Gosto muito de colagens fotográficas. É uma forma de arte como outra qualquer e se tivermos paciência e imaginação, poderemos criar algo mais do que umas fotos sobrepostas, imagens que contam histórias ou sugerem poemas, cartas, diários e experiências de vida.
Quem é que nunca esteve in between ( entre um momento e o outro seguinte, sem saber bem o que a espera)? Quantos de nós já vivemos in-between exitos e fracassos, alegrias e tristezas, esperas e encontros?
Por favor cliquem na foto, parece um filme a preto e branco
Esta colagem foi composta por uma foto da abóbada do Shopping Vasco da Gama e outra do interior do mesmo. As pessoas encontram-se ali, esperam, conversam, sentem-se acompanhados, mas a maioria está a fazer horas para o comboio ou para reentrar no trabalho, a descansar antes de voltar para casa, a conviver com desconhecidos, a bloquear a solidão. Ninguém sabe ao certo.
Este poema retrata essa situação. A colagem também.
The Time Between
By Jan Jones
Treasure it, the time spent travelling
This time between roles
The time between
Slipping from one existence into another
A spider strand of no-man’s-land
The time between
You’re no-one here
Invisible, unfettered
Not pressured
Treasure it, this time spent travelling
This time between arenas
This time between.
Tradução livre
O tempo suspenso
Preserva o tempo gasto em viagem
o tempo entre incumbências,
Escorregando por entre existências,
como um fio da teia duma terra de ninguém
Não és ninguém aqui,
és invisível, sem amarras
e sem horários.
Preza o tempo suspenso em viagem
este tempo entre arenas
este tempo em paragem.
UM CRIME OITOCENTISTA
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