Sempre gostei de trabalhar com audiovisuais, considerando-me mesmo dependente deles em matéria de ensino. Cedo comecei a usar retroprojector, sendo a primeira autora a sugerir à PE a produção de transparências para o ensino do inglês, dado que as que nós usávamos eram feitas por nós, custavam tempo e dinheiro com materiais. Na altura, as pessoas com que falei acharam que era uma maluqueira e ficaria caro, mas uns anos mais tarde, já ninguém punha em dúvida a utilidade das mesmas e eram oferecidas aos professores em conjunto com o manual. O mesmo aconteceu com os CDs, que já desde há muito acompanham os materiais de inglês, considerando-se imprescindíveis para o contacto dos alunos com native speakers, canções, poemas, etc.

Devo ter feito mais de vinte sessões nos mais diversos locais - inclusivé em Dublin - sobre o uso de audiovisuais e em particular de filmes. Cheguei a comprar dois vídeos para poder gravar dum para o outro, cortar cenas, montar um mini-filme que se pudesse usar numa aula.
Didactizei dezenas de séries, filmes e programas de TV. Lembro-me de gravar da TV satélite, pedacinhos de programas ingleses, que os os alunos depois classificavam numa grelha. Todo o trabalho levava tempo , mas era aliciante.

Passe o exagero, o que eu queria demonstrar é que muitas vezes a imagem diz tudo, mesmo sem palavras, já que o cartoon mesmo em japonês era compreensível só com as imagens e sem som.
Ontem e hoje estive a didatizar um filme, que descarreguei em poucos minutos e que é muito recente. Encontrei na Internet o screenplay - o guião - com todos os pormenores, o que é muitíssimo interessante para termos uma noção de direcção das personagens e detectarmos pormenores, que nos escapam só com o visionamento do filme.

Estive entretida durante horas a escrever estas dez páginas que serão importantes para juntar à leitura de um conto, artigo de revista, etc.
Há coisas que nunca se esquecem....há quatro anos que não dou aulas, mas era capaz de dar uma já amanhã.