sábado, 25 de agosto de 2012

Um grande passo para a Humanidade

Morreu Neil Armstrong.

Fica aqui a minha homenagem a um grande Homem. Umas fotos do nosso satélite, tão misterioso até que o Homem lá pôs um pé.



Um agradecimento pelas horas de expectativa, de anseio e felicidade. Foi uma noite que não esquecerei....em família...à volta dum pequeno ecran comprado especialmente para a ocasião. O meu Pai não fazia as coisas por menos.

Artroses mentais


Infelizmente as minhas são bem fisiológicas ou ortopédicas.

Dou dois passos e sucedem-se horas de dores insuportáveis nas articulações do joelho  e ao longo das pernas, quase me impedindo de as dobrar  ou de apanhar algo do chão. Aqui nunca me tinha sentido tão mal em termos físicos, andava sempre dum lado para o outro, feliz e contente. Acho que isso me tem deitado muito abaixo, mesmo moralmente. Mas não resisto aos banhos gelados....


Hoje enchi-me de coragem e fui até ao centro da vila `procura duma loja de chineses que vende telas pra pintar. Encontrei!!! Trouxe duas e pode ser que daqui nasça algo interessante, mesmo que as tintas sejam poucas e pequenas. Logo já vou tentar a sorte e puxar pela inspiração.

Aproveitei para fazer turismo pela parte menos usual do nosso passeio diário. A igreja, que estava cheia de andaimes, já recuperou o seu estado original  e o seu galo garboso, sempre a apontar o norte- noroeste donde vêm as célebres nortadas.  Muito gostava o meu Pai deste galo, tinha mesmo fé nas suas indicações.
A igreja estava vazia, mas aberta....e cheirava a incenso, o que me recordou os meus tempos de católica praticante....há quantos anos????

Gosto sempre de espreitar o miradouro donde se apanham os dois lados da Luz: a praia enorme com a Rocha Negra lá ao fundo e ainda mais longe a Ponta da Piedade, um dos locais mais belos aqui do Algarve; para cá da fortaleza toda a costa até ao Burgau com os seus barcos, pescadores , mergulhadores e crianças na prainha, saltitando de alegria, apesar da água fria.

Gostava de saber pintar estes quadros....mas para quê? Há centenas de pintores amadores aqui a vender quadros da Luz, qual deles mais vistoso....e dejá vu.











Está um calor de rachar...cheguei a casa em água..., mas valeu  pena, a ver pelas fotos, acho eu....e pelas telas. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Anoitecer

Hoje resolvi tirar fotografias ao anoitecer, fiz experiências e contemplei o luar a desenhar-se no mar....daqui a dias já se conseguem tirar fotos maravilhosas do reflexo na água....por enquanto ficamos pelo crescente luminoso!



A fortaleza parece mesmo cosy com as luzes acesas....





Blues

Continuo com uma depressão relativa....

Penso que se deve à partida da família para Coimbra, ficando um vazio...a Luz sem família ou amigos é demasiado parada e às vezes, o que poderia ser uma benesse, torna-se letárgico e desinteressante.

A Beleza da Natureza só por si não chega quando nos sentimos isolados de amigos ou de familiares mais chegados.

Não sou daquelas pessoas que conseguem viver sem angústias, muitas vezes sinto conflito que não tem razão de existir.

O facto de o meu filho mais novo me ter dito que tinha vindo comigo para me fazer companhia doeu-me fundo e há dois dias que não consigo deixar de pensar nisso. Se vim em Agosto, foi porque ele só poderia vir nesta altura. Podia ter arrendado a casa por 2000 euros ou mais - havia ofertas - e optei por aproveitar a casa para férias com os dois filhos. Até agora tudo correu bem, mas esta semana sinto que, para ele,  já chega de férias... e que iria embora de bom grado, o que ompreendo, dado que tem de trabalhar logo no início de Setembro. O problema é que o avião já está marcado para 29. Ele nem se queixa, mas pressinto essa vontade de arejar.


