Pintar em MDF é um convite a entrar no Outono não só em espírito, mas também usando os materiais que melhor se adequam à estação bela que vivemos.
Tem chovido, tem feito sol, está calor, o verão parece não querer despegar, mas elas aí estão as cores quentes, as folhas a morrer ou a tremelicar nos ramitos, a erva pejada de castanhos, doirados, amarelos e vermelhos.
Basta sair à rua e ver as mulheres cansadas a varrer os passeios, num trabalho semelhante ao de Sísifo...acabam de varrer e uma rabanada de vento atira de novo mais um monte de folhas mortas precisamente para o local onde elas acabaram de limpar.
Lembro-me de que, em Munique, tinham uma espécie de tratores que sugavam as folhas todas duma vez....era outro país, outra civilização. Cá tem de haver emprego estúpido para toda a gente. E há-os piores.
Pintei este quadro em MDF, que já é madeira e castanho em si mesmo. Bastou colocar-lhe impasto para os relevos e depois deliciar-me com as mãos, pinceis, palha de aço ( sim...), papel e bisnagas de cores diversas...
E eis que surge o OUTONO!
Um poema para os meus netos
Encontrei uma folha,
uma folha amarela,
que a cair veio,
pousar na janela.
Ela brincou comigo
e eu brinquei com ela.
Encontrou um amigo,
esta folha amarela.
uma folha amarela,
que a cair veio,
pousar na janela.
Ela brincou comigo
e eu brinquei com ela.
Encontrou um amigo,
esta folha amarela.
Raquel Henrique
Fica aqui com um concerto barroco de Telemann a condizer. Oboe, um dos meus instrumentos preferidos....nostálgico como o Outono.