Pelo menos é o que me parece quando olho para ele....vejo uma floresta, um regato meio alvoroçado, árvores e água num jogo de cores e luz. Mudei a foto que estava muito escura.
Fi-lo há dias, só hoje acabei. Acrílico sobre MDF, com gel para a textura. Tinta muito diluida,
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sábado, 31 de março de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Bleu, bleu....l'amour est bleu
Havia uma canção assim nos anos 60, muito suave e bonita.
O quadro que fiz ontem traduz essa sensação: beleza táctil, jogo de azuis e verdes, sugestão floral. É repousante.
Mais um poema de Sophia:, que traduz os sentimentos expressos nesta pintura.
Quando brilhou a aurora,
dissolveram-se
Entre a luz as florestas encantadas,
Arvoredos azuis e sombras verdes,
Como os astros da noite embranqueceram
Através da verdade da manhã.
E encontrei um país de areia e sol,
Plano, deserto, nu e sem caminhos,
Aí, ante a manhã, quebrado o encanto,
Não fui sol nem céu nem areal,
Fui só o meu olhar e o meu desejo,
Tinha a alma a cantar e os membros leves
E ouvia no silêncio os meus passos.
Caminhei na manhã eternamente.
O sol encheu o céu, foi meio-dia,
Branco, a pique, sobre as coisas mortas,
Mais adiante encontrei a tarde líquida,
A tarde leve, cheia de distâncias,
Escorrendo de céus azuis e fundos
Onde as nuvens se vão pra outros mundos.
Um ponto apareceu no horizonte,
Verde nos areais, como um sinal.
Era um lago entre calmos arvoredos.
Não bebi a sua água nem beijei
O homem que dormia junto às margens
E ao encontro da noite caminhei.
O quadro que fiz ontem traduz essa sensação: beleza táctil, jogo de azuis e verdes, sugestão floral. É repousante.
Mais um poema de Sophia:, que traduz os sentimentos expressos nesta pintura.
Quando brilhou a aurora,
dissolveram-se
Entre a luz as florestas encantadas,
Arvoredos azuis e sombras verdes,
Como os astros da noite embranqueceram
Através da verdade da manhã.
E encontrei um país de areia e sol,
Plano, deserto, nu e sem caminhos,
Aí, ante a manhã, quebrado o encanto,
Não fui sol nem céu nem areal,
Fui só o meu olhar e o meu desejo,
Tinha a alma a cantar e os membros leves
E ouvia no silêncio os meus passos.
Caminhei na manhã eternamente.
O sol encheu o céu, foi meio-dia,
Branco, a pique, sobre as coisas mortas,
Mais adiante encontrei a tarde líquida,
A tarde leve, cheia de distâncias,
Escorrendo de céus azuis e fundos
Onde as nuvens se vão pra outros mundos.
Um ponto apareceu no horizonte,
Verde nos areais, como um sinal.
Era um lago entre calmos arvoredos.
Não bebi a sua água nem beijei
O homem que dormia junto às margens
E ao encontro da noite caminhei.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O canto da floresta
Há muito que não vou a uma floresta, nem sequer a um local isolado daqueles em que o ar é puro e só cheira a eucalipto e a pinhas. Tenho saudades de passear num monte donde se disfrute uma vista magnífica sobre o mar, saudades de vegetação, de árvores fechadas sobre si, mal se descortinando os raios de sol.
Tenho saudades da quinta dos meus Pais em Albarraque, no sopé de Sintra, onde passávamos as nossas férias em criança. Havia lá um local onde os choupos(?) eram tão altos e tão próximos que não se sentia pinga de vento. O meu Avô apelidou esta álea de "alameda do pouco vento". Ficava junto dum caramanchão ( palavra que já não usava há séculos), onde havia videiras verdejantes na Primavera e vermelhas no Outono.
Na minha memória já se confunde tudo, pois o meu Pai vendeu a quinta quando eu tinha dez anos. Só me lembro de andar de burro, no Tupi, que era montado por todos nós, dos figos apanhados da érvore e comidos ali quentinhos, de tirar os pinhões e de os abrir com uma pedra, que os esmigalhava quase...e lembro-me também das redes que serviam para dormirmos as sestas no meio da mata, mal eu sabia como era privilegiada...
