sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os azuis

Sou louca por azuis, todos os tons de azul, desde o azul marinho, ao azul prussiano, ultramarino, turquesa, bébé, celestial, todos parecem ter uma simbiose de tonalidades para o qual me sinto tentada. Tenho roupa azul que nunca mais acaba,T-shirts azuis e brancas, azuis verdes, azuis e azuis:), calças de ganga azuis, fato de banho azul. Uso-os sobretudo no verão e primavera. No outono opto por tons de castanhos e verdes, beiges e por vezes preto, mas não muito.

Ao fazer os quadros que coloquei aqui ontem, nenhum deles continha azul - ou apenas um pequena porção. Queria fazer um parecido - segundo as mesmas técnicas mas que juntasse os azuis e verdes - o mar - sempre - a convidar-me. Após quatro tentativas , hoje acho que acertei. No meio de arrumações, tira mesa da aqui, pôr mesa acolá, estive a pintar. Salpiquei a parede de azulejo, mas felizmente sai bem com uma esponja verde e água.



Gosto bastante deste....ainda sem nome.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

À minha amiga Regina ...e com ela também




Reencontrei a Regina após uns três anos de ausência. Está igual a si própria, continua a falar muito depressa como se fosse já atrasada para apanhar o comboio,mas mantém a mesma serenidade e simplicidade que me fizeram admirá-la mais do que a muitas outras colegas da minha escola.

Andamos no atelier "Utopia" - que felizmente é uma realidade às 3ª e 5ª - convivemos e aprendemos a pintar. Hoje foi pastel, há dias acrílico, para mim é tudo encantamento e quanto mais sei disto, mais me apetece saber. Acho que perdi anos da minha vida a fazer malha, quando poderia ter estado a criar algo mais belo.

Há dias fiz estes dois abstractos. A Regina pediu-me numa entrada abaixo que vos mostrasse aqui o trabalho feito. Decidi fazê-lo, mas não sem colocar dois poemas dela - um deles ainda não publicado - a acompanhar a "obra". Esta entrada é das duas. E oxalá signifique o retorno a uma amizade forever.

Cores outonais
O muro de xisto é já uma ruína mas a vinha,
velha e tão cansada,
exibe de novo os seus tons outonais.
Numa subtil gradação de frequências
a folhagem é agora amarelada, acobreada,
cor de vinho, acastanhada.
Ostentam cores outonais também, mais além,
a pereira e o marmeleiro.
Enquanto transferências de electrões
desencadeiam oxidações e reduções,
carotenos e antocianinas
conjugam-se em paisagens quase surreais.
Sentada numa fraga, ao lado de um sobreiro,
quero perpetuar estes instantes,
transformar em eterno este momento,
mas o agora de há pouco já é antes,
nesta implacável corrida do tempo.

Magnetismo Terrestre - 2006



Poalha etérea

No labirinto da memória
uma imagem perdida.
Uma imagem fugaz, discreta.
No bastidor, esticado, o alvo linho
de onde em onde maculado
por um bordado azul,
o azul do mar de Creta.
Não sei se era lençol, se era toalha
Na memória, apenas o bordado azul
e a brancura do linho.
Tudo o mais se esfumou
numa poalha etérea,
não sei se onda se matéria,
que o tempo dispersou.

Regina

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

5000 + visitas




Obrigada pela vossa dedicação e carinho. Estes números dão me certezas e responsabilidades. Cá estarei, enquanto tiver tempo, expectativas e conhecimentos culturais para preencher uns minutos dos vossos atribulados dias.

Bem hajam.

Vai aqui uma foto tirada da minha sala com parte da vista da varanda. É aqui que eu mais sonho e mais aprecio a vida.

Herbert Brandl





O meu novo professor falou-me há dias neste nome e apressei-me a ir à net verificar o que havia sobre o pintor austríaco.
Como me parece fascinante o seu trabalho - que infelizmente só consigo ver na net - resolvi colocar aqui esta entrada para quem gosta de abstractos e cores difusas.