Não estou surpreendida pois tem sido assim sempre.
Pessoalmente só gosto de aqui estar com pouca gente ou por pouco tempo.
Duas semanas sem grandes distracções começa a cansar. Pareço pobre a mal agradecida, mas a verdade é que nem sempre esta maravilha nos enche o coração e faz esquecer os meus netos lá longe, por exemplo, ou os meus Pais que partiram cedo demais.

Hoje resolvi pintar, mas descobri que os pasteis que trouxe são secos ( enganei-me), o que torna muito difícil a pintura sem atelier e vernizes. Forma-se uma poalha, que suja tudo e tem de se dominar muito bem os materiais para pintar. Mesmo assim tentei retratar as casas do Algarve que vejo ali na vila. Mais para me entreter do que outra coisa. Nem ponho aqui pois está muito mau.

 Pode ser que nestes dias me anime....ando mesmo em baixo....também porque este maldito joelho me dá dores que só passam com brufens e voltarens....não consigo andar muito como dantes...quando ia e voltava da praia grande duas vezes por dia....those were the days my friend!


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Há coisas belas para fotografar e não só...


Ontem à noite estava triste como já relatei, mas mesmo assim, consegui fotografar o pôr do sol que se escondia por detrás das casas, tornando a paisagem num teatro de silhuetas negras.

A lua já brilhava alto no céu a prometer noites de luar no mar , que aqui duram quase duas semanas. Fotografei-a.

Na mesma altura reparei no meu sobrinho-neto que via o Ipad da Mãe no jardim da casa ao lado com uma atenção tal, que nem deu por mim a fotografá-lo com flash. A cena era quase sobrenatural. Uma criança enlevada na tecnologia no momento em que a natureza me parecia mais incandescente.





Hoje fotografei mais beleza: a dum hibisco acabado de florescer...e a dum grupo de jovens sentados nas rochas em amena cavaqueira, felizes e despreocupados.







Adoro a fotografia.

Depois da euforia....


Na primeira semana, sinto sempre uma euforia grande quando chego aqui, parece-me que tudo é novo e diferente, embora seja praticamente tudo igual ao passado. Fico feliz de rever os azulejos da parede comprados pelo meu Pai - já com 45 anos de existência -, o quadro com o lenço da minha Mãe, emoldurado por cima do fogão de sala, as conchas trazidas de África, o binóculo Zeiss velhinho de tanto uso, o barómetro sempre com Bom Tempo, as cadeiras de verga que eu vioxenei de castanho, o cesto da lenha para a lareira, as almofadas indianas que as minhas irmãs trouxeram de Goa, a garrafa de champagne macro que foi aberta no dia em que o meu Pai fez o concurso para professor extraordinário - agregação - as cartas de jogar, velhas e poídas, os livros - sempre os mesmos - que fomos deixando por aqui, etc.etc.ect.

Na segunda semana começo a ficar inquieta e um pouco angustiada....não sei porquê.

Ontem tive uma pequena discussão com o meu filho - que me relembrou outras anteriores com o meu ex, aqui neste local que ele detestava - - e deu-me para chorar...chorar...chorar....à luz das estrelas...
...estive lá fora mais de uma hora e não conseguia parar de chorar....fui para a cama depois de beber um chá de cidreira e adormeci logo.

Felizmente um mail do meu neto lido à 1 da manhã recompôs as coisas.

Hoje já fui marcar o cabeleireiro, pois detesto ver-me com cabelos brancos e arranjar o cabelo talvez me ponha mais bem disposta.

Há alturas aqui em que me dá uma enorme incerteza quanto ao futuro e este dolce farniente leva-me a pensar na vida. Foi sempre assim, cheguei a ter verdadeiras depressões aqui e devem estar latentes no meu subsconsciente.

Mas vão passar, como tudo....daqui a dias voltaremos e estarei outra vez com saudades da Luz, deste encanto, deste mar azul, destas casinhas brancas...

Ontem dei um grande passeio a pé para os lados do Burgau. É uma vila que fica a 5km daqui e a estrada que dantes era desértica , agora está cheia de casinhas, villas, piscininhas, jardins, ateliers de escultura, bares, etc.