Não sei porque me lembrei disto agora, talvez porque hoje me deu para a nostalgia. Pintei um quadro impressionista - so to speak - com as cores quentes da floresta...
Tenho saudades da quinta dos meus Pais em Albarraque, no sopé de Sintra, onde passávamos as nossas férias em criança. Havia lá um local onde os choupos(?) eram tão altos e tão próximos que não se sentia pinga de vento. O meu Avô apelidou esta álea de "alameda do pouco vento". Ficava junto dum caramanchão ( palavra que já não usava há séculos), onde havia videiras verdejantes na Primavera e vermelhas no Outono.
Na minha memória já se confunde tudo, pois o meu Pai vendeu a quinta quando eu tinha dez anos. Só me lembro de andar de burro, no Tupi, que era montado por todos nós, dos figos apanhados da érvore e comidos ali quentinhos, de tirar os pinhões e de os abrir com uma pedra, que os esmigalhava quase...e lembro-me também das redes que serviam para dormirmos as sestas no meio da mata, mal eu sabia como era privilegiada...
Não sei porque me lembrei disto agora, talvez porque hoje me deu para a nostalgia. Pintei um quadro impressionista - so to speak - com as cores quentes da floresta...
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Memórias do Yorkshire
O Yorkshire é uma região ao norte de Inglaterra, onde a Natureza se torna especialmente magnética, por um conjunto de factores que serão talvez o tempo atmosférico extremamente variável, o carácter agreste ou meigo da paisagem e ainda as memórias imortalizadas nas obras de romancistas, poetas, pintores ou fotógrafos que ali nasceram ou por ali andaram.
Quem leu os clássicos ingleses como as irmãs Brontés ou Jane Austen, quem viu filmes ou séries de época (costume dramas) da BBC ou da ITV, quem leu poetas como Ted Hughes ou admirou as telas de David Hockney reconhece uma região, uma atmosfera, uma simbiose de cores e de céus que apaixonam qualquer amante da Natureza pura e sublime.
As melhores fotografias que tirei do Yorkshire foram ainda em formato analógico e estão num album, não as tenho no computador daí não as pôr aqui.
Hoje fiz mais um quadrinho de memória, enquanto sonhava em ter um carro e poder percorrer todas aquelas vilas e aldeias, montes e vales um dia antes de morrer. Infelizmente, não conduzo, mas pinto.
Quem leu os clássicos ingleses como as irmãs Brontés ou Jane Austen, quem viu filmes ou séries de época (costume dramas) da BBC ou da ITV, quem leu poetas como Ted Hughes ou admirou as telas de David Hockney reconhece uma região, uma atmosfera, uma simbiose de cores e de céus que apaixonam qualquer amante da Natureza pura e sublime.
As melhores fotografias que tirei do Yorkshire foram ainda em formato analógico e estão num album, não as tenho no computador daí não as pôr aqui.
Hoje fiz mais um quadrinho de memória, enquanto sonhava em ter um carro e poder percorrer todas aquelas vilas e aldeias, montes e vales um dia antes de morrer. Infelizmente, não conduzo, mas pinto.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Nostalgia
Hoje estive a retocar um quadro que fiz em 2008, já há quatro anos. Conservei-o comigo porque é dos quadros que mais amo, foi dos primeiros que fiz em acrílico, inspirado numa fotografia duma revista de arte.
O meu professor Nikola, de saudosa memória, ajudou-me a executar os reflexos, mas não pintou nada, só me aconselhou qual a melhor maneira de obter este resultado.
O quadro foi escolhido como " cabeça de cartaz" da Exposição Seasons come, seasons go, que teve lugar em Lisboa, por iniciativa do meu irmão, no ESCA, local onde os meus irmãos tinham os seus consultórios de pediatria.
Durante dois meses os meus quadros "enfeitaram" o local e como eram todos figurativos, respirava-se a Natureza ao olhar para os corredores estreitos e sala de espera.
