terça-feira, 17 de maio de 2011

Não tem nada a ver com Arte

mas obriga-me a pensar e a cogitar sobre as controvérsias e paradoxos da vida e nos meios usados para atrair a atenção dos telespectadores.

Uma telenovela da TVI, que só vejo intermitentemente - não tenho paciência para os longos diálogos, más interpretações, cenas pseudo burlescas dum humor baixo e duvidoso, intervalos com anúncios intermináveis, enfim....nunca chego a ver nada seguido - inclui uma casa de passe, onde as raparigas são escravas dum chulo, interpretado pelo eterno galã piroso, obrigadas a obedecer e a fazer tudo o que vai contra a sua vontade e dignidade só para conseguir ganhar a vida. Na realidade, aquele chulo "viola" as suas empregadas todos os dias, vive do que elas angariam, sendo tudo, aparentemente, legal e quase recomendável.
A telenovela é transmitida no horário nobre e qualquer criançaou aolescente pode ver estas cenas muitissimo chocantes, quanto a mim, que já sou adulta. Felizmente, os meus netos vão para a cama as 8 e não tem TV em casa, acho que os Pais têm que ter muito cuidado com aquilo que é lixo puro, oferecido e ainda abençoado pela TVI, o canal "grande mestre do "crime mediático" em Portugal. É um canal perigoso, amoral, capaz do melhor e do pior. O programa Perdidos na Tribo é outro programa que me choca e que me recuso a apoiar depois de ter visto uns dez minutos absolutamente "nojentos". Sei que as pessoas fazem tudo por dinheiro, mas não é curial bombardear adolescentes e mesmo velhos, muitas vezes sós em casa, com imagens aberrantes de so called "famosos" com atitudes reprováveis em qualquer sociedade.

Por fim, temos uma personalidade com prestígio internacional apanhado num caso que não teria impacto se o arguido não fosse quem é. Foi apanhado, se tivesse viajado como queria para França, provavelmente ainda hoje estaria a decidir sobre a nossa dívida na reunião do Ecofin. Armadilhas que o império tece. Neste momento, um candidato a Presidente de França medita em Rikers, a pior prisão de NY, sobre o seu futuro que se apresenta negro.

A vida é cheia de paradoxos, talvez por isso aliciante. Mas será que este tipo de notícias e programas devem ser mostrados a toda a hora e a qualquer incauto que quer ver TV? E porque não mostrar as maravilhas que acontecem no mundo, em vez das misérias e atrocidades constantes?

Como proteger os jovens destas agressões quotidianas?