Estava na loja em Valongo, tinha ficado em cima do balcão quando andei a ver onde se poriam os quadros e depois esquecei-me de a meter na carteira. Infelizmente, não me telefonaram a dizer que ela lá tinha ficado. Poupavam-me horas de ansiedade....telefonemas para as centrais, etc. Desculpo tudo porque montar uma loja dá muito trabalho e compreendo que não houvesse tempo para pensar em mais nada. Estou feliz, na próxima semana vou a Valongo buscá-la, olá se vou.
Nem quero acreditar...estava de rastos embora dissesse para comigo: não é o fim do mundo....pois não, mas sem Leica, a minha vida não era a mesma coisa :))))
Vai aqui mais uma foto para festejar....uma papolia singela, parece irreal de tão simples.
Museu de Serralves- janela Hoje perdi a minha máquina fotográfica Leica. Fui a Valongo ver a loja Stella Orion e levar os meus quadros para lá, estava entusiasmada com a loja, o passeio e com o shopping, vim de comboio para o Porto em 15m, saí em S. Bento , ainda passei pela loja de materiais de artes visuais em Sá da Bandeira para comprar telas e argamassa, apanhei um taxi,cheguei a casa e reparei que não tinha a máquina.
Homem do Leme - Foz
Estou inconsolável. Com ela tirei as melhores fotos de sempre ( minhas), já a tinha há mais de um ano, comprei-a em Boston, recordando o meu Pai que andava sempre com a sua Leica e a considerava a melhor do mundo. Era o meu pertence mais precioso, que me acompanhava todos os dias. Não tenho esperança de a encontrar. Deve ter caído no taxi que tomei para casa e não faço ideia quem era o condutor, não fiquei com recibo, estupidamente, porque vinha muito carregada e apressei-me a sair no Campo Alegre.
Ficam aqui algumas fotos que considero das melhores que tenho.Cliquem nelas pois vale a pena. Não sei quando tirarei outras assim.
Não há dúvida que a chuva inspira. Por isso o Gene Kelly dançava e cantava: I'm singin' in the rain, I'm singin' in the rain...how happy I am.
Hoje não fui dançar para a chuva, nem sequer à rua, limitei-me a vê-la cair da janela sobre as plantas que já estão verdinhas como nunca estiveram. É um bálsamo ver a terra a fazer nascer tantas ervinhas, tanto cogumelo, tantas folhas novas. Nem parece inverno.
Sempre adorei a Inglaterra e uma das coisas que mais apreciava lá era o cheiro a musgo por todo o lado, como aqui acontece junto às camélias floridas do Jardim Botânico. Quando chove vem-nos aquele odor a fungos e terra molhada que me inebria. Gosto mais do ar no inverno do que no Verão, apesar do frio.
Pois passei todo o dia em casa, excepto uma hora em que dei uma saltada aos meus netos. O meu neto perguntava-me noutro dia quando usei a palavra saltada , se eu vinha "aos saltinhos":))). Gostei da ideia.
Hoje pintei. Mais um quadro de dimensões tão grandes que, mesmo que queira, não posso levar para o atelier e mostrá-lo. Não conduzo, ando sempre pendurada:(. Vou ter de levar a fotografia e o professor vai ter de acreditar que fui eu que o fiz :))
Gosto dele. Tem um não sei quê de loucura...chamei-lhe "Madness".
Hoje comprei bilhetes para este concerto que aconselho vivamente a quem gosta de música, musicais e cinema. Já vi uma interpretação do mesmo género com o filme Feiticeiro de Oz e foi espectacular.
O filme é exibido em ecran gigante e a orquestra toca o soundtrack ao vivo. Neste espectáculo são vários os filmes escolhidos. Podem ver o anúncio do programa. Penso que entusiasmará qualquer um . Os bilhetes custam 15 euros.
Quem nunca viu o sapateado de Gene Kelly, sob a intensa chuva, ao som the Singin'in the Rain? E a vida agitada da capital francesa, com as buzinas que Gershwin retratou em Um americano em Paris? Estas e outras músicas, temas tão conhecidos como o da banda sonora de 2001 Odisseia no Espaço, serão interpretados pela Orquestra Nacional do Porto com a projecção de excertos dos filmes em tempo real.
