quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Demagogias

Cada vez ando mais irritada com algumas notícias e alarmismos sensacionalistas que leio nos jornais online e no FB quanto ao número estatístico de pessoas reformadas e inactivas que parecem ser parasitas da sociedade a eliminar.  Faz-me lembrar tempos que será melhor esquecer.

Sou reformada há quatro anos e ainda não parei de trabalhar. E quando falo em trabalhar, não é só trabalho remunerado, é outro tipo de trabalho sem o qual a sociedade não sobrevive. Não gosto de estar aqui a falar do que faço em prol da família ou do país, mas choca-me receber mails demagógicos e manipuladores sobre os idosos inúteis que abundam no país.

A geração dos 40-50 teve tudo, cursos ao seu gosto, entrada nas faculdades com médias de 10, liberdade total; sempre se apoiou nos pais para lhes pagarem as saidas para o estrangeiro, idas as discotecas, carros, etc...para lhes tomarem conta dos filhos e até os ajudarem nos trabalhos em casa.
É degradante ouvir chamar inactivos a pessoas que se dedicam de alma e coração à família e que sempre foram essenciais para a sobrevivência duma sociedade saudável.

Notícias como esta ( excerto) bradam aos céus!

No espaço de uma década, e comparando as estatísticas mais recentes com as do Censo de 2001, aumentou o número de portugueses a receber reformas (de 23,8% em 2001 para 27% em 2011), a receber o rendimento mínimo (0,5% para 1,1%), a receber subsídio de desemprego (2,2% para 3,3%) e a cargo de familiares (17,7% para 18% em 2011). 
Contas feitas, no ano de 2001, 44,2% dos portugueses não geravam riqueza e uma década depois o número já representa quase metade da população (49,4%). Já o número de portugueses que trabalham baixou de 52,6% para 49,9%.

Jornal I 

Já agora mandem todos os inactivos com as suas reformas para uma ilha paradisíaca e confirmem que eles não fazem cá falta nenhuma. Não me importo de ser a primeira a sair.