Foi a minha primeira exposição, guardo dela uma óptima recordação.
Fica aqui o quadro e um dos poemas que, na altura, foram afixados como complemento das pinturas.
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Floresta impressionista
Ontem resolvi destruir uma pintura que tinha feito há semanas sem grande sucesso. A textura é espectacular, mas o quadro ficou monótono e desinteressante.
Peguei num pincel e tapei tudo com acrilico branco não muito espesso, só o suficiente para atenuar a cor do fundo.A partir daí, escolhi um dos meus motivos favoritos, bem real, árvores, folhas, floresta, tudo com acrílico aguarelado, em cores pastel, muito líquido, de modo a que as cores se misturaressem entre si. Gosto do resultado. Nunca tinha feito nada assim. A textura é diferente.
É mesmo impressionista...pelo menos aos meus olhos.
Peguei num pincel e tapei tudo com acrilico branco não muito espesso, só o suficiente para atenuar a cor do fundo.A partir daí, escolhi um dos meus motivos favoritos, bem real, árvores, folhas, floresta, tudo com acrílico aguarelado, em cores pastel, muito líquido, de modo a que as cores se misturaressem entre si. Gosto do resultado. Nunca tinha feito nada assim. A textura é diferente.
É mesmo impressionista...pelo menos aos meus olhos.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Hoje chove
E estranhamente o mundo silenciou nas ruas do Porto. Parece que se abateu sobre os transeuntes uma peste qualquer que os impede de falar alto - comme d'habitude - rir, andar despreocupadamente. Só se vêem semblantes carrancudos por baixo dos guarda-chuvas, como se a chuva fosse tóxica ou estivesse carregada de maus presságios. O contraste com a mente soalheira e até chocarreira dos dias anteriores é total. No café, a conversa é sempre a mesma:" O Real não vai lá ... coitado do Mourinho!" Coitado, porquê?
No shopping onde fica o meu cabeleireiro perguntaram-me : "Está a chover???" quando me viram encharcada ( não levara nada para me proteger, nem sequer carapuça ) e depois de ouvirem a confirmação, responderam : "Que seca!" ( o contrasenso mais completo que conheço na nossa língua).
Andei pela lojinhas do shopping, Bulhosa, Carlin papelaria, PRT, etc., mas só comprei uma bisnaga de acrílico, carvão para desenhar e papel vegetal...e um chapéu de chuva minúsculo, mas bonitinho, que fica bem com o meu kispo. Olhei para o meu reflexo na montra e estava engraçada, com o cabelo bem mais curto, botas de estivador, calças metidas nas ditas cujas e um ar diferente. Um ar britânico. Só me faltavam aqueles plásticos de pôr na cabeça que as velhotas usavam dantes.
Bendita chuva...as plantas agradecem e eu tb, quanto mais não seja para mudar de visual....
Ontem pintei este aguarélico ( aguarela+acrílico): Não está nada de especial mas rima bem com a outra do mesmo tamanho. Foi inspirada por uma foto duma revista francesa sobre La Camargue.
Parece que já adivinhava que ia chover....
No shopping onde fica o meu cabeleireiro perguntaram-me : "Está a chover???" quando me viram encharcada ( não levara nada para me proteger, nem sequer carapuça ) e depois de ouvirem a confirmação, responderam : "Que seca!" ( o contrasenso mais completo que conheço na nossa língua).
Andei pela lojinhas do shopping, Bulhosa, Carlin papelaria, PRT, etc., mas só comprei uma bisnaga de acrílico, carvão para desenhar e papel vegetal...e um chapéu de chuva minúsculo, mas bonitinho, que fica bem com o meu kispo. Olhei para o meu reflexo na montra e estava engraçada, com o cabelo bem mais curto, botas de estivador, calças metidas nas ditas cujas e um ar diferente. Um ar britânico. Só me faltavam aqueles plásticos de pôr na cabeça que as velhotas usavam dantes.
Bendita chuva...as plantas agradecem e eu tb, quanto mais não seja para mudar de visual....
