segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dia de mudanças

Hoje fui para a casa do meu filho ajudar na decoração, ainda que seja difícil pensar em futuro no caso dele. Aquela casa é passageira, como a estadia dele pela cidade. Um dia, mais tarde ou mais cedo vai ter de partir para as "berças" e andar de terra em terra a tapar buracos nos tribunais agora cada vez mais atafulhados de papel, apesar de vivermos na era dos computadores.

Comprou um sofá para a sala - o que lá tinha era rudimentar e tinha sido adquirido aquando do aluguer do apartamento a uns alunos Erasmus que me suplicaram lhes arranjasse mesa e sofás para a sala, pois só tinham dinheiro para a renda. Eram três, mas recebiam amigos, famílias e o diabo a quatro, até puseram colchões no chão para acampar:)).
O meu filho queria um sofá decente pois gosta de ver televisão e usar o computador naquela sala enorme onde passei anos da minha vida depois da minha separação, onde fui muito feliz por algum tempo, quando o meu neto mais velho passava algumas horas comigo depois de vir do infantário do meu liceu. Ele achava que eu "vivia no céu" ( sic), pois via-me lá no alto. e da rua era uma distância enormíssima.

Sempre gostei daquele apartamento e no verão com o sol a entrar pelas grandes janelas da sala é um dos lugares mais luminosos que conheço. A vista é imensa desde a Afurada até ao Cabo do Mundo, com um binóculo, consegue-se  distinguir todas as referências do lado poente da cidade.

Foi lá que vi pores do sol no mar todos os dias....e, à noitinha, a cidade a encher-se de luzinhas...os barcos a pairar no escuro....as casinhas de bonecas, da rua em baixo...os telhados bem portugueses do complexo arquitectónico a que pertence.


Hoje estive a fazer o meu papel de mãe com um enorme gosto e até saudade. Os filhos estão criados, mas precisam sempre de nós e é tão bom saber que os podemos ajudar a montar um candeeiro, a fazer um batido na nova máquina, a arrumar a roupa nas gavetas como antigamente...

Desta vez fiz as pazes com a Conforama, pois os homens que foram montar o sofá eram duma simpatia extraordinária, ainda me mudaram umas coisas dum lado para o outro, sempre muito solícitos e sem se queixarem de nada. É tão bom ver pessoas educadas e capazes a entrarem-nos pela casa dentro! Respeito muito quem faz trabalho manual, sempre tive um enorme fascínio por montar coisas, trabalhar com máquinas, chaves de parafusos, tintas, etc.
 E adoro decorar casas...mesmo quando o dinheiro é pouco e a decoração é por pouco tempo.:)