Gosto muito de colagens fotográficas. É uma forma de arte como outra qualquer e se tivermos paciência e imaginação, poderemos criar algo mais do que umas fotos sobrepostas, imagens que contam histórias ou sugerem poemas, cartas, diários e experiências de vida.
Quem é que nunca esteve in between ( entre um momento e o outro seguinte, sem saber bem o que a espera)? Quantos de nós já vivemos in-between exitos e fracassos, alegrias e tristezas, esperas e encontros?
Por favor cliquem na foto, parece um filme a preto e branco
Esta colagem foi composta por uma foto da abóbada do Shopping Vasco da Gama e outra do interior do mesmo. As pessoas encontram-se ali, esperam, conversam, sentem-se acompanhados, mas a maioria está a fazer horas para o comboio ou para reentrar no trabalho, a descansar antes de voltar para casa, a conviver com desconhecidos, a bloquear a solidão. Ninguém sabe ao certo.
Este poema retrata essa situação. A colagem também.
The Time Between
By Jan Jones
Treasure it, the time spent travelling
This time between roles
The time between
Slipping from one existence into another
A spider strand of no-man’s-land
The time between
You’re no-one here
Invisible, unfettered
Not pressured
Treasure it, this time spent travelling
This time between arenas
This time between.
Tradução livre
O tempo suspenso
Preserva o tempo gasto em viagem
o tempo entre incumbências,
Escorregando por entre existências,
como um fio da teia duma terra de ninguém
Não és ninguém aqui,
és invisível, sem amarras
e sem horários.
Preza o tempo suspenso em viagem
este tempo entre arenas
este tempo em paragem.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Utopia ou realidade?
Hoje fui à Utopia.
Ando a fazer um quadro grande e estou a gostar, mas ainda não acabei, de modo que me pus a ver outras obras de colegas, catálogos, etc.
Ao olhar para o catálogo da exposição de Teresa Vieira - a proprietária da Utopia e minha amiga - enamorei-me de alguns quadros dela feitos com técnicas mixtas.
A Teresa é muito competente em técnicas diversas e embora não dê aulas agora, todos gostamos de ver o que ela faz em casa ou no atelier nas horas vagas(?). Os quadros dela estão sempre por ali... Já fez muitas exposições aqui e fora da cidade. Usa impastos, papel de seda ( neste caso), colas, espátulas, óleo e acrílico, vidro, etc.
A medo perguntei-lhe quanto custariam os dois quadros.
Não posso pôr aqui o preço deles por razões óbvias, mas digo-vos que com esse dinheiro, nem uma peça de roupa decente se compra:)...e além disso, o segundo foi-me oferecido ( não para publicidade....mas por pura simpatia e amizade o que me comoveu imenso).
Não tinha o dinheiro ali, mas trouxe-os para casa, ficam lindos na minha sala. Nem sequer os pus na parede, ficaram na estante embutida no meio de algumas peças de família. Aguentam-se em pé, visto terem uma espessura considerável. Medem 30x30 cm.
Sempre gostei de ter à vista o que não é feito por mim. Os meus quadros podem estar encostados contra a parede durante meses...não me afecta nada.
Já uma vez tinha posto aqui uma entrada sobre esta artista. Gosto de quase tudo o que ela faz e penso que merecia maior destaque no mundo da cultura e das artes.
Ando a fazer um quadro grande e estou a gostar, mas ainda não acabei, de modo que me pus a ver outras obras de colegas, catálogos, etc.
Ao olhar para o catálogo da exposição de Teresa Vieira - a proprietária da Utopia e minha amiga - enamorei-me de alguns quadros dela feitos com técnicas mixtas.
A Teresa é muito competente em técnicas diversas e embora não dê aulas agora, todos gostamos de ver o que ela faz em casa ou no atelier nas horas vagas(?). Os quadros dela estão sempre por ali... Já fez muitas exposições aqui e fora da cidade. Usa impastos, papel de seda ( neste caso), colas, espátulas, óleo e acrílico, vidro, etc.