Ontem pintei este aguarélico ( aguarela+acrílico): Não está nada de especial mas rima bem com a outra do mesmo tamanho. Foi inspirada por uma foto duma revista francesa sobre La Camargue.
Parece que já adivinhava que ia chover....
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Fuga aos tons pálidos
Hoje sentei-me à mesa no atelier diante da tela branca de neve e cobri-a toda dum tom verde clarinho que gosto muito. Dele já não resta nada ...cobri-a aos poucos de roxos laranjas, amarelos em tons fortes e quentes - devia estar com frio - uma floresta abstracta mirando-se num lago meio fantasmagórico...foi o que saiu.
Se gosto dela? Está um pouco expressionista para meu gosto, mas é pequenina e vou guardá-la assim...
Sujeito-me às críticas. Gosto delas.
Se gosto dela? Está um pouco expressionista para meu gosto, mas é pequenina e vou guardá-la assim...
Sujeito-me às críticas. Gosto delas.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Os "moors" da minha imaginação
No Yorkshire, condado que fica no norte da Inglaterra, à volta da cidade de York, um brinquinho com uma catedral de sonhos e lojinhas de tudo quanto há numa zona histórica do tipo shakespeareano, a natureza é agreste, os montes e vales escarpados, desdobrando-se em tons de castanhos, amarelos, verdes e azuis, com pedras seculares e vegetação rasa de todas as cores sobre o manto verde dos vales a perder de vista. Os céus são sempre acizentados, mas com manchas roxas e ameaçadoras, nuvens brancas de fímbrias prateadas a suavizar a chuva.
Só passeei por lá umas duas vezes, mas aquela paisagem fica entranhada na nossa imaginação e memória. Muitas das séries inglesas se passam naquela região, com palácios e manor houses lindíssimas, que ainda hoje estão bem conservadas e podem ser visitadas.
Hoje senti saudades dos passeios que dei com a minha filha há uns anos na zona de Ilkley, que fica a poucos kms de Leeds. Apetecia-me tanto lá voltar....mas só o poderia fazer em imaginação e com um pincel...
Pintei este quadrinho, figurativo, que exprime um microcosmos daquele local tão especial.
Só passeei por lá umas duas vezes, mas aquela paisagem fica entranhada na nossa imaginação e memória. Muitas das séries inglesas se passam naquela região, com palácios e manor houses lindíssimas, que ainda hoje estão bem conservadas e podem ser visitadas.
Hoje senti saudades dos passeios que dei com a minha filha há uns anos na zona de Ilkley, que fica a poucos kms de Leeds. Apetecia-me tanto lá voltar....mas só o poderia fazer em imaginação e com um pincel...
Pintei este quadrinho, figurativo, que exprime um microcosmos daquele local tão especial.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Há quadros assim
que parecem levar uma eternidade a fazer...
esta é terceira vez que cubro a mesma tela de acrílico, mas espero que seja a última, porque ao vivo, está com um colorido lindo ( na minha opinião, claro). Levou impasto três vezes, verniz duas e tintas várias, verdes, azuis e brancos picotados, cortados, raspados, pincelados, dedilhados, etc.etc. O efeito de todo este rendilhado foi o seguinte:
Entretanto faltou a lu durante uma hora e meia aqui nesta zona do Porto e deixei-o a secar, pois nada mais podia fazer...veio a luz...e olhei de novo para ele, ainda estava bonito...
esta é terceira vez que cubro a mesma tela de acrílico, mas espero que seja a última, porque ao vivo, está com um colorido lindo ( na minha opinião, claro). Levou impasto três vezes, verniz duas e tintas várias, verdes, azuis e brancos picotados, cortados, raspados, pincelados, dedilhados, etc.etc. O efeito de todo este rendilhado foi o seguinte:
Entretanto faltou a lu durante uma hora e meia aqui nesta zona do Porto e deixei-o a secar, pois nada mais podia fazer...veio a luz...e olhei de novo para ele, ainda estava bonito...
