sábado, 4 de agosto de 2012

A namorar o Douro


Há muito que tinha este sonho.

Ir jantar à Afurada...passear um pouco na marginal junto aos barcos, admirar o estuário do Douro com o sol a morrer ao longe, lá mais para o ocidente do lado do mar.

Fui com a minha filha, era cedo, de modo que passeámos uma meia hora junto ao cais, que não é acabadinho e limpinho como o de Gaia, tem um ar mais pitoresco e genuíno, com as casas de cores garridas, a roupa a secar, as bicicletas junto às portas, as sardinhas a assar junto à rua e alguns turistas a tirar fotografias.

É um cenário magnífico tanto dum lado, com a majestosa ponte da Arrábida a juntar as margens com o seu porte arquitectonicamente perfeito como do outro, onde as margens parecem quase tocar-se junto ao Areínho....e ao novo molhe.

Pena verem-se as desfiguradas torres do Aleixo e da Pasteleira, um crime de lesa-cidade, feias, conotadas com a droga e com os delinquentes, que, de noite, vêm aqui para o Campo Alegre cortejar as amigas e encher os muros de graffitti.  Também construiram agora uns prédios pseudo-modernos que desfeiam a margem do lado da cidade, uma autêntica aberração que devia ser banida pela raíz.


Depois do jantar, resolvemos vir de barco para a nossa margem. Sempre sonhara atravessar o rio e mal eu sabia que o preço dos bilhetes é de 1 euro. Não paga sequer o gasóleo gasto na viagem. Portugal é tímido e modesto. Uma viagem destas em Paris ou em Londres custaria 5 ou 10 euros pelo menos...

A travessia dura 10m , se tanto. Um espanto, que vou repetir mais vezes, quando me apetecer ir ao outro lado. Não vale a pena apanhar o autocarro. O restaurante A Margem é bom, com pratos de peixe de fazer água na boca e tem espaço para 400 pessoas, tipo marisqueira. Mas não é caro, os preços são perfeitamente normais e ainda trouxémos arroz de marisco para o meu filho comer agora.

Escusado será dizer que me deleitei com as fotografias, tirei mais de 30, tais são os cambiantes por que passam as nuvens ao fim da tarde, reflectindo-se no rio, nas casas, nos barcos, nas sombras ao longe. É um deleite para quem gosta de fotografia...como eu.






Prometi ao barqueiro fazer publicidade à travessia, de modo que aqui fica o nome do dito, cujo nome tem o seu quê de pitoresco: Flor do gás.

Uma viagem relâmpago da Afurada à Rua do Ouro, pelo rio cheio de magia pois também ele é de ouro.