Foi sempre um dos meus livros favoritos. Contam as minhas irmãs que, em criança, li o calhamaço enorme de capa dura com ilustrações a tinta da china pelo menos seis vezes. Acrescentam que acabava a última página e regressava à primeira com o mesmo interesse e espanto.
Não sei se foi mesmo assim, mas " O Feiticeiro de Oz" fez sempre parte do meu imaginário, ainda que sentisse algum receio da Bruxa Má do Oeste e mesmo do próprio Feiticeiro. Voltei a sentir o mesmo ao ver o filme em écran gigante na Casa da Música, com a Orquestra do Porto a tocar o soundtrack ao vivo. Uma experiência inolvidável.
Já ofereci este livro a várias crianças, duas delas americanas, bem novinhas.O Pai, grande amigo do meu filho e professor na Universidade de Cornell, leu-lhes o livro todo, por fases, à noite, antes de irem dormir; disse-me, mais tarde, que eles tinham adorado. Infelizmente esse nosso Amigo faleceu num desastre de avião que ele próprio pilotava já fez dois anos. Cada vez que vejo o livro, lembro-me dele com saudade.
Hoje fiz esta pintura e ao manipular a foto de várias maneiras, veio-me à cabeça a bela estrada amarela e o campo cheio de papoilas que Dorothy atravessa com os seu amigos em busca do arco íris e das soluções para os problemas que os afligem.
( clicar)
É um guache sem nada de especial feito na mesa da cozinha, enquanto esperava pelo meu neto.
Mas aqui fica algo melhor: a canção imortal de Judy Garland, Somewhere Over the Rainbow que ainda agora me comove.
Assim nasceram os blogues. Talvez ninguém saiba bem quem foram os criadores de tal proeza. Como na net, tudo é semi-mágico e acaba por envolver milhões de pessoas e de criar laços.
A história do Blogger
( in : charquinho blogspot)
O Blogger teve início numa pequena empresa em São Francisco chamada Pyra Labs , em Agosto de 1999. Isto aconteceu durante o crescimento súbito das empresas dot-com. Mas não éramos exactamente uma empresa financiada por capital de risco, virada para festas, com jogos de matraquilhos no corredor e cerveja gratuita. (A não ser que fosse cerveja gratuita de outros.)
Éramos três amigos que se sustentavam com aborrecidos projectos da Web para grandes empresas, tentando entrar em grande estilo no cenário da Internet. A nossa intenção original já não tem tanta importância. Mas enquanto perseguíamos esse objectivo, criámos o Blogger, mais ou menos impulsivamente, e pensámos — Hmmm... isto até parece interessante.
O Blogger arrancou como uma empresa de pequenas dimensões, acabando por crescer ao fim de alguns anos. Obtivemos algum dinheiro (mas continuámos uma empresa pequena). Foi então que entrámos em ruptura e ficámos sem dinheiro, o que tornou a nossa pequena aventura menos divertida. Sobrevivemos por pouco, algo despedaçados, mas mantivemos o serviço sempre a funcionar (a maior parte dos dias) e começámos a reconstruir tudo.
As coisas voltaram a correr bem em 2002. Tivemos centenas de milhares de utilizadores, embora ainda sejam poucas pessoas. Foi então que aconteceu algo totalmente inesperado: A Google quis comprar-nos. Sim, essa Google
Gostámos muito do Google . E eles gostaram dos blogues. Então, ficámos receptivos à ideia. E resultou lindamente.
Agora somos uma pequena equipa (ligeiramente maior do que antes) no Google com o objectivo de ajudar as pessoas a exprimirem-se na Web e a organizar as informações do mundo de uma perspectiva pessoal. Tudo isso foi basicamente o nosso objectivo.
É fantástico pensar que três pessoas conseguem fazer girar o mundo inteiro. Isso dá-nos uma ideia do que a nossa mente e o know-how são capazes de criar em prole dum mundo online mais próximo, da solidariedade e porque não, dum prazer diário quase viciante!