A medo perguntei-lhe quanto custariam os dois quadros.
Não posso pôr aqui o preço deles por razões óbvias, mas digo-vos que com esse dinheiro, nem uma peça de roupa decente se compra:)...e além disso, o segundo foi-me oferecido ( não para publicidade....mas por pura simpatia e amizade o que me comoveu imenso).
Não tinha o dinheiro ali, mas trouxe-os para casa, ficam lindos na minha sala. Nem sequer os pus na parede, ficaram na estante embutida no meio de algumas peças de família. Aguentam-se em pé, visto terem uma espessura considerável. Medem 30x30 cm.
Sempre gostei de ter à vista o que não é feito por mim. Os meus quadros podem estar encostados contra a parede durante meses...não me afecta nada.
Já uma vez tinha posto aqui uma entrada sobre esta artista. Gosto de quase tudo o que ela faz e penso que merecia maior destaque no mundo da cultura e das artes.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Bordados digitais
Ontem manipulei uma foto da Cardigan Road, uma das minhas avenidas de estimação em Leeds. Hoje resolvi pegar noutra foto desta cidade, tirada agora quando lá estive há um mês. As árvores estavam todas floridas e lindíssimas.
Em tempo bordava quadros a ponto de cruz e isso dava-me paz. Agora já não tenho olhos para essa tarefa, faço-o digitalmente nas minhas próprias fotos.
Está aqui o que chamei de Blossoming ( florescimento em inglês).
A vantagem está em que só levou uma meia hora a produzir este quadro tão belo. Tentem que vale a pena!
Em tempo bordava quadros a ponto de cruz e isso dava-me paz. Agora já não tenho olhos para essa tarefa, faço-o digitalmente nas minhas próprias fotos.
Está aqui o que chamei de Blossoming ( florescimento em inglês).
A vantagem está em que só levou uma meia hora a produzir este quadro tão belo. Tentem que vale a pena!
terça-feira, 18 de maio de 2010
Cardigan Road - avenida da nostalgia
Cansada da TV e da cara do PM.
Inspirada pela sessão no atelier, onde estive a fazer um quadro que me encheu as medidas, embora ainda não esteja pronto, resolvi brincar um pouco aos fotógrafos manipuladores...pegar numa foto da Cardigan Road, avenida lindíssima onde a minha filha viveu em Leeds durante tres longos anos e modificá-la, de modo a torná-la mais artística, menos real e sobretudo mais inspiradora.
Ficou assim. Ao olhar para ela vêm-me à mente múltiplas sensações e uma vontade irresistível de pintar.Cliquem nela e verão como é belo manipular!
Para acompanhar esta nostalgia que me invade....tres anos a passear naquelas ruas de Leeds, a respirar o ar puro dos parques e das árvores num tempo que não volta mais, deixo-vos com o Adagio do Concerto Brandeburguês de Bach, uma melodia triste, mas redentora, como todas as peças do compositor.
Inspirada pela sessão no atelier, onde estive a fazer um quadro que me encheu as medidas, embora ainda não esteja pronto, resolvi brincar um pouco aos fotógrafos manipuladores...pegar numa foto da Cardigan Road, avenida lindíssima onde a minha filha viveu em Leeds durante tres longos anos e modificá-la, de modo a torná-la mais artística, menos real e sobretudo mais inspiradora.
Ficou assim. Ao olhar para ela vêm-me à mente múltiplas sensações e uma vontade irresistível de pintar.Cliquem nela e verão como é belo manipular!
Para acompanhar esta nostalgia que me invade....tres anos a passear naquelas ruas de Leeds, a respirar o ar puro dos parques e das árvores num tempo que não volta mais, deixo-vos com o Adagio do Concerto Brandeburguês de Bach, uma melodia triste, mas redentora, como todas as peças do compositor.
