sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Didactizar filmes


Sempre gostei de trabalhar com audiovisuais, considerando-me mesmo dependente deles em matéria de ensino. Cedo comecei a usar retroprojector, sendo a primeira autora a sugerir à PE a produção de transparências para o ensino do inglês, dado que as que nós usávamos eram feitas por nós, custavam tempo e dinheiro com materiais. Na altura, as pessoas com que falei acharam que era uma maluqueira e ficaria caro, mas uns anos mais tarde, já ninguém punha em dúvida a utilidade das mesmas e eram oferecidas aos professores em conjunto com o manual. O mesmo aconteceu com os CDs, que já desde há muito acompanham os materiais de inglês, considerando-se imprescindíveis para o contacto dos alunos com native speakers, canções, poemas, etc.

Devo ter feito mais de vinte sessões nos mais diversos locais - inclusivé em Dublin - sobre o uso de audiovisuais e em particular de filmes. Cheguei a comprar dois vídeos para poder gravar dum para o outro, cortar cenas, montar um mini-filme que se pudesse usar numa aula.

Didactizei dezenas de séries, filmes e programas de TV. Lembro-me de gravar da TV satélite, pedacinhos de programas ingleses, que os os alunos depois classificavam numa grelha. Todo o trabalho levava tempo , mas era aliciante.

Uma vez diverti-me a preparar uma sessão para professores. Quis motivá-los logo de início, de modo que levei um vídeo dum desenho animado japonês, que representava uma cena na escola. Tapei o televisor com um casaco e puz o vídeo a funcionar. O japonês é uma língua horrível e não se compreende nada....os colegas começaram a rir-se. Pedi-lhes que identificassem a cena. Ninguém conseguiu. Concluí que isto é o que os nossos alunos sentem quando nos ouvem a falar em inglês....:)
Passe o exagero, o que eu queria demonstrar é que muitas vezes a imagem diz tudo, mesmo sem palavras, já que o cartoon mesmo em japonês era compreensível só com as imagens e sem som.


Ontem e hoje estive a didatizar um filme, que descarreguei em poucos minutos e que é muito recente. Encontrei na Internet o screenplay - o guião - com todos os pormenores, o que é muitíssimo interessante para termos uma noção de direcção das personagens e detectarmos pormenores, que nos escapam só com o visionamento do filme.

Vi o filme por partes e ia didactizando cada uma delas com exercícios diversos, acrescentando algumas questões de teor mais profundo, como a análise de comportamentos das personagens. Acabei por sugerir aos alunos encontrarem um outro fim para a história e desenharem uma cena final diferente, o que é perfeitamente plausível com este enredo. O tema é profundo, apela aos valores da família e levanta questões pertinentes. Não o menciono aqui por razões óbvias.

Estive entretida durante horas a escrever estas dez páginas que serão importantes para juntar à leitura de um conto, artigo de revista, etc.
Há coisas que nunca se esquecem....há quatro anos que não dou aulas, mas era capaz de dar uma já amanhã.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Novas facetas do facebook

Já há muito que frequento as redes sociais , sobretudo o FB.

Acho interessante estar em contacto com amigos e família, criam-se laços, distribuem-se amabilidades, trocam-se ideias e pensamentos positivos, dão-se notícias, vêem-se fotos, usa-se a criatividade.

O FB pode trazer-nos muitas alegrias, sem grande esforço, nem fixação. É um polo positivo na minha vida diária.

Pertenço a vários grupos de fotografia como o Woophy Group, o Woophy Gatherings Group que é sobre os meetings nos vários países, o New Color3  com fotos duma só cor em cada dia da semana, o Best Photo of the Day, o I love Porto e o Photo Contest to Theme, do qual vos vou falar hoje.

Este grupo tornou-se especialmente querido para mim porque só aderi há duas semanas e já vi as minhas fotos seleccionadas para o grupo das 15 melhores duas vezes. Eles recebem centenas de fotos durante 24 horas. Todos os dias o tema muda:

monday: NEW: take a seat...(and relax) - 
tuesday: B/W or Sepia - 
this wednesday: letter R from alphabeth backward - 
thursday: SURPRISE theme, every week another theme! - 
friday: NEW: bridges/overcrossings - 
saturday: let's graffiti - 
sunday: STAiRS

No fim do dia ou no dia seguinte aparece uma colagem com os 15 melhores trabalhos e mais tarde os cinco escolhidos como vencedores. É excitante andar todos os dias a colocar fotos sobre temas diferentes e encontram-se muitas hipóteses nos nossos portfolios pessoais. O meu tem mais de 2000 fotos tiradas desde 2009 até agora. Encontro sempre uma possibilidade e diverte-me procurá-la.

Eis aqui alguns exemplos:




É um pouco ridículo ficarmos contentes por uma coisa tão insignificante , mas dou valor a estes pormenores no meu dia-a-dia e gosto de o partilhar com outros.

Aprende-se muito com estes sites, há fotografias indescritíveis , tiradas em locais onde nunca iremos,
mas que ficamos a conhecer através da experiência de outros.

domingo, 16 de setembro de 2012

Um verão tardio

Ando um pouco triste com este blogue, não sei se irei prolongá-lo por muito mais tempo. Todos os dias umas 200 pessoas lêem ou abrem-no, mas o feedback não é quase nenhum e isso desgosta-me um pouco, creio que já não escrevo nada que interesse muito no tempo actual. Daí a falta de resposta de quem me lê.


Pode ser que seja da crise....mas também pode ser que as minhas reflexões estejam desactualizadas, hoje exige-se mais política e intervenção e eu limito-me a contemplar e a descobrir no que me rodeia aquela resposta à pergunta que todos nós fazemos: Vale a pena viver?

Hoje estive no botânico, onde não ia há já algum tempo. Estava triste, as árvores ainda verdes mas com ar ressequido e sedento, as flores murchas, ausência de cor, o outono ainda não chegou e o verão já se quer ir embora.

O único local, que ainda se mantinha viçoso era o labirinto das dálias, onde a presença e o espírito de Sophia  pareciam fornecer àquelas flores o viço que carecia a outras.

Dálias de todas as cores, lindas, profusas, dançando ao sol...






Sentei-me ali naquele banco decorado em Art Nouveau e deixei-me invadir pelo silêncio...


As imagens transbordam


As imagens transbordam fugitivas
E estamos nus em frente às coisas vivas.
Que presença jamais pode cumprir
De tudo ser e em cada flor florir 
O impulso que há em nós, interminável?

O Jardim e a casa

Não se perdeu nenhuma coisa em mim. 
Continuam as noites e os poentes 
Que escorreram na casa e no jardim, 
Continuam as vozes diferentes 
Que intactas no meu ser estão suspensas. 
Trago o terror e trago a claridade, 
E através de todas as presenças 
Caminho para a única unidade.