18 Dezembro - 21h /16 EUR
ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO
Neil Thomson direcção musical
Johann Strauss II , Richard Strauss2001 Odisseia no Espaço Lerner,LoweBrigadoon (excertos) Nacio Herb BrownSingin' in the Rain (excertos) Miklos RoszaMadame Bovary (excertos) George GershwinUm Americano em Paris
São 6 da manhã e não consigo dormir. Não sei se foi dum café que tomei ontem à tarde, se das emoções do lançamento do livro de poemas da minha Amiga Regina, que me impressionou bastante, se do tempo chuvoso, da vontade de pintar sem parar....
O evento de que falo foi bonito pela sua simplicidade e pelo gosto com que todos os participantes ali estavam. Ninguém tinha sido obrigado, a tarde estava muito chuvosa, o clube quentinho, as crianças palradoras, a apresentação concisa e apelativa, a música envolvente, tudo muito belo e leve. Uma verdadeira lufada de ar fresco.
Deve ser bom ter a família toda à volta a presenciar momentos altos da nossa vida - um livro que se escreve, uma experiência que se faz para as crianças, um autógrafo que se dá com amor, palmas que se batem porque merecidas, pessoas que não se esperavam ver, conversas trocadas e todos os sinais de Amizade que se nutrem por uma pessoa que não exige nada, mas dá muito aos outros.
Fica aqui uma das poesias mais bonitas do livro " Ciência para meninos em poemas pequeninos":
Poesia
Perguntaram à Maria o que era a poesia e a Maria respondeu:
É saber olhar o Céu, ouvir as ondas do mar, e sentir a maresia, as aves a chilrear, desde que o sol se levanta, deixar a areia escapar por entre os dedos da mão e saber ouvir o vento que traz sempre uma mensagem quando chega de viagem. É acarinhar a terra cada animal, cada planta,cada pedra, cada rio. É cantar ao desafio com o melro, o gavião, e também a cotovia, o pardal, o rouxinol. É saudar o arco-íris num dia de chuva e sol.
Para homenagear esta minha Amiga poeta, que conheço há quase trinta anos, adicionei aqui umas fotos minhas relacionadas com a mensagem do poema. (Clicar para ver maior.)
Não, o título desta entrada não tem nada a ver com o nome do meu blogue, nem com a minha pintura, mas tem a ver com a Arte e em especial com a minha cidade de adopção. Abriu há poucas semanas uma nova galeria na zona do Bom Sucesso, que é frequentada por muitas pessoas do centro e da Boavista. O sítio é ideal, a rua sossegada, com árvores dos dois lados e autocarros frequentes. Descobri-a na revista Bombart, de que vos falei há dias. Reparei que tinham exposições e que uma delas terminava ontem, daí ter decidido ir ve-la , antes que fechasse. Logo que cheguei deram-me um catálogo vermelho, lindíssimo com fotografias de alguns quadros e esculturas e uma lista biográfica dos artistas, que vão de Vieira da Silva, com um único quadro, até duas jovens talentosas, Elsa Lé e Nazaré Alves, passando por outros nomes como Francisco Laranjo,Pedro Calapez, José Rodrigues, Arpad Szenes, Rogério Ribeiro, Mário Cesariny, Helena Abreu e muitos mais. São quatro salas cheias de quadros interessantes e esculturas magníficas.
A galeria apresenta ainda expos permanentes de Júlio Resende, desta feita os seus quadros mais recentes, alguns muito interessantes com temas africanos.
Fiquei surpresa de encontrar assim num local tão acessível - não é um museu, felizmente - obras tão boas e originais. As esculturas também eram fantásticas.
Júlio Resende - The Flight of the Palette
Conversei um pouco com a rapariga que estava à secretária, comprei uma peça - um prato pintado por Júlio Resende, que me pareceu atraente, dei-lhe a minha opinião sobre a galeria e falei-lhe do meu blogue. Ela pareceu interessada e deu-me um cartão para contactos, dizendo que me comvidariam para próximas inaugurações. Não é muito o meu género, mas nunca se sabe, até pode ser que me encorage. Ainda trouxe mais três catálogos para oferecer ( um vai para o meu prof e outro para o atelier)
O site é muito interessante também: www.corespontânea.com. Podem consultá-lo.
