Quem dera a muita gente poder gozar desta Paz que me invade neste Domingo, após um almoço simples mas tradicional num restaurante daqui da zona com os meus dois filhos, passeio a pé a seguir pelos jardins da faculdade de Ciências - lindíssimos nesta Primavera resplandecente - e pelo Botânico, onde consegui fazer um curto vídeo que vou tentar colocar aqui daqui a dias.Quase que não se ouviam carros, hoje, as gaivotas piavam e os passarinhos - tantos - chilreavam saudando a ausência quase total de poluição e certamente, o ambiente mais saudável desta estação do ano. As árvores seculares erguiam-se
majestosamente como sempre, transportando milhares de folhinhas novas dum verde indescritível. A natureza canta a plenos pulmões nesta época do ano e só quem não quer, é que não vê este esplendor.Os portões do jardim estão abertos, não se paga nada, fica-se mais rico, mais calmo, mais feliz, depois duma experiência destas.Admiro-me ao ver os shoppings cheios em dias como este. Por acaso ontem fui ao cinema com a minha filha e estava quase vazio, apesar de ser sábado.Ainda bem. As crianças precisam de contacto com a natureza, os meus netos passaram estes dias na terra do Avô materno e certamente vêm de lá com mais amor à vida. Não há TV, não há PCs, não há tecnologias idiotas a espevitar a imaginação...há a paz dos campos, dos riachos e a grandeza das árvores que se elevam, gloriosas a cantar ALELUIA, mesmo quando o país parece querer rastejar.
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domingo, 8 de abril de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
A seca
Hoje choveu. Finalmente.
Não me parece, no entanto, e sem querer ser fatalista, que estas pingas de água venham matar a sede de toda uma região que há muito espera pelas chuvas benfazejas do inverno.
Quando andava na FLUL, em 1964, deram-nos um poema de Florbela Espanca, chamado Árvores do Alentejo para analisar quer quanto à forma, quer quanto ao conteúdo e mensagem, num exame de Teoria da Literatura, uma das minhas cadeiras favoritas e aquela a que obtive a melhor nota em todo o curso. Penso que a análise deste poema me ajudou a conseguir um resultado tão satisfatório.
Fica aqui um pequeno quadro que fiz hoje em memória desse episódio e o poema em questão:
ÁRVORES DO ALENTEJO
Horas mortas… Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido… e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca - Charneca Em Flor
Não me parece, no entanto, e sem querer ser fatalista, que estas pingas de água venham matar a sede de toda uma região que há muito espera pelas chuvas benfazejas do inverno.
Quando andava na FLUL, em 1964, deram-nos um poema de Florbela Espanca, chamado Árvores do Alentejo para analisar quer quanto à forma, quer quanto ao conteúdo e mensagem, num exame de Teoria da Literatura, uma das minhas cadeiras favoritas e aquela a que obtive a melhor nota em todo o curso. Penso que a análise deste poema me ajudou a conseguir um resultado tão satisfatório.
Fica aqui um pequeno quadro que fiz hoje em memória desse episódio e o poema em questão:
ÁRVORES DO ALENTEJO
Horas mortas… Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido… e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca - Charneca Em Flor
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O canto da floresta
Há muito que não vou a uma floresta, nem sequer a um local isolado daqueles em que o ar é puro e só cheira a eucalipto e a pinhas. Tenho saudades de passear num monte donde se disfrute uma vista magnífica sobre o mar, saudades de vegetação, de árvores fechadas sobre si, mal se descortinando os raios de sol.
Tenho saudades da quinta dos meus Pais em Albarraque, no sopé de Sintra, onde passávamos as nossas férias em criança. Havia lá um local onde os choupos(?) eram tão altos e tão próximos que não se sentia pinga de vento. O meu Avô apelidou esta álea de "alameda do pouco vento". Ficava junto dum caramanchão ( palavra que já não usava há séculos), onde havia videiras verdejantes na Primavera e vermelhas no Outono.
Na minha memória já se confunde tudo, pois o meu Pai vendeu a quinta quando eu tinha dez anos. Só me lembro de andar de burro, no Tupi, que era montado por todos nós, dos figos apanhados da érvore e comidos ali quentinhos, de tirar os pinhões e de os abrir com uma pedra, que os esmigalhava quase...e lembro-me também das redes que serviam para dormirmos as sestas no meio da mata, mal eu sabia como era privilegiada...
