Fui cedo para o aeroporto. Cheguei com tres horas de antecedência, é o que dá aproveitar as boleias...sou pobre e mal agradecida, diriam os mais exigentes,
mas não me aborreci, nem um minuto. É giro poder usar o laptop num espaço tão grande e ver tudo o que se passa...tirar fotos coloridas,
gozar daquela lufa-lufa calma, num aeroporto pequeno e simpático, que existe para proporcionar férias a muitos cidadãos estrangeiros, mais que a portugueses.Oiço o altifalante chamar os passageiros para um voo que segue para Leeds. Apetece-me loucamente meter-me nele e ir ver a minha querida filha, mas não dá. Durante uma hora, oito aviões despejam turistas no nosso cantinho
paradisíaco, vê-se gente bronzeada,
com mochilas, sacos, malas, bébés, pastas ( poucas), mas sobretudo com um sorriso feliz nos lábios. A vida é bela, parecem dizer. Lá se esquece a crise por uns dias, o sol é meigo, o mar amigo. Nestes dias, nem ondas havia, a água parecia quase parada tal era a calmaria.
A praia da Luz foi sempre um local amigo das famílias e com a Ryanair,
mais e mais virão. O caso Maddie já passou, nada na Luz nos fala dela, a igreja está aberta quase todo o dia, vêem-se muitos ingleses a entrar, talvez a rezar pela menina,
mas é assunto encerrado, a vida continua.
A vila evolue, vão-se abrindo novos locais, restaurantes passam de gerencia em gerencia, por vezes é pena pois há recordações perenes de sabores tradicionais que não podemos voltar a ter.
Uma semana nesta praia chega para revitalizar qualquer um,
mesmo com crianças cansativas, tempo menos quente ou menos dinheiro. A areia voltou este ano, a praia e prainha estão enormes, os caminhos estão limpos e tratados, vê-se que há vida para lá das férias...