sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO



O meu APPLE resolveu despedir-se do ano velho, avariando. Culpa minha que entornei chá quente por cima do keyboard. Acende, mas depois não abre os sites ....é dramático para uma PC freak como eu. Estou a usar o da minha filha, mas não tenho aqui fotos, nem grandes possibilidades...apenas quadros meus...este já de 2010.

Desejo-vos a todos um ano de 2012 o melhor possível e que a crise vos não afecte muito, acreditem e tentem superar as expectativas - as positivas , claro.

Um abraço para todos os leitores

Até para o ano!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Lisa Gerrard

É uma cantora australiana pouco conhecida,
mas que uma vez ouvida, nunca mais se esquece. Tem uma voz fabulosa e uma expressividade inegualável.


Ouvi-a pela primeira vez há uns dez anos quando era fã de música alternativa e em especial duma banda, que nasceu e morreu nos anos 90, creio, os Dead Can Dance, criadores de albuns de música gótica
melodiosa e quase viciante. Passava horas a ouvir CDs deles , que fui comprando. Tenho uns cinco e gosto de todos.

Lisa era a vocalista feminina da banda, separando-se depois deles e cantando a solo. Também comprei os CDs todos dela e quando oiço a música de alguns filmes como The Insider ou Gladiator, até sinto um calafrio na espinha.
Uma vez num forum, há muitos anos escrevi que Bach era para mim uma prova da existência de Deus.Um amigo meu respondeu: E a Lisa Gerrard?

Oiçam esta peça e digam-me lá se não é divinal?

Árias

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Musica da velha Rússia

Ontem fui a um espectáculo diferente na Casa da Música com o meu ex- e a minha filha. Prometia: coros, orquestra e bailados do exército de S. Petersburgo. Muito esplendoroso, com pedacinhos de tonalidade eslava, cantados por homens, sussurrados como os barqueiros costumam fazer, assobios, ritmo alucinante, elasticidade dos movimentos, cores garridas e solistas de voz potente. A Casa da Música aqueceu - é uma das salas mais frias que conheço, apesar de linda - e as tantas já todos batiam palmas ao ritmo da balalaika. Uma experiência única e bastante excitante. Talvez não tão fulgurante como esperava, mas mesmo assim interessante e agradável.

Como diz a publicidade ao evento:

Cem artistas, deslumbrantes vestuários, impressionantes coreografias, um coro imponente de vozes masculinas, fazem do "Exército Russo" uma apaixonante viagem à Rússia Ancestral. A origem dos conjuntos de Coros e Danças do Exército Russo remonta às guerras mundiais, quando estas formações levavam canções de amor e esperança aos soldados do fronte e aos hospitais. Após a chegada da paz, aquelas vozes e muitas outras converteram-se num dos espetáculos russos mais aplaudidos do mundo.
O Coro, Ballet e Orquestra do Exército Russo de São Petersburgo,
integra uma centena de artistas, e constitui uma das melhores representações do folclore e da arte vocal e coreográfica da Rússia.O Ballet, com deslumbrantes vestuários e originais coreografias, apresenta danças que falam da vida
agrícola, de amor e de batalhas enquanto a Orquestra, que é composta por 30 músicos, nos traz a música das populares balalaikas e acordeões.


Fica aqui a melodia mais conhecida: KALINKA.

O exército russo

domingo, 25 de dezembro de 2011

Dia de Natal

Há uns anos que o meu dia 25 é assim: calmo, sereno, passado em casa com o cheiro do cozido e das rabanadas da véspera, música já menos natalícia e mas sempre calma, filhos solteiros por aqui, lareira acesa, pinhas vermelhas e a crepitar...
Penso com nostalgia , mas também com alívio, nos dias de Natal de antigamente, quando depois da consoada com bacalhau na minha casa, saíamos de manhã pelas 11 do Porto, parávamos na Mealhada para almoçar - o leitãzinho era sagrado e o meu marido adorava aquela cerimónia - chegávamos a Lisboa pelas 4, dirigíamo-nos a casa da minha Mãe, onde ainda só estavam algumas pessoas da família. A minha Mãe e a minha Avó, que viveu até aos 94 anos, gostavam das minhas rabanadas e eu fazia uma calda para deitar por cima, pois já estavam um pouco secas. Bebíamos uma chazada. O chá do grande bule beige parecia diferente dos chás que se bebem por aí...ou então era a minha saudade da Índia, latente nos meus genes, que me fazia bebê-lo com mais prazer.
Aos poucos, a casa ia-se enchendo de gente, manos e manas, sobrinhos, namorados por vezes, bébés pequeninos que eram arrancados ao sossego de repente e confrontados com os seus parentes barulhentos e a algazarra inerente, as prendas que enchiam metade da sala à volta do pinheiro enfeitado pelo meu irmão mais novo, os beijinhos, as conversas de ocasião, as roupas bonitas, os risos e os choros...
O jantar era lauto com iguarias trazidas por todos, nunca faltando a sopa de peixe da minha irmã e o caril de porco, assim como a tarte da Anke ( espécie de mars em bolo), que fazia as delícias dos primeiros que a conseguiam comer.

Depois tínhamos a cerimónia das prendas, que levava quase duas horas pois todos gostávamos de ver o que cada um recebia ou dava. Tornava-se uma pasmaceira um pouco ridícula e a pouco e pouco, fomos encurtando e simplificando a logística da troca.
Por vezes havia discursos, a minha Mãe fez o último em 2002, falecendo em Maio de 2003. Insistira para que a festa ainda fosse em sua casa e nós fizémos-lhe a vontade, talvez já com um pressentimento de que seria o último.
Não apreciava muito estar com a família toda reunida e havia sempre picardias, choros ou desentendimentos - como nos filmes de Woody Allen , nada do que parece é - sentia sempre grande desilusão, pois fora criando uma imagem da família diferente na minha imaginação... e a realidade e, sobretudo o meu afastamento, tinham-me marcado indelevelmente.
Depois de dois dias em Lisboa, estava ansiosa por voltar ao Porto, ao meu lar, ao sossego da minha família pequenina...a viagem de regresso era diabólica...mas
ainda tinha uns dias de férias e o Natal, felizmente, já era...