Não sei porque me lembrei disto agora, talvez porque hoje me deu para a nostalgia. Pintei um quadro impressionista - so to speak - com as cores quentes da floresta...
Tenho saudades da quinta dos meus Pais em Albarraque, no sopé de Sintra, onde passávamos as nossas férias em criança. Havia lá um local onde os choupos(?) eram tão altos e tão próximos que não se sentia pinga de vento. O meu Avô apelidou esta álea de "alameda do pouco vento". Ficava junto dum caramanchão ( palavra que já não usava há séculos), onde havia videiras verdejantes na Primavera e vermelhas no Outono.
Na minha memória já se confunde tudo, pois o meu Pai vendeu a quinta quando eu tinha dez anos. Só me lembro de andar de burro, no Tupi, que era montado por todos nós, dos figos apanhados da érvore e comidos ali quentinhos, de tirar os pinhões e de os abrir com uma pedra, que os esmigalhava quase...e lembro-me também das redes que serviam para dormirmos as sestas no meio da mata, mal eu sabia como era privilegiada...
Não sei porque me lembrei disto agora, talvez porque hoje me deu para a nostalgia. Pintei um quadro impressionista - so to speak - com as cores quentes da floresta...
sábado, 4 de fevereiro de 2012
O espectáculo do inverno
Há dias um amigo meu do Woophy, Stewart Scott, que escreve por vezes aqui, fez um comentário a uma foto minha de árvores em contra-luz, dizendo que é miraculoso como basta erguer os olhos para podemos ver tais maravilhas. Acrescentou uma frase de Oscar Wilde : Podemos viver na sarjeta, mas conseguimos ver as estrelas lá em cima ( tradução minha)
Palavras dele:
Miraculous, we can see such wonders just by looking up ("We may be living in the gutter, but we can look up at the stars", Os. Wilde?).
Hoje resolvi ir ao botânico, depois de ter estado aqui em bate-papo com o meu neto durante duas horas.
Experimentei olhar para cima durante o percurso que fiz lentamente por entre os jardins e muros deste belo local, a que chamo cada vez mais meu. O que se vê em cima é diferente do que está mesmo à nossa beira. Tem magia, sobretudo no inverno, que é quando gosto mais de contra-luzes.
Tirei várias fotografias e não posso pô-las todas aqui, mas coloquei as que gosto mais.
Palavras dele:
Miraculous, we can see such wonders just by looking up ("We may be living in the gutter, but we can look up at the stars", Os. Wilde?).
Hoje resolvi ir ao botânico, depois de ter estado aqui em bate-papo com o meu neto durante duas horas.
Experimentei olhar para cima durante o percurso que fiz lentamente por entre os jardins e muros deste belo local, a que chamo cada vez mais meu. O que se vê em cima é diferente do que está mesmo à nossa beira. Tem magia, sobretudo no inverno, que é quando gosto mais de contra-luzes.
Tirei várias fotografias e não posso pô-las todas aqui, mas coloquei as que gosto mais.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Floresta impressionista
Ontem resolvi destruir uma pintura que tinha feito há semanas sem grande sucesso. A textura é espectacular, mas o quadro ficou monótono e desinteressante.
Peguei num pincel e tapei tudo com acrilico branco não muito espesso, só o suficiente para atenuar a cor do fundo.A partir daí, escolhi um dos meus motivos favoritos, bem real, árvores, folhas, floresta, tudo com acrílico aguarelado, em cores pastel, muito líquido, de modo a que as cores se misturaressem entre si. Gosto do resultado. Nunca tinha feito nada assim. A textura é diferente.
É mesmo impressionista...pelo menos aos meus olhos.
Peguei num pincel e tapei tudo com acrilico branco não muito espesso, só o suficiente para atenuar a cor do fundo.A partir daí, escolhi um dos meus motivos favoritos, bem real, árvores, folhas, floresta, tudo com acrílico aguarelado, em cores pastel, muito líquido, de modo a que as cores se misturaressem entre si. Gosto do resultado. Nunca tinha feito nada assim. A textura é diferente.