Pintor, gravador e arquiteto, Herbert Brandl nasceu em Graz, na Áustria, em 1959 e começou a estudar na Academia de Artes Decorativas e Aplicadas sob Tasquil Herbert e Peter Weibel, em 1978. Em 1980, quando ainda desconhecido, realizou a sua primeira exposição individual em 1984 na Neue Galerie am Landesmuseum Joanneum ', em Graz. Embora ainda jovem, Brandl produziu pinturas a óleo em grandes formatos, geralmente como dípticos e trípticos. Paisagens abstratas de Herbert Brandl, naturezas mortas e mais tarde seus nus femininos são notáveis por uma movimentação dinâmica pastose de tinta. Herbert Brandl tem continuado a trabalhar para fora um componente de análise no seu trabalho acompanhado por um alto grau de emoção enquanto se mantém preocupado com as questões fundamentais relacionadas com a pintura. Desde o final da década de 1990 o cenário alpino tem ocupado um lugar fundamental na obra de Brandl. Nas suas pinturas, o motivo da montanha é uma ilusão de óptica entre a abstracção ea figuração, entre o explosivo pictórico espaços de cor ea ilusão de um espetáculo natural. Herbert Brandl produz obras a partir de fotografias e isto deu origem a uma discussão sobre a realidade dos meios. Entre 1985 e 1991, Herbert Brandl, foi professor convidado na Academia de VIENNA decorativas e artes aplicadas. Desde o início de sua carreira, Brandl foi sempre um homem de inúmeros espectáculos e tem participado em exposições de renome internacional, incluindo a IX Documenta de Kassel (1992), a mostra organizada pelo Kunsthalle Wien, intitulada "zerbrochene Der Spiegel. Positionen zur Malerei '(1993) e "Pintura em Movimento" na Kunsthalle de Basileia (2002). Herbert Brandl vive e trabalha em Viena.

( tradução do inglês) Ver: http://www.herbertbrandl.com/



Insónias




Sempre sofri de insónias....desde criança. às vezes dava comigo em pé no meio do quarto às escuras sem saber onde estava a minha cama. Outras vezes, ia ver filmes como Peter Pan, aos seis anos, a Bela Adormecida ou a Branca de Neve e morria de medo com a ideia de encontrar o capitão Hook e a sua dentuça alvar ou a bruxa com a maçã. Um dos primeirso filmes que me tirou o sono foi " O maior espectáculo do Mundo", uma história de amor no circo, em que havia um descarrilamento de comboio provocado por explosivos e uma rapariga que caía dum trapézio. Tudo cenas de arrepiar. Mais tarde , qualquer filme de guerra, campos de concentração, torturas ou puro terror davam-me cabo da noite, mesmo que tivesse visto o filme de dia. Lembro-me dum filme horrível com a Mia Farrow, em que ela é cega e um serial killer mata os seus familiares e anda a persegui-la durante o filme todo, sem que ela consiga perceber o que se está a passar. Um horror.

Agora não durmo porque estou a pensar no que tenho de fazer no dia seguinte, fico ansiosa e o sono não vem. Como hoje. Ou porque pura e simplesmente, estou cansada e não encontro posição em que me sinta bem. Fui ao osteopata e ele explicou o que está mal.

Quando éramos pequenas, consolávamo-nos pensando em fadas - tipo Wynx - porquinhos bons, duendes sabichudos, Noddies e flores e campos...mas agora já não consigo.




Oiço a chuva a cair lá fora e o vento a atirar com as folhas de outono brutalmente pelos ares...nada poético. Troveja e ribomba. A rua deserta.

Ainda bem que estou em casa, está quentinho e tenho onde dormir.Deus é grande.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Outras cores em movimento - LEONID AFREMOV



Leonid Afremov (nascido em 1955) é um pintor bielorrusso. A sua pintura, muitas vezes inclui paisagens e figuras coloridas, normalmente pintadas a espátula e tinta a óleo.

