domingo, 16 de setembro de 2012

Um verão tardio

Ando um pouco triste com este blogue, não sei se irei prolongá-lo por muito mais tempo. Todos os dias umas 200 pessoas lêem ou abrem-no, mas o feedback não é quase nenhum e isso desgosta-me um pouco, creio que já não escrevo nada que interesse muito no tempo actual. Daí a falta de resposta de quem me lê.


Pode ser que seja da crise....mas também pode ser que as minhas reflexões estejam desactualizadas, hoje exige-se mais política e intervenção e eu limito-me a contemplar e a descobrir no que me rodeia aquela resposta à pergunta que todos nós fazemos: Vale a pena viver?

Hoje estive no botânico, onde não ia há já algum tempo. Estava triste, as árvores ainda verdes mas com ar ressequido e sedento, as flores murchas, ausência de cor, o outono ainda não chegou e o verão já se quer ir embora.

O único local, que ainda se mantinha viçoso era o labirinto das dálias, onde a presença e o espírito de Sophia  pareciam fornecer àquelas flores o viço que carecia a outras.

Dálias de todas as cores, lindas, profusas, dançando ao sol...






Sentei-me ali naquele banco decorado em Art Nouveau e deixei-me invadir pelo silêncio...


As imagens transbordam


As imagens transbordam fugitivas
E estamos nus em frente às coisas vivas.
Que presença jamais pode cumprir
De tudo ser e em cada flor florir 
O impulso que há em nós, interminável?

O Jardim e a casa

Não se perdeu nenhuma coisa em mim. 
Continuam as noites e os poentes 
Que escorreram na casa e no jardim, 
Continuam as vozes diferentes 
Que intactas no meu ser estão suspensas. 
Trago o terror e trago a claridade, 
E através de todas as presenças 
Caminho para a única unidade.