É mesmo impressionista...pelo menos aos meus olhos.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
David Hockney
Já há tempos escrevi sobre este pintor inglês que deve ser considerado o maior vulto do secs XX e XXI, dada a versatilidade da sua obra, a sua popularidade em todo o mundo e a grandeza das suas pinturas, colagens, cenários de filmes, entrevistas , livros , etc.Há muito anos que conheço o pintor de nome. Em tempos recebia uma revista para o ensino do Inglês, que se chamava Arts e que incluía excertos de livros publicados recentemente assim como pequenos posters de quadros feitos por artistas anglo-saxónicos.
Em tempos fotocopiei uma pintura de David Hockney de 1998 a preto e branco e dei aos meus alunos para eles especularem sobre a paisagem e as cores que ali não constavam. Foi a introdução a uma aula interessante sobre arte e os alunos, que queriam seguir essa via, ficaram entusiasmados e até pintaram as fotocópias à sua maneira, seguindo-se uma pesquisa sobre o pintor e a sua obra. Nunca mais me esqueci do nome do quadro - Garrowby Hill - e tive o prazer de o ver no Museu de Boston, onde a minha filha me tirou uma foto junto ao mesmo. É claro que a foto ficou com reflexos e não se vê muito bem a pintura.
No Natal a minha filha ofereceu-me um livro que fez os meus encantos. Chama-se : A bigger message: Conversations with David Hockney e já li as suas 240 páginas em 15 dias, tal é o fascínio que me suscitou.
Vão aqui algumas das frases com que me identifico totalmente. Questionado sobre o seu gosto pelas árvores, diz Hockney:
Trees are the largest manifestation of the life force we see. No two trees are the same, like us.We're all a little bit different inside, and look a little bit different outside...the trees become friends. I've always liked trees, but being here you look really hard at them. You notice things..."
Tradução minha:
"As árvores são a maior manifestação de força vital que podemos ver. Não há duas árvores iguais, como acontece connosco. Somos todos um pouco diferentes por dentro e a nossa aparência exterior também é um pouco diferente...árvores tornam-se nossas amigas. Sempre gostei de árvores, mas vivendo aqui, olho para elas mais intensamente. Noto coisas nelas."
Interrogado sobre a sua mudança de Los Angeles para o Yorkshire, donde é natural , explica:
Here the light might change every two minutes. Every day is totally different in this part of East Yorkshire. There is absolutely constant change.The light will be different , the ground changes colour.
" Aqui a luz pode mudar de dois em dois minutos. Cada dia é totalmente diferente nesta parte do East Yorkshire. Aqui a mudança é absolutamente constante. A luz é diferente, o solo muda de cor."
Sobre televisão: When I watch Tv these days I think there's just not enough to look at. It asks you to look at it, but then doesn't really give too much to look at.
" Quando olho para a TV hoje em dia, acho que não há suficiente que ver. Pedem-nos que olhemos para ela, mas não nos dão muito que valha a pena ver."
Poderia aqui transcrever mais frases do livro que me tocam, mas o inglês não é acessível a todos , de modo que fico por aqui, aconselhando este livro, que pode ser adquirido pela Amazon, a todos os que se interessam por Arte e pela pintura, em especial.
Em tempos fotocopiei uma pintura de David Hockney de 1998 a preto e branco e dei aos meus alunos para eles especularem sobre a paisagem e as cores que ali não constavam. Foi a introdução a uma aula interessante sobre arte e os alunos, que queriam seguir essa via, ficaram entusiasmados e até pintaram as fotocópias à sua maneira, seguindo-se uma pesquisa sobre o pintor e a sua obra. Nunca mais me esqueci do nome do quadro - Garrowby Hill - e tive o prazer de o ver no Museu de Boston, onde a minha filha me tirou uma foto junto ao mesmo. É claro que a foto ficou com reflexos e não se vê muito bem a pintura.
No Natal a minha filha ofereceu-me um livro que fez os meus encantos. Chama-se : A bigger message: Conversations with David Hockney e já li as suas 240 páginas em 15 dias, tal é o fascínio que me suscitou.
Vão aqui algumas das frases com que me identifico totalmente. Questionado sobre o seu gosto pelas árvores, diz Hockney:
Trees are the largest manifestation of the life force we see. No two trees are the same, like us.We're all a little bit different inside, and look a little bit different outside...the trees become friends. I've always liked trees, but being here you look really hard at them. You notice things..."
