terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Porto a preto e branco - II
A cidade do Porto é uma joia, mesmo quando o tempo está cinzento, atraem-me os odores a maresia aqui na minha varanda, parece que estamos no alto mar e não foram os carros e autocarros que passam vertiginosamente no Campo Alegre, teria as janelas abertas todo todo o dia. A casa Andresen continua vermelha, escura e triste, só quando lhe dá o sol se anima um pouco, mas não posso deixar de reparar nela, pois é o edifício que mais perto fica da minha casa, mesmo em frente do meu apartamento. Felizmente não pintaram uma secção que fica um pouco mais abaixo e que acho linda, parece uma casa senhorial. Já lá tirei várias fotos interessantes, assim como às estufas meio arruinadas com os canos cheios de ferrugem. Tudo isto tem um caché, patine, o que lhe quiserem chamar e só se descobre aos poucos, quando temos tempo para observar o que nos rodeia. Não gosto muito de visitas guiadas a locais desta cidade - mas não sou contra - pois não me permitem ver as coisas como eu gosto e é muita gente, muito barulho, muito social. Já nas viagens que fiz com o meu ex- nos queixávamos do espírito de excursão, com tempo determinado para tudo. No Muro das Lamentações, em 2000, deram-nos vinte minutos para meditar!! Nunca lhes perdoarei.
Hoje está um dia parado no tempo. As árvores não bulem, o carvalho aqui em frente, que ainda mês passado ostentava folhas laranja e vermelhas, parece uma estátua de encontro ao céu de chumbo. Lindo!