Hoje é um dia no meio... no meio de eventos, em que se sente um certo vazio depois de tanto frenesim mediático.
Mas para mim é um dia especial, que quero partilhar convosco hoje... os meus netos foram para umas bodas de prata e o meu filho mais velho para Osaka,onde vai receber o Prémio Internacional de Jovem Cientista do Ano no Congresso Anual de Telecomunicações e apresentar o seu primeiro livro, Physical-Layer Security - From Information Theory to Security Engineering publicado pela Cambridge University Press. Estou muito orgulhosa, mas infelizmente não posso estar presente a não ser através do skype.Nem sequer consegui por aqui a foto da capa do livro pois não consigo gravá-la do site.
Todos os dias são diferentes. Hoje também tenho cá o meu filho mais novo, que dorme depois de duas noites de estudo em Lisboa. Em geral, pouco estamos juntos, mas é grato ouvi-lo dizer: Que bom que é estar aqui no Porto!
E ainda há a net.
Aqui encontra-se um manancial de motivos para nos distrairmos e alegrarmos e até podemos dialogar com a família e os amigos.
No Facebook, abriram agora uma página exclusiva para os fotógrafos amadores do Woophy e ponho lá fotos todos os dias, recebendo mensagens ou "likes" de outros amadores como eu.
É uma troca de momentos únicos, alguns belos, outros neo-realistas, originais, artísticos quase todos peculiares e criativos. Descobri que duma foto se podem fazer muitas outras, cortando pedacinhos mais interessantes em si mesmos do que a foto inteira.E tenho feito isso com prazer. Este exemplo de alfazema é um deles.
Amanhã teremos outros motivos para estar presos aos media. Oxalá este país descubra um way out, como dizem os ingleses. De tanto nos compararem com a Grécia, já estou com verdadeiro horror aos gregos que não me fizeram mal nenhum....:)
sábado, 4 de junho de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Dias de reflexão
Talvez porisso , noites de insónia, também.
Lá fora o dia amanhece timidamente, mas os pássaros ouvem-se no seu cantar pleno. Como se sentirá um pássaro assim sozinho , sem o barulho dos carros, com tanto verde por sua conta?
É um privilégio acordar com os sons da Natureza....
Mas hoje sinto um desassossego, como diria o nosso poeta, uma inquietação jutificada pela incerteza quanto ao futuro deste país tão belo.
Ouvi há dias o autor de Os Portugueses, livro que aconselho a quem gosta de História e de crítica de costumes, um inglês apaixonado pelo nosso país, afirmar que somos um povo extraordinário aos olhos dos estrangeiros e que só cá se ouve dizer tanto mal de si próprio.
Temos medo do futuro, da vida que os nossos netos vão ter de enfrentar, não acreditamos em políticas, queremos construir, mas não sabemos bem como, muitos de nós viveram no tempo da outra senhora, e sabemos que o país é capaz de melhor, de mais inovação, de mais progresso, de vencer a pobreza e encontrar soluções.
Sei em quem voto, penso que estarei do lado ganhador, espero que desta vez haja consensos e que o país ande para a frente, só assim conseguirá sair deste atoleiro onde nos enfiámos...há que lutar pela honestidade, pelo trabalho, pelo esforço e mérito.
Prometi mais flores...e aqui vão elas, numa promessa de amanhã mais risonho e confiante. Boa sorte, Portugal!
Lá fora o dia amanhece timidamente, mas os pássaros ouvem-se no seu cantar pleno. Como se sentirá um pássaro assim sozinho , sem o barulho dos carros, com tanto verde por sua conta?
É um privilégio acordar com os sons da Natureza....
Mas hoje sinto um desassossego, como diria o nosso poeta, uma inquietação jutificada pela incerteza quanto ao futuro deste país tão belo.
Ouvi há dias o autor de Os Portugueses, livro que aconselho a quem gosta de História e de crítica de costumes, um inglês apaixonado pelo nosso país, afirmar que somos um povo extraordinário aos olhos dos estrangeiros e que só cá se ouve dizer tanto mal de si próprio.
Temos medo do futuro, da vida que os nossos netos vão ter de enfrentar, não acreditamos em políticas, queremos construir, mas não sabemos bem como, muitos de nós viveram no tempo da outra senhora, e sabemos que o país é capaz de melhor, de mais inovação, de mais progresso, de vencer a pobreza e encontrar soluções.
Sei em quem voto, penso que estarei do lado ganhador, espero que desta vez haja consensos e que o país ande para a frente, só assim conseguirá sair deste atoleiro onde nos enfiámos...há que lutar pela honestidade, pelo trabalho, pelo esforço e mérito.
Prometi mais flores...e aqui vão elas, numa promessa de amanhã mais risonho e confiante. Boa sorte, Portugal!
quarta-feira, 1 de junho de 2011
DIA MUNDIAL DA CRIANÇA
Comemora-se hoje. Todos sabemos. É um daqueles dias luminosos em que nos passam pelos olhos imagens de crianças a sorrir, felizes, bibes e chapéus coloridos, o tagarelar e o cantar despreocupados. Comparamo-las aos passarinhos que aqui na minha rua se ouvem a toda a hora. Mas também nos chegam outras imagens bem mais soturnas de crianças soldados, crianças a trabalhar debaixo de sol escaldante ou em fábricas de tapetes com temperaturas impiedosas e olhos do tamanho do mundo.
As crianças são a alegria das famílias, nunca me lembro de não ter crianças por perto, os meus filhos, amigos deles, crianças do infantário da minha escola, sobrinhos, etc. Sempre achei que eram muito especiais, inteligentes, sensíveis, espontâneas e desarmantes.