Tradução minha:
"As árvores são a maior manifestação de força vital que podemos ver. Não há duas árvores iguais, como acontece connosco. Somos todos um pouco diferentes por dentro e a nossa aparência exterior também é um pouco diferente...árvores tornam-se nossas amigas. Sempre gostei de árvores, mas vivendo aqui, olho para elas mais intensamente. Noto coisas nelas."
Interrogado sobre a sua mudança de Los Angeles para o Yorkshire, donde é natural , explica:
Here the light might change every two minutes. Every day is totally different in this part of East Yorkshire. There is absolutely constant change.The light will be different , the ground changes colour.
" Aqui a luz pode mudar de dois em dois minutos. Cada dia é totalmente diferente nesta parte do East Yorkshire. Aqui a mudança é absolutamente constante. A luz é diferente, o solo muda de cor."
Sobre televisão: When I watch Tv these days I think there's just not enough to look at. It asks you to look at it, but then doesn't really give too much to look at.
" Quando olho para a TV hoje em dia, acho que não há suficiente que ver. Pedem-nos que olhemos para ela, mas não nos dão muito que valha a pena ver."
Poderia aqui transcrever mais frases do livro que me tocam, mas o inglês não é acessível a todos , de modo que fico por aqui, aconselhando este livro, que pode ser adquirido pela Amazon, a todos os que se interessam por Arte e pela pintura, em especial.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
A magia de Serralves
Passei umas tres horas por ali...com o tempo acizentado,sabe bem andar por entre as árvores despidas - nem todas - e respirar aquele ar puro. Serralves é tão grande e majestoso que, ao pé dele, o meu botânico parece mignon, um backyard ( quintal) da minha casa. As árvores são enormes , estendem-se a perder de vista, quase a tocar no céu.O Museu é uma obra prima, já lá tirei muitas fotos e todos os dias encontro outros ângulos, facetas ou jogos de sombras originais. Tudo ali é Arte, a Natureza à volta e a Arte feita pelo Homem, nem sempre muito interessante, mas quase sempre impressionante.As exposições são duma dimensão enorme, salas e salas,espaços gigantescos, pinturas que encheriam uma parede do meu atelier, se lá coubessem. Tudo é duma outra dimensão e por isso nos fascina. A disposição dos quadros é excelente, nada se sobrepôe ou interfere, cada quadro ou escultura ou obra tem onde respirar e as pessoas não se acotovelam para as ver. O chão de madeira aumenta esta sensação de conforto e espaço. E depois há as janelas que se abrem sobre o parque e deixam entrever troncos, ramos, figuras esguias e acizentadas, elas também obras de arte.
Gostei das duas exposições. A de Eduardo Batarda é mais previsível,já o conheço há quarenta anos de Lisboa, embora nunca o tivesse visto pessoalmente.Não aprecio assim muito as suas ilustrações do tipo BD e grafitti, masgosto dos quadros grandes, quase monocolores, com muitos riscos e rabiscos eefeitos surpreendentes.
A expo de Thomas Struth, que não me deixaram fotografar, é colossal.Está dividida por temas e se as de fotografias urbanas não me encantaram, os retratos de famílias, as de museus a serem visitados e fotografados no local e as da Natureza paradisíaca,são no mínimo extraordinárias. Um painel que enche uma anorme parede com 4 fotografias de uma sala de museu cheia de gente quase em tamanho natural,
é quase irreal, parece aqueles filmes IMAX. Tenho pena de que não haja mais sofás espalhados pelas salas para nos podermos sentar e admirar a arte com tempo e sem tanto cansaço das pernas.
Ainda passei pelo Bazar de Natal que me chocou ,como sempre, pela inutilidade de objectos que expôem, bibelots supostamente com design original, tudo a preços infames em época de crise. Nisso sou proletária ou sumítica. detesto gastar dinheiro só para dizer que é peça comprada em Serralves. Porque não há-de ser um quadrinho meu mais valioso que um objecto igual a tantos outros, mesmo com assinatura do autor? Mas há gente para tudo e o bazar estava animado. Já a livraria, em contrapartida, não tinha quase ninguém.Os livros de arte são excessivamente caros, mas é bom folheá-los de vez em quando.