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
No reino dos castanhos
Nestes dias pintei dois quadrinhos - do tipo decorativo como lhes chama o meu amigo Paulo - mas ficaram artísticos e gosto dos tons, para variar dos azuis. Fazem-me lembrar uns maples que havia na minha casa de criança, com tons parecidos em cretone, tipo inglês. Vi-as bem numa daquelas casas vitorianas do Yorkshire....:)). São puro abstracto.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Três quadrinhos
Gosto muito de pintar quadros pequeninos, que se relacionem uns com os outros, embora muitas vezes acabe por oferecê-los separadamente.
Estes foram feitos ontem e hoje. São harmoniosos. Sao abstractos, mas dizem -me algo.
Estes foram feitos ontem e hoje. São harmoniosos. Sao abstractos, mas dizem -me algo.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
No reino dos azuis
É uma cor transcendente , o azul prussiano, que se pode multiplicar em mil nuances e cambiantes, todos eles lindíssimos.
Este quadro foi pintado só com a cor de duas bisnagas: azul prussiano e branco. O jogo das duas cores permitiu estes efeitos. Misteriosas formas, sombras , reflexos....
Tudo simples. E belo. Como este poema, que encontrei na net.
Soneto do Desmantelo Azul
Então pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembrámos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplámos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
Carlos Pena Filho
Este quadro foi pintado só com a cor de duas bisnagas: azul prussiano e branco. O jogo das duas cores permitiu estes efeitos. Misteriosas formas, sombras , reflexos....
Tudo simples. E belo. Como este poema, que encontrei na net.
Soneto do Desmantelo Azul
Então pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembrámos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplámos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
Carlos Pena Filho
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Pintei o outono
Ontem, inspirada talvez pelo aniversário do meu filho, pintei grande parte da manhã, ºara além de fazer os meus exercícios de ginástica caseiros.
À tarde, os meus netos vieram para cá e aqui estiveram até as 7, montando Legos, jogando jogos de computador, fazendo panquecas para o lanche e vendo o Disney Channel. Foi um Domingo em beleza. Estão crescidos, já sabem fazer coisas e não precisam de grande ajuda, apenas pontualmente...o carinho que demonstram por mim - mesmo o mais rebelde e teimosinho - enche-me de alegria...
À noite, fui jantar a solo com o meu filho. Fomos comer uma fondue à Foz. Só estivémos juntos umas duas horas....mas valeu a pena. Estivémos ambos a comemorar o dia, o momento em que ele nasceu... em condições difíceis.
Eis o quadro. A foto alterou um pouco as cores que são mais harmoniosas. A minha camara está com pouca bateria. Chamei-lhe 13 de Novembro.
À tarde, os meus netos vieram para cá e aqui estiveram até as 7, montando Legos, jogando jogos de computador, fazendo panquecas para o lanche e vendo o Disney Channel. Foi um Domingo em beleza. Estão crescidos, já sabem fazer coisas e não precisam de grande ajuda, apenas pontualmente...o carinho que demonstram por mim - mesmo o mais rebelde e teimosinho - enche-me de alegria...
À noite, fui jantar a solo com o meu filho. Fomos comer uma fondue à Foz. Só estivémos juntos umas duas horas....mas valeu a pena. Estivémos ambos a comemorar o dia, o momento em que ele nasceu... em condições difíceis.
Eis o quadro. A foto alterou um pouco as cores que são mais harmoniosas. A minha camara está com pouca bateria. Chamei-lhe 13 de Novembro.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Mudança da hora
Detesto os dias de chuva, depois da hora mudar. De repente chega o inverno, sem necessidade nenhuma....bastava não mudar a hora para que todos tivéssemos mais horas de luz na nossa vida, sobretudo os mais velhos que se levantam mais tarde. Não custa muito levantar cedo às escuras, porque é sempre um sacrifício e os olhos têm tanto sono que nem notam se há luz do dia, se não. Em contrapartida, vão-se buscar as crianças aos colegios e infantários já de noite e os pobrezinhos já nem podem correr no pátio, ir até ao Botânico ou ao Palácio, vão directos para casa, às 5 horas. E aí massacram os pais...ou vêem TV.
