domingo, 18 de julho de 2010

Abstractos: quentes ou frios



Ontem fiz dois quadros em MDF com impasto e acrílico bastante diluído. São completamente abstractos. Um é caloroso, quente, em tons outonais, diria. Outro é em tons de azul e mais frio.

As cores é que ditam a temperatura...segundo o meu professor. É verdade. Se sentirem calor olhem para o azul e sentirão frescura, a do mar, dos rios, do céu, das safiras.
Se sentirem frio, aqueçam-se com os laranjas, os cobres, os vermelhos das rosas, do fogo, do tijolo. Acreditem, as cores transmitem sensações e provocam reacções em nós.

Para acabar, um poema sobre as cores e o amor. Encontrei-o aqui por acaso. Vai substituir, por hoje, a minha falta de inspiração para grandes prosas...:)


DÉGRADÉ

Há múltiplos tons na aquarela do amor:
Quem é que é capaz de tentar expressar?
Uns dizem que é espinho, uns dizem que é flor;
Uns dizem sorrir, uns dizem chorar...

E a tinta incansável tenta compor
Tal quadro maior que o céu e que o mar:
Prazer e martírio, paz e rancor,
Ceder e exigir, partir e ficar...

E embora ninguém consiga pintar
Ao certo o matiz da face do amor,
Ninguém desistiu jamais de o tentar;

Porque sua atração consiste em surgir
Não simples que ao olho possa-se expor,
Mas simples que a alma o possa sentir.

Ederson Peka