Entretanto o Mezzo transmite um recital: Bertrand Chamayou joue les Années de pèlerinage de Liszt . Vale a pena ouvir e fotografar a vista da minha janela com o reflexo do piano. Como diriam os jovens de hoje: Tasse bem!
Gostei das duas exposições. A de Eduardo Batarda é mais previsível,já o conheço há quarenta anos de Lisboa, embora nunca o tivesse visto pessoalmente.Não aprecio assim muito as suas ilustrações do tipo BD e grafitti, masgosto dos quadros grandes, quase monocolores, com muitos riscos e rabiscos eefeitos surpreendentes.
A expo de Thomas Struth, que não me deixaram fotografar, é colossal.Está dividida por temas e se as de fotografias urbanas não me encantaram, os retratos de famílias, as de museus a serem visitados e fotografados no local e as da Natureza paradisíaca,são no mínimo extraordinárias. Um painel que enche uma anorme parede com 4 fotografias de uma sala de museu cheia de gente quase em tamanho natural,
é quase irreal, parece aqueles filmes IMAX. Tenho pena de que não haja mais sofás espalhados pelas salas para nos podermos sentar e admirar a arte com tempo e sem tanto cansaço das pernas.
Ainda passei pelo Bazar de Natal que me chocou ,como sempre, pela inutilidade de objectos que expôem, bibelots supostamente com design original, tudo a preços infames em época de crise. Nisso sou proletária ou sumítica. detesto gastar dinheiro só para dizer que é peça comprada em Serralves. Porque não há-de ser um quadrinho meu mais valioso que um objecto igual a tantos outros, mesmo com assinatura do autor? Mas há gente para tudo e o bazar estava animado. Já a livraria, em contrapartida, não tinha quase ninguém.Os livros de arte são excessivamente caros, mas é bom folheá-los de vez em quando.
Entretanto o Mezzo transmite um recital: Bertrand Chamayou joue les Années de pèlerinage de Liszt . Vale a pena ouvir e fotografar a vista da minha janela com o reflexo do piano. Como diriam os jovens de hoje: Tasse bem!
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Os choupos
Havia vários no jardim da minha casa de infância. Tinha um especial carinho por eles, adorava ouvi-los a restolhar com o vento quase constante nas tardes primaveris de Lisboa, via-os despirem-se das suas folhas leves, lançarem tufos de algodão, amarelecerem ou esverdearem... eles estavam presentes nas imagens que me ficaram na retina.
Hoje passei por uma avenida onde há uma fileira de choupos, pouco habitual nesta cidade. Puxei do meu I'Touch, que tira fotos e disparei...
Ficam aqui as fotos...e umas pinturas maravilhosas do Mestre do impressionsimo, o meu preferido,
Monet.
Hoje passei por uma avenida onde há uma fileira de choupos, pouco habitual nesta cidade. Puxei do meu I'Touch, que tira fotos e disparei...
Ficam aqui as fotos...e umas pinturas maravilhosas do Mestre do impressionsimo, o meu preferido,
Monet.
sábado, 19 de novembro de 2011
Os áceres
É a árvore mais linda que conheço, sobretudo nesta época do ano.
Estou rodeada deles aqui no Campo Alegre, mesmo junto à minha varanda, vejo uns quatro perfilando-se altaneiros em qualquer estação do ano. Já os fotografei várias vezes e à sua folhagem dourada ou avermelhada, filigrana relutante em cair e resistente às ventanias que nos assolam durante a noite. No chão um manto atapetado multicolor, uma paleta infindável de cambiantes artísticos.Um passeio breve pelo Botânico deixa-nos boquiabertos perante a beleza dessses ramos em contraluz, estrelas de fogo, tremeluzentes na brisa.
Esta espécie botânica devia ser glorificada aqui como é na América do Norte ou no Japãp.
Dela ( maple) se extrai o célebre maple syrup, que acompanha as pancakes ao pequeno almoço ou as tartes de maçã ao lanche.
Encontrei um poema lindíssimo, que se poderia aplicar aos centenários áceres do Botânico, que viram a família Andresen nascer, crescer e morrer...e, agora, vêem dezenas de crianças a correr nestes jardins, colhendo ou pisando as folhas rendilhadas...
é o eterno retorno...
a Vida que não pára...
benditas árvores que nos trazem a certeza de um mundo mais belo.
