Há muito que tinha este sonho.
Ir jantar à Afurada...passear um pouco na marginal junto aos barcos, admirar o estuário do Douro com o sol a morrer ao longe, lá mais para o ocidente do lado do mar.
Fui com a minha filha, era cedo, de modo que passeámos uma meia hora junto ao cais, que não é acabadinho e limpinho como o de Gaia, tem um ar mais pitoresco e genuíno, com as casas de cores garridas, a roupa a secar, as bicicletas junto às portas, as sardinhas a assar junto à rua e alguns turistas a tirar fotografias.
É um cenário magnífico tanto dum lado, com a majestosa ponte da Arrábida a juntar as margens com o seu porte arquitectonicamente perfeito como do outro, onde as margens parecem quase tocar-se junto ao Areínho....e ao novo molhe.
Pena verem-se as desfiguradas torres do Aleixo e da Pasteleira, um crime de lesa-cidade, feias, conotadas com a droga e com os delinquentes, que, de noite, vêm aqui para o Campo Alegre cortejar as amigas e encher os muros de graffitti. Também construiram agora uns prédios pseudo-modernos que desfeiam a margem do lado da cidade, uma autêntica aberração que devia ser banida pela raíz.
A travessia dura 10m , se tanto. Um espanto, que vou repetir mais vezes, quando me apetecer ir ao outro lado. Não vale a pena apanhar o autocarro. O restaurante A Margem é bom, com pratos de peixe de fazer água na boca e tem espaço para 400 pessoas, tipo marisqueira. Mas não é caro, os preços são perfeitamente normais e ainda trouxémos arroz de marisco para o meu filho comer agora.
Prometi ao barqueiro fazer publicidade à travessia, de modo que aqui fica o nome do dito, cujo nome tem o seu quê de pitoresco: Flor do gás.
Uma viagem relâmpago da Afurada à Rua do Ouro, pelo rio cheio de magia pois também ele é de ouro.