segunda-feira, 21 de novembro de 2011

No reino dos azuis

É uma cor transcendente , o azul prussiano, que se pode multiplicar em mil nuances e cambiantes, todos eles lindíssimos.

Este quadro foi pintado só com a cor de duas bisnagas: azul prussiano e branco. O jogo das duas cores permitiu estes efeitos. Misteriosas formas, sombras , reflexos....


Tudo simples. E belo. Como este poema, que encontrei na net.

Soneto do Desmantelo Azul

Então pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.


E afogados em nós, nem nos lembrámos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplámos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.





Carlos Pena Filho