THE MAPLE TREE
I don’t know why God placed me here
But I think He picked the perfect spot .
Here now for a century , not just anywhere
But here ! This is my chosen lot .
I’ve shaded this quiet country home .
Watched this family passing by .
Watched children grow and leave to roam .
Felt my leaves blow off and die.
Heard children’s laughter fill the air
Swinging on a swing in my branches there.
Watched her brush her auburn hair
Underneath my branches there .
Sunday picnic beneath my summer shade .
Watched a loving family have fun and play
Watched her auburn hair begin to fade
As time gently coaxes her hair to gray .
Seasons come and seasons go .
Horse and wagons pass to and fro.
God continues to let me grow
In this favorite spot I know .
Years pass by , the road is paved .
Cars and truck go swishing by.
Times are changing , nothings saved .
Every one rushing, on the fly.
I think I know why God placed me here
A loving shelter from life’s storms
Help protect a wonderful family from all fear
With shade and cover from devil’s swarms .
by Luke
Peço desculpa de não apresentar um poema em português, mas não encontrei nenhum que se assemelhasse.
Estou rodeada deles aqui no Campo Alegre, mesmo junto à minha varanda, vejo uns quatro perfilando-se altaneiros em qualquer estação do ano. Já os fotografei várias vezes e à sua folhagem dourada ou avermelhada, filigrana relutante em cair e resistente às ventanias que nos assolam durante a noite. No chão um manto atapetado multicolor, uma paleta infindável de cambiantes artísticos.Um passeio breve pelo Botânico deixa-nos boquiabertos perante a beleza dessses ramos em contraluz, estrelas de fogo, tremeluzentes na brisa.
Esta espécie botânica devia ser glorificada aqui como é na América do Norte ou no Japãp.
Dela ( maple) se extrai o célebre maple syrup, que acompanha as pancakes ao pequeno almoço ou as tartes de maçã ao lanche.
Encontrei um poema lindíssimo, que se poderia aplicar aos centenários áceres do Botânico, que viram a família Andresen nascer, crescer e morrer...e, agora, vêem dezenas de crianças a correr nestes jardins, colhendo ou pisando as folhas rendilhadas...
é o eterno retorno...
a Vida que não pára...
benditas árvores que nos trazem a certeza de um mundo mais belo.
THE MAPLE TREE
I don’t know why God placed me here
But I think He picked the perfect spot .
Here now for a century , not just anywhere
But here ! This is my chosen lot .
I’ve shaded this quiet country home .
Watched this family passing by .
Watched children grow and leave to roam .
Felt my leaves blow off and die.
Heard children’s laughter fill the air
Swinging on a swing in my branches there.
Watched her brush her auburn hair
Underneath my branches there .
Sunday picnic beneath my summer shade .
Watched a loving family have fun and play
Watched her auburn hair begin to fade
As time gently coaxes her hair to gray .
Seasons come and seasons go .
Horse and wagons pass to and fro.
God continues to let me grow
In this favorite spot I know .
Years pass by , the road is paved .
Cars and truck go swishing by.
Times are changing , nothings saved .
Every one rushing, on the fly.
I think I know why God placed me here
A loving shelter from life’s storms
Help protect a wonderful family from all fear
With shade and cover from devil’s swarms .
by Luke
Peço desculpa de não apresentar um poema em português, mas não encontrei nenhum que se assemelhasse.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
O outono...sempre belo
Anteontem o meu neto veio dormir a minha casa e tê-lo aconchegadinho na cama, adormecido e feliz é um dos prazeres que mais me conforta. Viver só é bom, habituei-me rapidamente à liberdade, mas poder escolher a companhia é um luxo.
Não gosto de obrigações, adoro propor, sugerir e acolher quem e quando me apetece. Não dou festas, nem sequer jantares de amigos, pouco cozinho para a família - embora cozinhe bem, na minha modesta opinião - vou a casa dos meus filhos para o Natal e aniversários ou ao restaurante para festejar algum êxito dos meus.Mas de vez em quando, adoro receber em minha casa as pessoas de quem gosto.