Hoje resolvi fazer uns testes fotográficos, tendo como objecto foco um candeeiro tipo belle époque que a minha filha comprou há tempos numa dessas lojas de artigos para casa. O candeeiro é lindo, dá pouca luz para leitura, mas muita luz ambiente.
Vão aqui as várias experiências desde o mais abstracto até ao mais concreto.
Transformados em pintura podem criar algo de mágico.
Usei software Picasa 3 e photofilter. Ainda poderia transformar as fotos, mas acho que já dá uma ideia do que se pode fazer com um simples candeeiro!
É um extraordinário retrato da América de hoje em dia, lugar onde a miséria e os milagres acontecem simultaneamente. Steve Lopez anda a procura duma história para contar na sua crónica do LA Times e encontra-a por acaso numa auto-estrada suja da cidade, na pessoa dum "sem abrigo", que toca Beethoven num violino com apenas duas cordas. Nele descobre um ex-músico promissor, aquele que foi um estudante brilhante da Juilliard School of Music um dia e que se tornou num sem abrigo, doente mental - esquizofrénico - no outro.
Parece incrível, mas não é. As doenças mentais surgem sorrateiramente, sem que ninguém se aperceba e surpreendem-nos totalmente porque estamos habituados a olhar para nós como "aqueles" a quem nunca nada disso poderá acontecer; as desgraças vêm nos jornais e na TV, somos curiosos, mas não os intervenientes e muito menos os protagonistas desse "filme".
The Soloist é um filme estupendo porque não tenta dulcificar a realidade. E o que é mais interessante é que a história real na qual o filme se baseia é mais optimista e reconfortante do que a que vemos no celuloide.
Fiz pesquisas e encontrei vídeos na net sobre o verdadeiro Nathaniel Anthony Ayers Jr. - no Youtube e no programa "60 minutes" - e, depois de os ver, acreditei que há milagres e que os homens podem efectivamente transformar a sociedade com a sua solidariedade e comprometimento pessoal.
Não vou contar aqui a história de Nathaniel Ayers Jr. Tirar-vos-ia o interesse em ver o filme - I'm not a spoiler! - mas deixo aqui dois vídeos para quem se interessa por vidas reais e acredita no poder mágico da terapia musical. A música do filme, grande parte extraída de obras de Beethoven, o deus de Nathan, dá ainda mais dramatismo às cenas e deixa-nos suspensos até à última imagem.
Entrámos em Novembro com tempo mais outonal, novo governo (?), novas propostas para as escolas - esperemos que sim - e mais ânimo para enfrentar as crises. Desejo que este prenúncios optimistas venham cedo e que quando o Natal chegar, já muitos colegas professores, tenham perspectivas mais interessantes em relação à sua carreira e ao seu futuro. Compreendo bem o que é aguentar-se a dar aulas de 90m, quando a motivação se esvai e tudo nos parece cinzento e nos inquieta.Venha um período de reflexão e calma.
No MUSEU de Serralves pode-se ver uma exposição de fotografia cujo nome é sintomático: SEM SAIDA -ENSAIO SOBRE O OPTIMISMO.
Augusto Alves da Silva (n. 1963, Lisboa) é um dos mais importantes artistas portugueses revelados na década de 1990. Embora não trabalhe exclusivamente com a fotografia, é neste meio que tem executado alguns dos trabalhos mais marcantes no contexto artístico português dos últimos vinte anos.
"Augusto Alves da Silva tira partido da ilusória neutralidade da fotografia e dos códigos convocados automaticamente por determinados regimes de imagens (paisagem, retrato), apresentando imagens claras, nítidas, em que o excepcional nunca salta à vista, antes tendo de ser procurado; em que, no fundo, nunca nada é dado a ver de forma imediata, promovendo um diferimento que desmente retrospectivamente, consoante olhamos mais atentamente para cada imagem, aquilo que, num primeiro olhar, ela parecia significar. Esta será a primeira exposição retrospectiva de um dos mais importantes fotógrafos portugueses da actualidade." ( in: Disto e daquilo -blogspot)