terça-feira, 15 de março de 2011

Ainda as camélias...



Hoje fui ao Cidade do Porto fazer as minhas compras da quinzena. Faço-as no Froiz, pois trazem-me tudo a casa daí a umas horas, sem pagar nem mais um tostão e sem se estragar nadinha. Tudo vem tal qual até à minha cozinha e eu venho de mãos vazias, o que é excelente para quem se desloca de autocarro ou anda a pé. Fui a ouvir Música Antiga de que cada vez gosto mais. É repousante, é alegre, é íntima, é nostálgica e lembra-me o tempo das cortes, das belas donzelas apaixonadas e dos amantes sempre prontos para o duelo.

À vinda desci, como sempre na paragem que fica pouco antes do Botânico e atravessei a ruela que liga à Faculdade de Ciências, ao Departamento onde o meu filho dantes trabalhava, antes de se mudar para a FEUP. Gosto muito daquela ruela, que me lembra mesmo as de Sintra, ladeada de muros altos e cheios de musgo e histórias para contar. Quantos jovens já por ali passaram, cheios de esperança, ilusões ou tristezas. As árvores altíssimas olham-nos sobranceiras, com o sorriso de quem já viveu tudo e tudo sonhou.

Ao passar em frente do portão do Jardim botanico que faz esquina com essa ruela, veio-me de relance aos olhos uma imagem rosa, tão cheia de cor e tão forte, que parei instantaneamente para contemplar. Quase não se via o chão. Estava juncado de pétalas lindas, aveludadas, suaves, meigas, que ali cairam esta noite e permaneceram à espera da noiva que um dia por lá há-de passar.

Aqui ficam a foto tirada com o meu I'touch e um excerto magnífico do filme Tous les Matins du Monde, um dos mais belos filmes de época que jamais vi.
Vão dedicados a todas as donzelas românticas, como a que eu fui outrora.