Estar com o meu neto mais velho é o melhor de tudo. Ele sente um enorme carinho por mim, que não é igual ao dos irmãos mais novos, ainda demasiado dependentes dos Pais. Sempre houve grande cumplicidade entre nós, desde que esteve no infantário da minha Escola e eu o trazia para minha casa aos 2 anos. Era já nessa altura, uma criança inteligente e doce, adormecia na cadeirinha quando íamos até à Boavista,brincava por ali, limpava os bancos cheios de pó com lencinhos de papel, corria atrás dos pombos, dava-lhes pãozinho, eu sentia-me mais nova....e era efectivamente mais jovem.
Ontem, depois de ver um pouco de TV, fomos para o Jardim Botânico, por escolha dele. Cada folha, cada árvore, cada flor que vemos juntos, cada momentovivido ali se torna belo. Sou uma privilegiada.Aquelas pedras tem a nossa impressão digital.
Tirei fotos diferentes...já outonais...com as cores desta estação do ano, de que tanto gosto. É bom viver.
Não gosto de obrigações, adoro propor, sugerir e acolher quem e quando me apetece. Não dou festas, nem sequer jantares de amigos, pouco cozinho para a família - embora cozinhe bem, na minha modesta opinião - vou a casa dos meus filhos para o Natal e aniversários ou ao restaurante para festejar algum êxito dos meus.Mas de vez em quando, adoro receber em minha casa as pessoas de quem gosto.
Estar com o meu neto mais velho é o melhor de tudo. Ele sente um enorme carinho por mim, que não é igual ao dos irmãos mais novos, ainda demasiado dependentes dos Pais. Sempre houve grande cumplicidade entre nós, desde que esteve no infantário da minha Escola e eu o trazia para minha casa aos 2 anos. Era já nessa altura, uma criança inteligente e doce, adormecia na cadeirinha quando íamos até à Boavista,brincava por ali, limpava os bancos cheios de pó com lencinhos de papel, corria atrás dos pombos, dava-lhes pãozinho, eu sentia-me mais nova....e era efectivamente mais jovem.
Ontem, depois de ver um pouco de TV, fomos para o Jardim Botânico, por escolha dele. Cada folha, cada árvore, cada flor que vemos juntos, cada momentovivido ali se torna belo. Sou uma privilegiada.Aquelas pedras tem a nossa impressão digital.
Tirei fotos diferentes...já outonais...com as cores desta estação do ano, de que tanto gosto. É bom viver.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
De novo o outono...e as bétulas
Quando frequentava a Paleta, o primeiro atelier, aprendi a trabalhar com pastel de óleo e fiz mais de trinta quadros, alguns de flores e árvores, pois a Natureza é o tema mais inspirador para quem está a começar.
Ao arrumar esses quadros, fiquei com uma certa nostalgia, houve quadros que ofereci no Natal de há três anos e que estão nas casas dos meus irmãos e sobrinhos e dos quais não ouvi falar nunca mais....infelizmente nunca me mandaram uma foto deles colocados na parede. Gostava de saber onde param....a culpa também é minha que raras vezes me desloco a Lisboa ou a Coimbra. Cada vez gosto mais de estar aqui nesta cidade e a sair, é para fora do país.
Um dos temas que mais aperfeiçoei foi o das bétulas, árvore que existe aqui no Jardim Botânico e que tem o tronco quase branco com sulcos negros, ao longe até parecem prateadas. Pintei uns seis quadros, que estiveram patentes ao público na expo do Vivacidade. São todos pintados a pastel.
Ontem resolvi voltar ao tema e fiz um quadrinho pequeno de que gosto, inspirado numa fotografia do outono. É mesmo figurativo e deu-me muito gosto a pintar. Não o fiz em pastel de óleo , mas em acrílico sobre tela.
Ao arrumar esses quadros, fiquei com uma certa nostalgia, houve quadros que ofereci no Natal de há três anos e que estão nas casas dos meus irmãos e sobrinhos e dos quais não ouvi falar nunca mais....infelizmente nunca me mandaram uma foto deles colocados na parede. Gostava de saber onde param....a culpa também é minha que raras vezes me desloco a Lisboa ou a Coimbra. Cada vez gosto mais de estar aqui nesta cidade e a sair, é para fora do país.
Ontem resolvi voltar ao tema e fiz um quadrinho pequeno de que gosto, inspirado numa fotografia do outono. É mesmo figurativo e deu-me muito gosto a pintar. Não o fiz em pastel de óleo , mas em acrílico sobre tela.
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