Os meus netos são muito diferentes e cada um deles tem uma personalidade muito própria. Felizmente podem expressar os seus sentimentos e qualidades em campos tão diversos como a música, os trabalhos manuais, o desporto, o ballet ou o piano. Os pais defendem-nos
de alguns vícios da era actual como a TV ou hábitos perniciosos de deitar tarde ou ver filmes violentos e telenovelas. Mas eles vingam-se, quando vão a casa dos avós, exigem ver o Canal Panda, sem o qual as visitas não são tão saborosas...:)
Vivi numa família cheia de crianças, éramos oito filhos. Lembro-me de ter de partilhar tudo com os meus irmãos, até os bolos ao domingo, livros, vestidos, festas, etc. Nada era muito privado, todos sabíamos tudo acerca dos outros e cada uma das nossas acções assumia importância para o colectivo.
Lembro-me de ir à praia, de andar por Sintra, visitar famílias amigas dos meus pais, ir à Missa aos Jerónimos, rituais que perduraram durante anos. Só na adolescência, começávamos a indagar se os Pais tinham sempre razão e se não haveria outros caminhos a desbravar. Era apenas uma tentativa tímida, pois os tempos eram outros e os adolescentes não tinham tanta liberdade.
Hoje resolvi voltar à poesia da minha amiga Regina, especial para crianças:
Perguntaram à Maria
o que era a poesia
e a Maria respondeu:
É saber olhar o Céu,
ouvir as ondas do mar,
e sentir a maresia,
as aves a chilrear,
desde que o sol se levanta,
deixar a areia escapar
por entre os dedos da mão,
é saber ouvir o vento
que traz sempre uma mensagem
quando chega de viagem.
É acarinhar a terra,
cada animal, cada planta,
cada pedra, cada rio.
É cantar ao desafio com o melro,
o gavião, e também a cotovia,
o pardal , o rouxinol.
É saudar o arco-írisnum dia de chuva e sol
In Ciência para meninos em poemas pequeninos
FELIZ DIA PARA TODAS AS CRIANÇAS DO MUNDO!
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Voltei à Baixa
É sempre um prazer passear pela Baixa do Porto, mesmo que seja só por uma ou duas horas.
Vê-se o pulsar da cidade, as casas tão lindas com as suas varandas de ferro e tabuletas antigas tão degradadas, as pinturas nas paredes, os pobres a pedir no chão, os músicos imigrantes que se insurgem se a gente lhes tira fotos, o cegunho da esquina, ali há mais de trinta anos, tudo um pouco triste e decadente.
Mas também se pode admirar o colorido dos vendedores ambulantes com as suas quinquilharias, carteiras, sacos, pulseiras, colares, objectos de artesanato, os jovens encantados com os stands, os turistas sentados nas esplanadas, o Majestic em todo o seu esplendor, os autocarros amarelos que vão dar a volta à cidade, o electrico 22, que desce a Rua Passos Manuel, a FNAC cheia de objectos sedutores, o C&A, onde se compra roupa por uma pechincha, o relógio de madeira, tocando as horas, os quartos e as meias com os bonequinhos a girar. Gosto de deambular por ali, sentar-me no café da fnac e tomar um sumo caro, folheando os jornais do dia.
As lojas estão vazias, a crise instalou-se, mas a cidade continua a viver, como que indiferente aos políticos, aos rumores, às ameaças de recessão, aos circos e arruadas...ela já assistiu a tanto despautério, a tanta revolução, a tanto protesto, a tanta injustiça, a tantos assaltos e a tantas cenas de amor. A cidade assiste a tudo impávida, deliciando-se com o sol quente de Maio e não exigindo nada de nada.
domingo, 29 de maio de 2011
A árvore da Vida
Fui hoje ver o há muito desejado filme de Terrence Malick, The Tree of Life, filme ganhador da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2011, e não fiquei decepcionada com a experiência.
Fui sozinha que é uma das coisas que mais gosto. Detesto as pipocas e as coca-colas, o barulho e muita gente. À tarde tenho direito a desconto de senior e silêncio. O melhor dos mundos.
O filme é difícil de descrever. Fez-me lembrar 2001, Odisseia no Espaço, com música clássica lindíssima, imagens cósmicas extraordinárias, misticismo, diálogos com Deus ou com um ser superior, uma família que pouco falam, mas cujos rostos marcam o filme do princípio ao fim. Há uma certa inquietude que se cruza com a beleza espectacular das imagens da Natureza e apazigua o conflito.
Um filme que pode não agradar a todos, lento, pausado, filosófico. Um realizador que já fez vários filmes carismáticos como A Barreira Invisível - um dos melhores filmes de guerra que jamais vi, Days of Heaven, filme sobre emigração para os EUA e outros.
Saí do cinema feliz em paz.
Fica aqui o trailer do filme:
Fui sozinha que é uma das coisas que mais gosto. Detesto as pipocas e as coca-colas, o barulho e muita gente. À tarde tenho direito a desconto de senior e silêncio. O melhor dos mundos.
O filme é difícil de descrever. Fez-me lembrar 2001, Odisseia no Espaço, com música clássica lindíssima, imagens cósmicas extraordinárias, misticismo, diálogos com Deus ou com um ser superior, uma família que pouco falam, mas cujos rostos marcam o filme do princípio ao fim. Há uma certa inquietude que se cruza com a beleza espectacular das imagens da Natureza e apazigua o conflito.
Um filme que pode não agradar a todos, lento, pausado, filosófico. Um realizador que já fez vários filmes carismáticos como A Barreira Invisível - um dos melhores filmes de guerra que jamais vi, Days of Heaven, filme sobre emigração para os EUA e outros.
Saí do cinema feliz em paz.
Fica aqui o trailer do filme:
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