DIA MUNDIAL DOS MUSEUS
Festeja-se hoje, mas já no sábado houve várias manifestações no Porto que celebravam a existência e a utilidade de museus em todo mundo. Vários museus estiveram de portas abertas durante a noite e promoveram actividades para famílias e visitantes.
Hoje tenho atelier - que é um microcosmos dum museu, de modo que não posso ir visitar nenhum, mas aqui fica sugestão para quem puder.
Ao lado está uma lista de expos que valem a deslocação a Serralves, Soares dos Reis, Árvore ou outro.
Andar pelos museus deveria ser algo habitual e felizmente vejo que os portugueses estão muito mais abertos a esse tipo de iniciativas, os museus parecem-me cheios ao Domingo e, olhando para as filas de crianças que visitam aqui o Jardim Botanico, por exemplo, constato que há muito mais procura cultural.
O Botânico também é um museu a céu aberto, com plantas raras, flores magníficas, árvores de grande porte e antigas, recantos românticos, verdura por todo o lado, habitat para cactus, lagos com nenúfares, tudo extremamente belo e cuidado. Também este é um museu de memórias de Sophia e Ruben A, seus moradores na infância.
Vão aqui umas fotos de museus que visitei este ano em Boston, Leeds, Wakefield e Serralves. Bom dia dos MUSEUS!
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Dorian Gray- O filme
All art is at once surface and symbol
Li há muito este único romance de Oscar Wilde, um dos meus escritores de culto. Acima de tudo admiro a sua coragem, inteligência e "wit" ( não consigo traduzir), o domínio das palavras, a expressão de verdades duma maneira simples e singular, a delicadeza e simultaneamente, o desprezo total pelo Homem, enquanto ser imoral,desplicente e tortuoso.
Fui hoje ver a última versão em filme de Dorian Gray, o seu romance imortal.
O tema da beleza e da juventude eterna, a tentação do desafio entre o Homem mortal e o Demónio ou Deus. A troca da alma pela eterna juventude, tema já conhecido de Fausto, a perdição do Homem que se julga capaz de vencer a inevitabilidade do envelhecimento. Tudo isto numa história gótica, com sabor vitoriano e em filme.
As interpretações são irrepreensíveis: Ben Barnes no papel de Dorian, Colin Firth no de Sir Henry Morton, Ben Chaplin no de Basil Hallmark, Rachel Hurd-wood no da jovem Sybil, uma verdadeira Ofélia que se mata por amor.
A história, infelizmente, foi modificada e não se assiste a uma mudança gradual do jovem Dorian, é tudo um pouco brusco, os anos passam sem se dar por isso; perde-se a profundidade psicológica que, no romance, é traduzida na relação do quadro com o objecto da pintura: Dorian.
Para modernizar, estragaram o fim, tornado demasiado melodramático e pura invenção. Tenho o livro aqui ao meu lado e o fim é tão mais belo e digno!Não há gritos, nem fogos, nem outras pessoas...só Dorian e o seu fabuloso e misterioso quadro.
Vale a pena ver, quanto mais não seja para ouvir o puro inglês, o retrato fiel da Londres vitoriana tão decadente e putrida, as interpretações, em geral e a pureza inicial do jovem Dorian e da actriz apaixonada por ele.
Let's look at the trailer....:)))
Estavam tres pessoas no cinema. Sem pipocas, nem restolhar de sacos de plastico. Como eu gosto.
Segunda de madrugada
domingo, 16 de maio de 2010
Domingo à noite
Já está terminar esta noite de Domingo e hoje nada de especial aconteceu. Fiz um quadro, que está a secar, de modo que não divulgo para já.
Devia ter ido à Foz com a tarde esplendorosa que esteve, mas só dei um passeiozinho com o meu filho e neto aqui no quarteirão, lanchámos um chá das 5 com scones e tudo no BB Gourmet - um dos bons restaurantes aqui do Campo Alegre - o meu neto estava febril e acabou por adormecer na cadeirinha. Conversei com o meu filho sobre o futuro e planos imediatos, é raro estar com ele nos tempos que correm, soube-me bem.
