segunda-feira, 30 de maio de 2011

Voltei à Baixa


É sempre um prazer passear pela Baixa do Porto, mesmo que seja só por uma ou duas horas.
Vê-se o pulsar da cidade, as casas tão lindas com as suas varandas de ferro e tabuletas antigas tão degradadas, as pinturas nas paredes, os pobres a pedir no chão, os músicos imigrantes que se insurgem se a gente lhes tira fotos, o cegunho da esquina, ali há mais de trinta anos, tudo um pouco triste e decadente.
Mas também se pode admirar o colorido dos vendedores ambulantes com as suas quinquilharias, carteiras, sacos, pulseiras, colares, objectos de artesanato, os jovens encantados com os stands, os turistas sentados nas esplanadas, o Majestic em todo o seu esplendor, os autocarros amarelos que vão dar a volta à cidade, o electrico 22, que desce a Rua Passos Manuel, a FNAC cheia de objectos sedutores, o C&A, onde se compra roupa por uma pechincha, o relógio de madeira, tocando as horas, os quartos e as meias com os bonequinhos a girar. Gosto de deambular por ali, sentar-me no café da fnac e tomar um sumo caro, folheando os jornais do dia.



As lojas estão vazias, a crise instalou-se, mas a cidade continua a viver, como que indiferente aos políticos, aos rumores, às ameaças de recessão, aos circos e arruadas...ela já assistiu a tanto despautério, a tanta revolução, a tanto protesto, a tanta injustiça, a tantos assaltos e a tantas cenas de amor. A cidade assiste a tudo impávida, deliciando-se com o sol quente de Maio e não exigindo nada de nada.