domingo, 20 de dezembro de 2009
Voltei ao Botânico
no dia em que acaba o Outono e começa o inverno.
Estava sombrio e frio, as árvores sem folhas, excepto algumas mais pertinazes e as perenes, que estão sempre verdes. As cameleiras aprontavam-se para o Natal com as suas flores vermelhas e brancas em profusão magnífica. Deve ser o jardim com mais camélias do país. São milhares a toda a volta e no meio do jardim. Voltei a ver o toco da tília deitada abaixo e apeteceu-me marcar lá as minhas iniciais, como fazem os namorados pirosos no meio das florestas. Amei aquela árvore e faz-me falta como uma pessoa de família ( tb rima com tília, Regina, dá para fazer um elogio fúnebre em verso). Fica mesmo ao pé do busto de Ruben A, que me pareceu mais só que nunca.
Resolvi tirar fotos aos troncos que agora se vêem muito melhor sem as folhas. Há os de todos os tamanhos, formas, entrelaçados, afastados, em direcção ao céu, prostrados para o chão atapetado por musgo e trevo aos milhares. Num local que conheço bem, havia pinhas e pinhas juncadas no chão, cheias de caruma e resina. Pareciam pintadas, como se fosse já Natal. Apanhei muitas para a minha lareira. Ali no chão, ninguém lhes liga nenhuma, acabam por sucumbir na mesma. São lindas, afuniladas, fazem figura no meu cesto da lenha.
Acabei por me vir embora porque as mãos se me gelavam. Tomei um chazinho com a minha nora eo meu neto mais pequenino, que já gatinha e come pão, grandes progressos!
Por favor cliquem nas fotos para sentirem o cheiro e as rugosidades dos troncos. Vale a pena!