível consultar as obras, mas as citações baralhavam-se no nosso espírito e era bem difícil distinguir as comédias das tragédias, pois S. é sempre denso e filosófico.

Sobre Shakespeare, há um história engraçada que não resisto a contar.
Quando a Internet começou já há uns bons doze anos, quis preparar uma sessão da APPI sobre as possibilidades que se abriam, através dela, na preparação de aulas completamente diferentes e inovadoras. Ao fazer uma busca sobre Shakespeare, que na altura era tema obrigatório no 12º ano, encontrei inúmeros sites em que jovens faziam perguntas sobre os enredos das peças, de modo a poderem realizar os seus trabalhos da escola. Num forum sobre TPCs, um jovem pôs esta questão: Alguém me pode ajudar? Queria saber o nome de todas as personagens que morrem no final da peça Hamlet.. O forum era inglês ou americano. Uma das respostas foi : I wish I knew it ( Quem me dera a mim saber isso).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

13.000 visitas

Atingidas há minutos ou horas, não sei bem.

Fico contente, não por estar convencida de que digo algo de novo às pessoas, mas porque verifico que ao expor-me um pouco, há feedback da parte dum público que , afinal, não encontra aqui nada de verdadeiramente excepcional, se não uma expressão pessoal sobre as Artes ( em movimento).
O meu irmão abriu um novo blogue sobre fotografia e música; ao vê-lo - está bonito com cores lindíssimas - fiquei com receio de que me viesse roubar um pouco o protagonismo nestes campos :).Mas acho que não. Este blogue é pessoal e só atrai mesmo quem se identifica um pouco com o meu modo de ver as coisas.

Há quase um ano fiz três quadros a pastel com o mesmo tema. Chama-se " Bétulas" I, II, III.


Uma sobrinha, a quem ofereci anteontem um quadro em guache chamado Dreamy trees à sua escolha, escreveu-me isto hoje: Tia, venho pedir-lhe um favor: embora tenha gostado muito do Dreamy trees, há aqui vozes que choram pelas bétulas. A tia deu a alguém? Se não, vende-mo? A sério, que eu sei estas coisas dão trabalho. Confesso que fiquei dividida, gostei muito dos 2.

Espero que ela não fique zangada comigo por transcrever as suas palavras, mas a sinceridade tocou-me fundo. Claro que lhos dou. Lá irão as Bétulas para Coimbra, pode ser que daqui a muitos anos, os netos dela perguntem quem as pintou.

Mas a que vêm aqui as bétulas chamadas?
Como estes três quadros, os blogues podem todos centrar-se em temas parecidos, mas nenhum é igual ao outro, dadas as idiossincrasias de quem o cria. Não tenho , assim , receio de que o blogue do meu irmão me venha ofuscar o meu.

E espero que o numero 13.000 seja o da sorte!!

WOOPHY - World of Photography


Embora já tenha mencionado várias vezes este site, ainda nunca lhe dediquei uma entrada em especial, o que é uma lacuna. Soube dele há uns três anos através da dona do atelier onde andava, cujo marido era fotógrafo amador.
Inscrevi-me lá e no site português - Olhares - mas a facilidade em fazer o upload das fotografias e o instante em que aparece um comentário, dois até 15 ou mais, é realmente fabuloso e fiquei fan do Woophy para sempre. No momento em que uploadamos ( passe a expressão) a nossa foto, mais de centenas de fotos estão a ser postas no site simultaneamente. A face do site é user-friendly, com um mapa de todas as regiões e pontos do mundo, donde provém as fotos. Numa página especial podemos ver todas as fotos postas hora a hora, minuto a minuto, os comentários, as favoritas, as mais raras, etc.
Ao fim de algum tempo, as pessoas começam a conhecer-se, muitas escrevem blogues mesmo lá, fazem relatos de viagens, experiências, etc.
O forum permite que se coloquem questões técnicas, jogos de adivinhação ( what's this?), desafios ( 14-day-challenge) e concurso ( Contest the Best Picture of the Month), onde cada um coloca a sua melhor foto do mês findo e sujeita-se à apreciação dos outros , cabendo a um juri escolher as três melhores. Os prémios são simbólicos, mas importam para o currículo dos fotógrafos e para a sua auto-estima.
Durante o ano vão-se organizando encontros em várias cidades, como na de Aveiro, onde tivémos o primeiro encontro em Maio, que relatei aqui no blogue.

Devo dizer que tenho aprendido mais com o Woophy do que se tirasse um curso de fotografia. Há muitos fotógrafos portugueses excelentes neste site, a par de outros que nos deslumbram com a sua técnica e sensibilidade e imagens de países mais exóticos. É impossível abarcar todos eles.Também há discussões polémicas sobre os ratings e intrusos.Mas duma maneira geral somos todos fans deste site e já não conseguimos dispensar a visita todos os dias.

Vão aqui duas fotografias de "amigos" meus do Woophy, para verem como são especiais.



Jan Hemels - Alkmaar- Holanda



A.Miguel Oliveira - Porto

domingo, 10 de janeiro de 2010

Expo- Santiago



Afinal o meu PC não foi à vistoria, de modo que tenho-o tido operacional todo o fds.Parece que adivinhava que eu o queria em casa para poder uploadar tanta foto, deste blogue e do blogue familiar. Recebi hoje 80 fotos dos eventos que ontem se sucederam a propósito do Intercâmbio com O Grove e quero prestar homenagem a outras obras que também figuraram na nossa exposição na Utopia. Não menciono o nome dos autores pois ainda não os sei de cor. Peço desculpa por isso.











Deve ter sido fantástico....mas outras notícias virão sobre o mesmo tema.