Mudando de assunto:
Pintei este quadro. Comecei-o há dias e acabei-o hoje. Gosto dele ao vivo, não tanto em fotografia.
Penso que é da luz...pouca demais.
Mudando de assunto:
Pintei este quadro. Comecei-o há dias e acabei-o hoje. Gosto dele ao vivo, não tanto em fotografia.
Penso que é da luz...pouca demais.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Mais pintura
Ontem e hoje tenho andado bastante nervosa e deu-me para pintar.
Já tinha a tela que é grossa, quase com 5 cm de espessura. Resolvi aplicar-lhe gel com pequenos vidrinhos, que dão uma textura interessante a par de impasto grosso.
As cores foram as mais diversas, desde o azul prussiano até ao ocre, amarelo, branco, verde, laranja. Pintei com pincel, espátula e com os dedos, que é talvez o que gosto mais:). A fotografia ão ficou muito fiel. Na minha opinião, o quadro é bem mais expressivo com a textura em 3D.
Não etiqueto este quadro...tanto me parece o fundo do mar, como uma floresta, é abstracto...
Já tinha a tela que é grossa, quase com 5 cm de espessura. Resolvi aplicar-lhe gel com pequenos vidrinhos, que dão uma textura interessante a par de impasto grosso.
As cores foram as mais diversas, desde o azul prussiano até ao ocre, amarelo, branco, verde, laranja. Pintei com pincel, espátula e com os dedos, que é talvez o que gosto mais:). A fotografia ão ficou muito fiel. Na minha opinião, o quadro é bem mais expressivo com a textura em 3D.
Não etiqueto este quadro...tanto me parece o fundo do mar, como uma floresta, é abstracto...
sábado, 24 de setembro de 2011
Ontem houve luar
na minha imaginação, já que o céu estava completamente toldado e não havia lua de espécie nenhuma....encontrei-a nas minhas recordações de verão....e porque era a Noite dos Investigadores e fui seguindo as actividades na sic N, a par do jogo entre o FCP e o Benfica, para o fim da noite acabei sentada no meu atelier a pintar....
O meu filho veio cá jantar e ver o jogo, mas ambos ficámos desconsolados com o desfecho, pois segundo nós, o FCP merecia ter ganho e aquele golo ao cair do pano encheu-nos de raiva! Desejámos uma reviravolta, mas o nosso FCP , ontem desfalcado duma das suas estrelas, parecia adormecido no fim do jogo.
A Noite dos Investigadores decorreu com êxito em Lisboa - so vi repercussões do Pavilhão do Conhecimento, mas sei que no Porto havia muitas outras actividades interessantes. Temos bons cientistas, muita gente nova, músicos e artistas amadores, que contribuíram para que a Noite fosse realmente uma descoberta.
Aqui fica o quadro que lhes dedico.
O meu filho veio cá jantar e ver o jogo, mas ambos ficámos desconsolados com o desfecho, pois segundo nós, o FCP merecia ter ganho e aquele golo ao cair do pano encheu-nos de raiva! Desejámos uma reviravolta, mas o nosso FCP , ontem desfalcado duma das suas estrelas, parecia adormecido no fim do jogo.
A Noite dos Investigadores decorreu com êxito em Lisboa - so vi repercussões do Pavilhão do Conhecimento, mas sei que no Porto havia muitas outras actividades interessantes. Temos bons cientistas, muita gente nova, músicos e artistas amadores, que contribuíram para que a Noite fosse realmente uma descoberta.
Aqui fica o quadro que lhes dedico.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Rain
Hoje está um dia lindo, cheio de sol...calor de verão.
Fui à Ramada Alta ao apartamento do meu filho para levar coisas essenciais e buscar alguma roupa à lavandaria. Encontrei três colegas da escola e fiquei muito contente porque parecia que não nos víamos desde ontem! E já passaram três anos desde que saí dali.
Em casa, apeteceu-me pintar e saiu algo que me sugere chuva, água, pingos, charcos, reflexos., vidro....é mesmo abstracto.