Passei lá uma hora agradável. Lembrou-me as inúmeras galerias de Boston na Newbury Street, sempre tão acolhedoras, com pessoal qualificado e simpático e sem sofisticações. Vou voltar em breve.
pintei um quadro. É diferente de todos os que já fiz, é enorme, quase que não cabia na minha mesa da cozinha e não podia ser pintado no cavalete, devido às técnicas usadas.Como estava pouca luz, quase que nem dei pelo resultado, a não ser hoje de manhã, quando a luz do sol incidiu sobre ele. É pintado a acrílico sobre tela e mede 1mx80cm. Chamei-lhe : Blossoming .
Fi-lo para ser exposto numa loja de moda - Stella Orion - para cuja decoração me convidaram. Estou bastante entusiasmada com a ideia, porque foi através do blogue que souberam da minha pintura e ofereceram-se para lá expôr os meus quadros, sem levar comissão, só pelo prazer de ter uma decoração mais moderna e "arrojada". Na 4ª feira vou conhecer o espaço, que é inaugurado no sábado. Fica em Valongo que é a 10 km do Porto. Um local bastante agradável.
Há nadas que surgem assim dum momento para o outro, experiências que nos apaixonam.... Uma loja de moda? Porque não?
Paula Rêgo ( ?!) expôs um mural dela na cafeteria da National Gallery, onde as pessoas se sentam a comer, a beber café e a descansar. A pintura como a música não deve ser só para ver em galerias, deve estar à mão e acompanhar-nos em todos os momentos.
Obrigada, Sónia, pelo convite. Em breve porei aqui uma entrada sobre a loja, logo que haja fotografias da mesma.
Dantes ninguém ia a Londres, Paris ou NY que não tentasse ver um musical dos mais apetecíveis, comprando os bilhetes nas agências, visto que nos teatros já não os havia e o mercado negro abundava. Lembro-me de ter ido ver alguns em Londres - Jesus Christ Superstar, que não me entusiasmou nada, apesar de ser dos mais populares de A.L.Webber, Hair - um dos mais carismáticos de sempre, devido à mensagem de paz e "make love not war", típica dos Sixties e do movimento hippie. E ainda o Fantasma da Ópera, de que já falei.
Mas há um musical que nunca mais esquecerei - nunca se esquece a música que nos toca fundo - não só pela performance a que assisti em Londres, mas também pela companhia que levei, ou que me levou e pela repercussão que este musical teve e tem na minha vida. Eu, que nem tenho gatos!!
Falo-vos de CATS, o musical composto a partir do fabuloso livro de T.S.Eliot, traduzido em português pelo meu saudoso professor João Almeida Flor da FLUL.
Fui ver este musical em 1993 com os meus filhos, que ficaram de tal maneira empolgados que não descansaram enquanto não convenceram o professor de Música do Colégio Alemão a coreografá-lo e a pô-lo em cena nos anos 90, interpretado pelos alunos vestidos de gatos. Fui eu que pintei o fato do meu filho - uma T-shirt preta e calças de desporto pretas, todas pintadas com riscas douradas, prateadas e brancas. As tintas cheiravam mal , mas o "actor" aguentou-se bem. A minha filha levava peles de gato pregadas ao fato e suava em bica, mas nada disso a afectou. Este musical ainda foi levado a Barcelona, Bilbau e a outras escolas do Porto, com grande destaque ( modéstia aparte) para o meu filho que não só cantava e dançava, como tocava flauta a acompanhar o celebérrimo Memory.. Fui professora de Inglês da Escola Profissional de Música durante dois anos e o programa de Inglês de 10º e 11º anos era feito em grande parte pelos professores, pelo que resolvi usar os poemas de Eliot, as letras e a música de Cats para os motivar e comparar com uma ópera clássica de Purcell : Dido and Aeneas. Comparar Memory com o Lamento de Dido, não lembra ao diabo, mas resultou em pleno. Foram das aulas mais entusiasmantes que dei na minha vida e nunca esquecerei os alunos pelos quais nutria uma enorme simpatia e até admiração, apesar de alguns serem fraquinhos a Inglês. Quando os encontro agora, ainda se lembram dessas aventuras pelo mundo da música inglesa. Durante anos ouvi os Cats regularmente. Depois deu-se um hiato de mais de uma década em que pouco ouvia musicais, até que chegou a hora dos meus netos nos anos 2005-6-8. Não tendo nunca visto o verdadeiro CATS, eles conhecem o musical através de extractos do Youtube, cantam e dançam como verdadeiros gatos. É comovente para uma avó ver estas tradições passarem dos filhos para os netos, cantados e dançados por pais e filhos com a mesma força e garra.
