sábado, 14 de novembro de 2009

Pasteis sennelier



Os pasteis sennelier são marca quase desconhecida cá em Portugal. Encontrei-os pela primeira vez em Boston, numa loja perto do Harvard Square, daquelas com dois andares, cheia de tripés, cavaletes, telas e tintas de toda a espécie, até de pintar paredes, trinchas e pinceis, lixas, madeiras, etc., tudo misturado, mas com uma gama infinita de marcas e tipos de materiais.
O senhor que me atendeu achou graça às minhas perguntas e vendeu-me uma caixa dos pasteis que ele considerava os melhores do mundo. Eram caritos, de modo que só comprei 24, embora pelo toque, me apetecesse trazer muitos mais. Como comprei pinceis também, fez uma caixinha ali mesmo para meter os pinceis. Pessoas destas já não existem.

Entretanto já os gastei quase todos.

Como o meu filho tinha de ir a Bruxelas, pedi-lhe que me trouxesse outros, dado que sendo eles franceses, haveria com certeza esta marca. O meu filho ficou surpreendido com a quantidade enorme de caixas e qualidades, telefonou-me e eu aconselhei-o. MAL! devia ter-lhe dito que eram pasteis de óleo e ele trouxe-me pasteis secos, que são de pó e desfazem-se, embora as cores sejam mais brilhantes e apetecíveis. Têm de levar fixativo - ou laca do cabelo - depois de prontos para o pó não cair.

Não fez grande mal, pois trabalhei com eles na mesma , como se fossem pastel de óleo, tendo o cuidado de ir sacudindo o pó à medida que ia pintando. Gostei muito da minha experiência.

Este quadro, que foi feito em papel de bambu coberto de guache azul antes de aplicar o pastel, é abstracto, não pretende ser nada de figurativo, embora cada um possa tirar daqui o que quiser.



Vai aqui também uma das minhas peças clássicas preferidas: Mahler - 5ª sinfonia - 1º andamento.
Tem algo a ver com esta pintura.