sábado, 1 de dezembro de 2012

No princípio eram as árvores

Posso dizer que as minhas pinturas nasceram com as árvores, foram elas que mais me seduziram e inspiraram, fiz muitos quadros com esse tema e alguns deles ainda estão aí, outros ofereci-os.

Uns foram feitos a guache como estes:




 Depois enamorei-me do pastel de óleo e fiz estas:

Por fim o acrílico com que fiz muitas mais. As árvores são e continuarão a ser temas da minha pintura. Têm qualquer coisa que me atrai.






quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Em casa da Avó

Passar de autora dum manual escolar ao estatuto de Avó em 20 minutos tem que se lhe diga.

Ainda os chips estão sincronizados para a pedagogia, para as fórmulas e os skills da língua inglesa e já temos de os formatar para se tornarem meigos, pacientes e netos-friendly.... e, sobretudo, aptos a ouvir as coisas mais pândegas e inesperadas do mundo.

Vir a casa da Avó já se tornou um hábito para eles à 4ª feira , mas gosto de lhes oferecer algo diferente. Hoje fiz panquecas. Estão ali à espera que eles venham, muito douradinhas e mesmo apetitosas. Vou tirar umas fotos! Para acreditarem que não estou a inventar!

Ui, já aqui estão. Com as mochilas, os casacos, as sapatilhas....a minha entrada parece o Banco Alimentar de roupas e objectos escolares!

Lancham bem, mas um deles prefere uma laranja à panqueca e o outro quer antes um pão seco, que lhe sabe a pouco. Só o mais velho come três panquecas com compota e mais comeria, se eu deixasse.



E agora depois de lancharem, há que entrar em "modo de persuasão" para que a TV desapareça e só surja à luz do dia ( ou da noite!) daqui a meia hora ... se não os pais queixam-se de a Avó usar a  TV como babysitter...não, a Avó tem de ter paciência por inerência do cargo.

 Joga-se ao scrabble com o neto do meio ( sete anos), que quer escrever palavras inventadas por ele - com ç e o diabo a quatro -  e fica piurso quando digo que essas palavras não existem. Amua e diz-me baixinho: Estás a ficar velha! Agora é a minha vez de ficar piursa!! 

 Este meu neto tem o condão de dizer o que não deve e o meu drama é que herdou  essa qualidade (?) para além dos traços físicos, desta Avó.
Muita gaffe cometi quando era miúda e muito ralhete apanhei por isso. Digo-lhe que não me importo nada de envelhecer e que os meninos não devem dizer essas coisas às pessoas mais velhas porque elas ficam tristes. Será que entendeu? Duvido!

Umas palavras depois, inventadas ou não, arruma-se o Scrabble e finalmente podem ver TV. Calados como ratos, só se ouve o barulho irritante dos bonecos animados, qual deles mais palerma e mais deseducativo. O que vale é que dura pouco...

O mais novo que tem três anos quer vir para o meu colo e eu conto-lhe a história do Capuchinho Vermelho. Fica feliz e ouve-me com atenção. Quando acaba, pergunto-lhe: Queres que te conte a do Lobo e dos Sete cabritinhos? Responde que não: Não, vóvó, essa é quase igual à do Capuchinho!

E não é que é mesmo?

A verdade está na boca das crianças;-).

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Despedida do outono


Pintei este quadro há dois anos, juntamente com outros que estiveram na exposição do Vivacidade em 2011.

É talvez um pouco sombrio e menos acessível do que outros que tenho sobre o outono. Já pintei esta estação do ano em não sei quantos quadros, mais de dez certamente. Este está aqui na minha sala num local pouco iluminado e quase não se dá por ele. Mas gosto de o ver a uma certa distância, sobretudo gosto do relevo e das cores.

Resolvi homenageá-lo hoje já que estamos no fim do outono e as árvores já perderam as suas cores mais brilhantes.

Venha o inverno, mas com calma. Ainda não estamos preparados para o frio intenso, as noites enormes, os enfeites de Natal...eu pelo menos, não estou!

Despedida do Outono

Pintei este quadro há dois anos, juntamente com outros que estiveram na exposição do Vivacidade em 2011. 

É talvez um pouco sombrio e menos acessível do que outros que tenho sobre o outono. Já pintei esta estação do ano em não se quantos quadros, mais de dez certamente. Este está aqui na minha sala num local pouco iluminado e quase não se dá por ele. Mas gosto de o ver a uma certa distância, sobretudo gosto do relevo e das cores.

Resolvi homenageá-lo hoje já que estamos no fim do outono e as árvores já perderam as suas cores mais brilhantes. Venha o inverno, mas com calma. Ainda não estamos preparados para o frio intenso, as noites enormes, os enfeites de Natal...eu pelo menos, não estou!

domingo, 25 de novembro de 2012

3 da manhã com Jackson Pollock

Há muito que queria ver este filme e descobri-o hoje no videoclube ZON por 99 centimos...

Comecei a ve-lo pela 1 da manhã, o filme tem duas horas que vi non-stop.

É a vida dramática dum dos maiores pintores americanos, indiscutivelmente. Nasceu em 1912 e faleceu em 1956.

Expressionista, cubista, influenciado por Picasso e Miró, mas adquirindo um estilo muito próprio que se confunde com o emaranhado da sua personalidade semi-psicótica, com uma força e inspiração extraordinárias, que a sua grande Mulher Lee Krasner sustentou e abraçou.

Sem ela, ele não teria sido ninguém...ela amava-o incondicionalmente.
Este filme lembrou-me o filme Bright Star, a vida do poeta Keats.

Gosto desta pintura desalinhada, adorei ver no filme como ele a pintava, tela no chão pincel a pingar sobre o linho branco, traços até onde o braço chegava.

Não me canso de admirar os pintores que levam uma vida de miséria, mas continuam a persistir na Arte contra tudo e contra todos. Sozinhos... ou com alguém que acredita perdidamente no seu talento.

Fez-me bem ver o filme, ainda que bastante trágico e com um fim verídico mas assustador. O álcool leva às maiores loucuras, ainda mais do que as drogas e outros desvios.





Vi quadros dele no MOMA de NY. Quem me dera lá voltar. É um dos locais mais apetecíveis da Big Apple, a par dos teatros e pontes!