Agora ao serão, dispensei a TV e o insuportável Rui Santos a falar de futebol como se fosse catedrático da Universidade da Bola. O meu filho mais novo está entretido com um jogo de computador.Ainda bem !!!
Estive a ver algumas entradas que escrevi há meses e dei conta de que isto é realmente um diário. Tenho aqui reflexões e experiências únicas e que não me importo de partilhar com outros , sem narcisismos, apenas como experiencia que nos enriquece a todos. É bom reler de vez em quando o que se escreveu há meses.
Encontrei no Youtube uma das minhas peças favoritas da música clássica. Há pelo menos dez versões diferentes deste TRIO 100 de Schubert, mas houve uma que me cativou porque é acompanhada de imagens do Nilo ao fim do dia. Já passei por essa experiência, também tirei fotografias maravilhosas dos oásis em contra-luz e dos templos iluminados. O fundo musical é maravilhoso, como podem verificar. Deixo-vos este pedacinho , desejando-vos uma boa semana....está sol e estamos quase nas férias :))
Devia ter ido à Foz com a tarde esplendorosa que esteve, mas só dei um passeiozinho com o meu filho e neto aqui no quarteirão, lanchámos um chá das 5 com scones e tudo no BB Gourmet - um dos bons restaurantes aqui do Campo Alegre - o meu neto estava febril e acabou por adormecer na cadeirinha. Conversei com o meu filho sobre o futuro e planos imediatos, é raro estar com ele nos tempos que correm, soube-me bem.
Agora ao serão, dispensei a TV e o insuportável Rui Santos a falar de futebol como se fosse catedrático da Universidade da Bola. O meu filho mais novo está entretido com um jogo de computador.Ainda bem !!!
Estive a ver algumas entradas que escrevi há meses e dei conta de que isto é realmente um diário. Tenho aqui reflexões e experiências únicas e que não me importo de partilhar com outros , sem narcisismos, apenas como experiencia que nos enriquece a todos. É bom reler de vez em quando o que se escreveu há meses.
Encontrei no Youtube uma das minhas peças favoritas da música clássica. Há pelo menos dez versões diferentes deste TRIO 100 de Schubert, mas houve uma que me cativou porque é acompanhada de imagens do Nilo ao fim do dia. Já passei por essa experiência, também tirei fotografias maravilhosas dos oásis em contra-luz e dos templos iluminados. O fundo musical é maravilhoso, como podem verificar. Deixo-vos este pedacinho , desejando-vos uma boa semana....está sol e estamos quase nas férias :))
Passeio a Tui- Inauguração de exposições
Como estava programado realizou-se hoje a "peregrinação" de autocarro a Tui para o Intercâmbio do Xacobeo, com passagem por Valença para inauguração duma segunda exposição dedicada ao tema dos Caminhos de Santiago a pedido do pelouro da cultura da autarquia, e terminando em Santo Tirso com a inauguração da Exposição de Alberto Carneiro na Casa da Galeria, de que é consultor artístico o nosso professor Domingos Loureiro.
Foi uma sucessão de eventos, para os quais nos preparámos arduamente. Infelizmente, não pude ir. À ultima da hora tive de ficar em terra, devido a problemas familiares. Mas a minha filha foi e tirou fotografias para eu poder ver o que se tinha passado. Também a minha amiga Teresa me enviou algumas do almoço em Tui, que meteu tapas e tudo.
O meu quadro bem posicionado numa estrutura muito prática e bonita.
Peregrino de autor que desconheço ( peço desculpa)
Aguarela da Regina Gouveia
A Casa da Galeria em Santo Tirso, fundação moderna e patrocinada por um casal de médicos da cidade. Destina-se a eventos culturais, expos , actividades para jovens das escolas da região, fotografia, etc.
O nosso verde Minho rivalizando com as paisagens da loira Albion por onde andei há um mês. Igualmente esplendoroso.
Subscrever:
Mensagens (Atom)