segunda-feira, 9 de novembro de 2009

GOOD BYE, LENIN!




É um filme poderoso, daqueles que nos deixam pregados à cadeira do princípio ao fim.A história centra-se á volta de poucas personagens, como numa peça de teatro, retratando a claustrofobia , a paz podre e o estado policial da antiga DDR, que me fazem lembrar muito o nosso regime salazarista.
No leste, as pessoas viviam com mais desafogo e saúde, em geral, limitadas ao que havia, mas tudo era de todos. Em Portugal,uns tinham muito mais do que outros....e continua a ser assim, neste regime democrático com tão pouca liberdade para alguns.

Ontem e hoje, vi alguns documentários sobre a Queda do Muro. Foi um evento mundial, o corolário de anos a fio de tensão leste-oeste, Guerra Fria e ameaça nuclear. Transformação excelente para a Europa, permitindo a aproximação aos países - tantos - da chamada Cortina de Ferro ( apelidada assim por Churchill num dos seus discursos). Mas não foi óptimo , nem o paraíso com que muitos sonhavam.



Contactei com muitos alemães neste ultimos vinte anos, professores do Colégio Alemão do Porto, Goethe Institut, amigos dos meus filhos, cidadãos de Munique, etc. Tenho uma grande amigo da RFA que se casou com uma rapariga da DDR. Completamente opostos, ele dominava-a e ela submetia-se por amor, com a sua simplicidade e generosidade encantadoras. Adaptarem-se significou para muitos submeterem-se a novas leis, à perda de identidade, a sensação de culpa por terem permitido viver-se numa "prisão" dourada ( ou acobreada), onde nada acontecia. Havia saude, trabalho certo e segurança relativas. Mas eram vigiados a toda a hora pela STASI.Não conheciam o outro lado.

O filme que vos aconselho narra os acontecimentos em questão vividos por uma família, cuja Mãe está de cama e não pode "ver" nem imaginar nada do que se está a passar. O filho esconde-lhe a verdade, tentando poupar-lhe os dias que lhe restam de vida.

É um maravilhoso libelo pró amor filial e pró liberdade. Vejam o trailer...tem legendas em inglês!