Em memória desses momentos tão intimamente ligados ao foro familiar e a minha vida profissional, vai aqui um vídeo de Cats, o mais querido dos meus netos e o meu também, afinal.
A letra vai encurtada, devido ao seu tamanho. Só transcrevo as estrofes absolutamente geniais do poema e não os refrões.
JELLICLE CATS
Are you blind when you're born? Can you see in the dark? Can you look at a king? Would you sit on his throne? Can you say of your bite that it's worse than your bark? Are you cock of the walk when you're walking alone?
Because Jellicles are and Jellicles do Jellicles do and Jellicles would Jellicles would and Jellicles can Jellicles can and Jellicles do
When you fall on your head, do you land on your feet? Are you tense when you sense there's a storm in the air? Can you find your way blind when you're lost in the street? Do you know how to go to the Heaviside Layer?
Can you ride on a broomstick to places far distant? Familiar with candle, with book and with bell? Were you Whittington's friend? The Pied Piper's assistant? Have you been an alumnus of heaven or hell?
We can dive through the air like a flying trapeze We can turn double somersaults, bounce on a tire We can run up the wall, we can swing through the trees We can balance on bars, we can walk on a wire
Can you sing at the same time in more than one key Duets by Rossini and waltzes by Strauss And can you (as cats do) begin with a C That always triumphantly brings down the house
Jellicle cats are queen of the nights Singing at astronomical heights Handling pieces from the Messiah Hallelujah, angelical choir
The mystical divinity of unashamed felinity Round the cathedral rang "Vivat!" Life to the everlasting cat!
There's a man over there with a look of surprise, As much as to say, "Well now how about that!" Do I actually see with my own very eyes A man who's not heard of a Jellicle cat? What's a Jellicle cat? What's a Jellicle cat?
Infelizmente não encontro o meu livro com a tradução que muito gostaria de vos apresentar.
Esta noite estive quase duas horas a ouvir " The Phantom of the Opera" - O Fantasma da Opera - em frente à lareira. Um momento de pausa, depois de pintar toda a tarde, cozinhar e ainda ver o derby lisboeta, que não me aqueceu mas arrefeceu. Andrew Lloyd Webber criou musicais geniais e este será um deles. Levou pessoas ao delírio emocional com peças que permaneceram em palco durante mais de vinte anos: Cats, Evita, Joseph and the Technicolor Dreamcoat, Jesus Christ Superstar, etc. .
Tenho um amigo que já viu este musical mais de seis vezes, cada vez que vai a Londres ou a NY, tem de ir ve-lo. Agora já não será possível, penso que já não está em cena em Londres. Se ele ler este blogue, vai sorrir com certeza.
A música é envolvente do princípio ao fim. A história arrepiante, os settings fantasmagóricos. As vozes sublimes. Michael Crawford e Sarah Brightman ficaram famosos pelos seus duetos.
Vai aqui uma das mais belas canções do musical às 2 da manhã: Music of the Night. Arrepiem-se com a voz de Michael Crawford e deixem-se enlevar pela música da noite, neste Domingo de chuva inclemente. O vídeo é extraído em directo da peça, o que transmite mais emoção ainda.
A letra é também ela lindíssima, um convite à alienação/redenção pela música.
The Music of the Night
Night-time sharpens, heightens each sensation Darkness stirs and wakes imagination Silently the senses abandon their defences ...
Slowly, gently night unfurls its splendour Grasp it, sense it - tremulous and tender Turn your face away from the garish light of day, turn your thoughts away from cold, unfeeling light - and listen to the music of the night ...
Close your eyes and surrender to your darkest dreams! Purge your thoughts of the life you knew before! Close your eyes, let your spirit start to soar! And you'll live as you've never lived before ...
Softly, deftly, music shall surround you ... Feel it, hear it, closing in around you ... Open up your mind, let your fantasies unwind, in this darkness which you know you cannot fight - the darkness of the music of the night ...
Let your mind start a journey through a strange new world! Leave all thoughts of the world you knew before! Let your soul take you where you long to be ! Only then can you belong to me ...
Floating, falling, sweet intoxication! Touch me, trust me savour each sensation! Let the dream begin, let your darker side give in to the power of the music that I write - the power of the music of the night ...
You alone can make my song take flight - help me make the music of the night . . .