Nasceu em Vitebsk, a cidade natal de Marc Chagall, Afremov graduou-se na Vitebsk Art School, que foi fundada por Chagall em 1921 e teve muitos clientes famosos, incluindo Kazimir Malevich e Wassily Kandinsky. Depois de descobrir que iria vender na União Soviética apenas cartazes de propaganda comunista , Afremov mudou-se para Israel em 1990. Dentro de duas semanas, tinha encontrado emprego numa agência de publicidade pintura outdoors, mas na véspera de uma exposição, o seu estúdio foi assaltado e vandalizado. [1]. Afremov, então, mudou-se para os Estados Unidos e atualmente reside em Boca Raton, Flórida.

Seleção de exposições
Aniversário 1977 alunos, Vitebsk
União Soviética 1990 Artistas ', Vitebsk
1989 Pinturas Judaica, Moscovo
1991 Amaliya Arbel Galeria de Arte, Rishon Lezion, Israel
1992 Pinturas Judaica, Ramat Gan Museu
1994 Pinturas Judaica, Tel Aviv Museum of Art, Tel Aviv
1997 Anniversary Exhibition, Museu de Ashdod
1994 Lapid Galeria de Arte, Ashdod
1995 Dilon Galeria de Arte, Jaffa
1998 Opera House Art Gallery, Tel Aviv
1999 Ofir Galeria de Arte, Ramat Aviv, Tel Aviv

domingo, 4 de outubro de 2009

Domingo de Outono



Um belo Domingo, com sol - embora um pouco envergonhado - temperatura quente quase tropical, Foz cheia de poovo nacional e estrangeiro ( será por causa da Ryanair que há muitos mais alemães no Porto?), o "meu" café dos Ingleses com a mesa do canto junto à praia livre e as deck-chairs vazias para a sesta depois do "prandium" ( almoço). O que é que se pode querer mais?



O mar está bravio, maré cheia, a embater contra aquele rochedo que tem mais histórias para contar que a minha Avó ( teria), ali em frente à varanda, pronto a deixar-se chicotear pelas ondas e a permitir que a rebentação brilhe em repuxo contra-luz. Um espectáculo, a 15m de autocarro da minha porta. Não esperámos - eu e a Luisa - mais do que 2 minutos pelo dito cujo e lá fomos pelas 13horas, juntamente com idosos que aproveitam o domingo para passear de transportes públicos, já que não têm carro nem saúde para andar a pé. Conhecem-se todos, falam uns com os outros ( de doenças, claro), não há discussões, nem pressas...é domingo.



Na praia uma dúzia de malucos alemães tomam banho de mar em cuecas - boxers talvez - radiantes com a proeza e com os mirones que os olham com espanto da varanda do café. O sol escalda por entre as nuvens e a água deve estar gelada, mas os efeitos energéticos devem ser elevados, pois dão direito a grandes canecas de cerveja no rescaldo da festa. Falam alto, gesticulam e pensam: Isto é que é vida e esta gentinha sempre a protestar contra tudo e todos....têm um clima que é uma dádiva de Deus!"

Oiço alguma música no meu Ipod para calar a "salsa" que vem pelos altifalantes: Agnus Dei de Bach, Chaconne da partita para violino de Bach-Buisoni, tocada pelo grande-pequeno Eygen Kissin. Evasão total...e o estrondo das ondas em pano de fundo.



Para terminar um chá de canela e maçã com scones, tudo muito bem feito e barato. O café tem mudado de mãos , mas continua acessível e oferece uma localização privilegiada. Como podem ver pelas fotos, parece que se está na amurada dum navio e a boca fica cheia de sal...

Após mais um passeio de autocarro para casa, ainda passo sozinha pelo Jardim Botânico, que vai fechar dentro de meia hora, para visitar os nenúfares e as rosas, abertas e oferecidas aos poucos que por lá passeiam.




Ofereço estas flores aos leitores deste blogue, que fielmente têm acompanhado a minha vida quotidiana. Bem hajam!