sexta-feira, 25 de maio de 2012

Finalmente


Já tenho marcações feitas para irmos a Leeds buscar a minha filha...será em breve...segundo a médica , ela recuperou quase totalmente.

Obrigada ao NHS, que durante um mês e meio olhou por ela como se fosse uma inglesa, nascida e criada em Leeds, com enorme dedicação e cuidado, interesse por nós e profissionalismo a todos os níveis. Não sei como lhes agradecer. São inexcedíveis. Basta dizer que os pacientes têm quartos privativos, jardim, ginásio, self-service, actividades, TV, Internet, tudo por conta do Estado. Não há taxas moderadoras, nem sequer discriminação para estrangeiros. As famílias podem acompanhar, estar com os pacientes, levá-los a sair, conviver...

Estou demasiado comovida e mesmo nervosa com a perspectiva de a ir lá buscar.

Marcar os voos levou-me horas, pois o site da Ryanair estava bloqueado no meu Mac...mas consegui...e é metade do preço da TAP, tendo comboio directo do aeroporto de Stansted para Leeds. Só espero que não haja greves...o meu filho tem uma vida muito complicada e isso alteraria tudo.


Não vejo o momento de abraçar a minha querida filha....

So long Yorkshire.....

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O mundo da comunicação

Parece fácil.
Para comunicar , temos hoje o telefone fixo, o telemóvel, o email, o facebook, o skype....sem falar nas cartas e telegramas ou encontros casuais. Há 90% de possibilidades de chegar à fala com quem desejamos, deixar mensagens, ter certezas.

Mas isto pode ser uma falácia, porque a verdade é que nem sempre se consegue encontrar quem desejamos e falar com quem necessitamos.

Muitos utilizadores desligam-nos os seus telefones ou telemóveis, mandam-nos para o voicemail, passam musiquinhas irritante para não pensarmos no dinheiro que estamos a gastar, ou pura e simplesmente, não atendem, não ouvem nem lêem mensagens, nem telefonam de volta.

Há dias que tento localizar a médica do centro onde a minha filha se encontra. Falo com n pessoas:  o recepcionista,  o enfermeiro,  o assistente,  a secretária da médica, a minha filha inclusivé, mas não consigo chegar à fala com a única pessoa que me pode dar informação exacta sobre o dia em que ela poderá voltar para o Porto: a sua médica.

Isto é angustiante. A minha filha diz-me que vai ter alta e eu não recebo nenhuma informação formal sobre o assunto. Tenho de marcar os vôos e não sei para quando. O meu filho que vai comigo tem uma agenda cheia e dificuldades em arranjar tempo para a viagem. Ainda acabo por ir sozinha, o que me assusta, pois ando muito stressada e há várias coisas importantes a tratar com a universidade, o home onde ela viveu estes anos e o relatório médico que é necessário para ela sair. Sozinha, sinto-me um pouco perdida.

                           O que vale é que a minha filha é paciente, é meiga, luminosa, está calma e feliz.


É ela quem me consola no meio deste mundo cão. Nem sempre foi assim. Mas quem está doente agora sou eu.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Há sempre algo a descobrir

Ontem ao procurar materiais para o meu projecto editorial, encontrei este site que é fabuloso para quem tem imaginação.

Criei este WORDLE - é assim que se chamam - sobre o meu blogue.

Estão aqui muitas palavras que dizem algo a alguém e ainda faltam muitas....que a seu tempo virão.




Fiz isto agora em 10 minutos, antes de ir a uma consulta.

Divirtam-se a descodificar o puzzle....e podem até escrever um poema com as palavras...:))

Obrigada por estarem desse lado!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O princípio da vida

Em 2008, já não me lembro em que mês, pintei este quadro. Aqui na sala.

Usei pasteis acabados de chegar de Paris ( como as cegonhas!) e sentia-me desejosa de expressar a minha alegria em os ter. Olhar para aquela caixa com 50 cores diferentes, lindas e inspiradoras fez-me sonhar.

Fiz um abstracto pela primeira vez. Até aí só fizera quadros figurativos em pastel.
Este saiu diferente.
Ao olhar para estas formas pareceu-me ver  um feto no ventre da mãe em forma de ovo. Algo estranho. Mas belo.


Hoje encontrei a foto no meu arquivo e resolvi colocá-lo aqui. Não é nada de especial. Só é muito colorido e diferente.

domingo, 20 de maio de 2012

Um pouco mais de azul e de nostalgia

Tenho estado a pensar na minha Leica perdida, ali na mesa com o zoom aberto, mas sem dar sinais de sobrevivência. Quase que me dói a sua perda. Pode ser frívolo estar com estas preocupações quando tenho tanta outra coisa com que me preocupar, mas a verdade é que não há muitos objectos que considere essenciais na minha vida. Uso-os porque me facilitam a vida, não porque me permitam ser mais criativa ou sonhadora. Não dou importância a jóias, tenho um anel de noivado guardado e que nunca uso e pouco mais. Não tenho roupas caras ou que me façam falta se se estragarem. Gosto de roupas práticas, o que os ingleses chamam casual e raras vezes me dou ao trabalho de vestir chique. Basta estar apresentável...

Os meus livros e CDs, o meu Mac , o Ipod touch e a Leica são toda a minha riqueza, a par do televisor e box da Zon, que  são vitais. O resto é de utilidade pessoal.

Hoje pensei em ir à Foz, depois fiquei em casa.
Aproveitei para acabar um quadro que tinha começado há dias . É uma placa de MDF, bem pesada, sem tela nenhuma, só apliquei impasto transparente e pintei por cima. Levou verniz, o que lhe dá um brilho muito especial. É mais decorativo do que um verdadeiro abstracto, mas parece-me bonito e é suficientemente grande. A foto foi tirada com o meu Ipod:(



Oiço mais uma vez o Adagietto da 5ª sinfonia de Mahler, que transmitem no Brava.... nostalgia em notas musicais: Veneza, as gôndolas , a vida no ocaso, a praia do Lido onde estive com o meu filho em 2000, o meu Pai que adorava este excerto musical, a minha filha linda distante... tudo me vem à cabeça...numa toada melancólica, como este quadro azul.