É giro ver o desenvolvimento da nossa Rua da Calheta que dantes era pequenina e agora é quase uma avenida.... A vista do topo da rua é esplendorosa, o mar dum azul como não vejo em mais lado nenhum, as pequenas baías encantadoras. Faz-se nudismo por ali, mas tudo isso parece natural, como nos quadros italianos da renascença.









quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Aula de pintura


Hoje dei uma " aula" de pintura aos meus sobrinhos abaixo dos 5. São dois gémeos muito queridos.

Só durou uma hora pois os pais tinham combinado qualquer coisa e eles estavam com pressa. Mesmo assim, escolheram acrílico que é o mais difícil de pintar.

Tinha aqui duas telazinhas que trouxe de casa e deixei-os dar asas à sua inpiração. Uma irmã e uma prima mais velhas vieram dar conselhos, pois já andam em aulas de arte e achavam que sabiam tudo.

Divertiram-se com os meus materiais - os mais leves que pude trazer no avião - e ficaram satisfeitos com as obras primas:))). Cliquem para ver melhor!

Aqui estão elas:




As crianças felizes




A praia é o espaço que conheço onde vejo mais crianças felizes. Já tenho reparado em grupos de miudos na Foz e agora aqui na Luz, em que reina a paz , a harmonia, uma certa tolerância que desaparece nos quartos de dormir ou de brinquedos dos apartamentos das grandes cidades. 
A praia é o espaço mais feliz que conheço, onde pobres e ricos, os meninos todos têm lugar na equipa de futebol, nas proezas marítimas, nas descobertas pessoais, no encontro com a fauna e flora aquáticas, com a areia doirada, com a água fria, a espuma, as ondas e até o temor e respeito pelo mar imenso.

O espaço é enorme, as descobertas são muitas, a liberdade é total, daí a ausência de conflito,  a necessidade de isolamento,  a fuga às quezílias.



A criança só pode ser feliz na praia...não há lugar para desgostos, perdeu-se uma conchinha, vai-se buscar outra, o mar entrou pela cova adentro, faz-se outro túnel mais acima, a bola fugiu para o mar, há sempre quem a apanhe, deu-se uma topada numa rocha escondida, a própria água do mar fria e salgada se encarregará de fazer esquecer as dores.

É uma felicidade ter praia....na nossa infância. As recordações dos momentos felizes ficarão gravadas no nosso ADN para sempre...e quarenta, cinquenta anos mais tarde, voltaremos a ser crianças com os nossos netos, nos mesmos locais onde ainda está o nosso nome gravado.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ao fim da tarde


O fim da tarde aqui na praia da Luz faz lembrar os filmes franceses da belle époque, aqueles que retratavam cenas familiares, fins de férias, amores fortuitos, crianças loirinhas à solta, miúdos risonhos, futebol de praia, nadadores salvadores, barcos de todos os tamanhos e feitios, boias, cadeiras de riscas e sem elas, chapéus de sol espetados na areia ou nas rochas, variegados e resistentes, vozes indistintas...e lá longe a Rocha Negra a lembrar que o mar é de respeito e que nem tudo é rosa, como o resto da falésia com as suas cores estratificadas que se tornam douradas ao pôr do sol.

A Rocha Negra tem uma história, uma lenda, como todos ex-libris dum local, mas não sei exacatamente qual é. Prometo procurar na net...a ver se a encontro.
Dantes ia lá todos os verões e adorava aquele ambiente selvagem, limoso e perigoso, depois de se passar a zona de pedras que nos davam cabo dos pés, mesmo com sapatilhas. O mar ali é mais negro e tem um je ne sais quoi de tenebroso, mas o passeio vale a pena na maré vazia, quanto mais não seja só para ver as tonalidades de cores nas pedras, que têm caído da falésia nos invernos mais rigorosos. Neste, só veio areia, a praia está cheia de areia, que cobre muitas das rochas habitualmente à vista.

Vai-se jantar às 7 , ainda se arranja mesa vaga no Paraíso da Luz, o café que ficou célebre aquando do caso Maddy. Depois disso só ingleses enchem todas as mesas reservadas com os seus miudos rosados do sol, malcriadinhos q.b., que pedem sempre hamburgers e deixam metade no prato. É impossível não pensar nas crianças que não tem dinheiro para um pão, mesmo em Portugal. Os pais não se ralam, querem é divertir-se, estão aqui para torrar ao sol, tomar uns banhos e beber uns vinhos baratos ou beras como o Mateus Rosé, popularíssimo entre estrangeiros.