Chuva
Chuva, caindo tão mansa,
Na paisagem do momento,
Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.
Chuva, caindo em silêncio
Na tarde, sem claridade...
A meu sonhar d'hoje, vence-o
Uma infinita saudade.
Chuva, caindo tão mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh'alma descansa.
— Que perfeita intimidade!...
Francisco Bugalho, in "Paisagem"
Fui à Ramada Alta ao apartamento do meu filho para levar coisas essenciais e buscar alguma roupa à lavandaria. Encontrei três colegas da escola e fiquei muito contente porque parecia que não nos víamos desde ontem! E já passaram três anos desde que saí dali.
Em casa, apeteceu-me pintar e saiu algo que me sugere chuva, água, pingos, charcos, reflexos., vidro....é mesmo abstracto.
Chuva
Chuva, caindo tão mansa,
Na paisagem do momento,
Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.
Chuva, caindo em silêncio
Na tarde, sem claridade...
A meu sonhar d'hoje, vence-o
Uma infinita saudade.
Chuva, caindo tão mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh'alma descansa.
— Que perfeita intimidade!...
Francisco Bugalho, in "Paisagem"
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Inspiração outonal
Eis o meu primeiro quadro produzido no meu atelier...
Lembro-me do poema de Cat Stevens :
Morning has broken, like the first morning
Blackbird has spoken, like the first bird
Praise for the singing, praise for the morning
Praise for the springing fresh from the word
Aparentemente nada tem a ver com a pintura... mas
para mim este quadro representa um renascer para a
Arte, agora
num espaço meu que está mesmo inspirador. Foi feito com acrílico sobre placa de MDF
Lembro-me do poema de Cat Stevens :
Morning has broken, like the first morning
Blackbird has spoken, like the first bird
Praise for the singing, praise for the morning
Praise for the springing fresh from the word
Aparentemente nada tem a ver com a pintura... mas
para mim este quadro representa um renascer para a
Arte, agora
num espaço meu que está mesmo inspirador. Foi feito com acrílico sobre placa de MDF
segunda-feira, 11 de julho de 2011
No reino dos azuis
Enquanto a minha filha cozinhava uma bela pasta de atum no WOK, sentei-me a fazer-lhe companhia e descobri uma telazinha, que em tempos tinha enchido de pastel de óleo só para experimentar o efeito. Ficou muito mal, o pastel não adere à tela e não faz efeito nenhum. Resolvi cobri-lo todo com acrilico duma cor azul esverdeada que comprei ontem e que é deslumbrante. Com branco comecei a desenhar formas sem muito nexo, nem intenção. Fiquei com um fundo que me lembrava o luar, um lago, algo de etéreo, mas faltava um foco central. Usei então a minha cor preferida - aquela que mais uso nas minhas pinturas, creio - o azul prussiano, para delinear uma árvore que atravessou o espaço, em poucas pinceladas. Fi-la com uma espátula, que acumula mais tinta e a espalha dum modo mais agressivo. Gostei do efeito. Aperfeiçoei o fundo, dando-lhe mais profundidade, e sobretudo , mais mistério.

Quando acabei, a pasta estava pronta e deliciosa. Foi a cereja no topo do bolo.
Lembrei-me agora duma canção que a minha filha colocou hoje no Facebook e que é cantada por uma das cantoras mais puras que conheço. Chama-se Loreena McKennitt. É canadiana e as as músicas são semore acompanhadas de instrumental exótico e harpa tocada pela própria, o que realça ainda mais a pureza da sua voz. A canção chama-se Greensleeves, é uma melodia tradicional de amor.
Quando acabei, a pasta estava pronta e deliciosa. Foi a cereja no topo do bolo.
Lembrei-me agora duma canção que a minha filha colocou hoje no Facebook e que é cantada por uma das cantoras mais puras que conheço. Chama-se Loreena McKennitt. É canadiana e as as músicas são semore acompanhadas de instrumental exótico e harpa tocada pela própria, o que realça ainda mais a pureza da sua voz. A canção chama-se Greensleeves, é uma melodia tradicional de amor.
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