Hoje fui à Peixaria Baptista que abriu há uns tres anos onde havia uma papelaria. Fiquei de boca aberta, o ar condicionado mantinha o local fresco e apetecível. um aquário enorme dava um toque japonês à loja. Música clássica - Vivaldi - enchia o ambiente, onde uma nova secção de doçaria francesa acompanhava os chernes, os robalos, o salmão e até as sardinhas. Elogiei tudo ao empregado francês, que me disse que já algumas pessoas tinham gostado da selecção musical. Apoio-os incondicionalmente e fico fã de peixe e de doces franceses. Para todo o sempre.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cenas do verão

Sou muito cusca....quando estou com a Lumix na mão.

Só me apetece tirar fotos lá longe onde as pessoas mal sonham que as estou a fotografar. Será pecado....é com certeza, mas partilho este pecado com todos os que me lêem...e não são assim tão poucos. ;-)

Hoje tirei fotos da varanda, que é um pouco superior ao jardim e donde se tem uma panorâmica ainda mais larga. Um sonho.

Lembro-me que, quando ainda era casada e vinha passar 15 dias aqui à Luz com os miudos e o meu ex-, sentia sempre uma depressão enorme ao voltar, tal era a claustrofobia que sentia no centro do Porto, sem grandes horizontes, a não ser as vistas do Carolina Michaelis e da tutoria....para não falar da total ausência de família do meu lado que aqui na Luz sempre encontrava.



Muitas vezes pensei que gostaria que as minhas cinzas fossem deitadas ao mar aqui, pois é com certeza o local onde sou e fui mais feliz em toda a minha vida, desde os 20 anos até agora...




Na ponta das rochas que formam a baía fazem fila os Tarzans da Luz, que querem impressionar o povo, mergulhando do alto das rochas...o que é um perigo, pois há outras cá em baixo e nunca se sabe muito bem onde não as há.

As estrangeiras estão estendidas ao sol durante horas, sem medo dos cancros.

As crianças andam às lapas na maré vazia, de modo a apanhar as maiores e fazer um petisco.

Tudo se sabe, tudo se ama...é assim, a nossa Calheta na nossa Luz...Deus a guarde.

Um churrasco familiar





Hoje esteve um dia de sonho...mar completamente liso, transparente e a água mais quente...Tomei quatro banhos maravilhosos, sobretudo os da tarde com o sol a dar na água límpida e tão apetecível que nenhuma piscina do mundo me seria mais convidativa. O sal nos lábios, a cabeça dentro de água,  nadar, rodeada de rochas amarelas , amigáveis e quentinhas, é isto o meu ideal de férias e nem por um momento me arrependo de vir para cá, em vez de andar a viajar por outros lados.

Hoje a minha irmã organizou um churrasco na casa dela, que é uma das que ficam aqui ao lado e estivémos todos a comer aquelas coisas que nenhuma dieta inclui nos seus alimentos permitidos: entrecosto, entremeada, salsichas, linguiças, chouriços, banana frita, arroz e feijão preto....e por fim gelado caseiro de morango.
Tudo hidratos de carbono que metemos cá para dentro às 10 da noite, hora a que todos estavam já com duches tomados, depois da tarde fenomenal de praia que desfrutámos.

Éramos umas doze pessoas, com crianças à mistura e três gerações felizes. Os miudinhos estavam radiantes e travessos, são meus sobrinhos netos e pouco os vejo pois vivem em Coimbra, mas estou a conhecê-los aos poucos. É claro que senti a falta dos meus queridinhos, mas já só faltam dez dias para estarmos juntos. Passou depressa este mês e meio.

Pelo meio ainda fomos ao Paraíso, café onde se pode ver a SportTV para ver o jogo do Porto - pelas 6 horas - mas o jogo foi mauzote, o FCP empatou e tivémos de comer um hamburger para podermos lá estar sentados....calorias e mais calorias....o que vale é que dispendemos mais energias aqui que em casa!!