

Quando chegámos ao cinema, os bilhetes eram mais caros por causa das 3D, óculos obrigatórios, etc. Fiquei logo de pé atrás, acho que 7.50 por um filme para crianças é demais. Teria dado por bem empregue o dinheiro , não fora a desilusão que senti uma hora depois. Bem apetrechado com pipocas, o meu neto sentia-se feliz comigo e eu radiante com ele.
Após 15m do filme, já eu estava a achar a dose demasiado longa, mesmo assim, aguentei mais uma hora, visto que tudo parecia estar agradar ao rapazinho, de olhos atentos no ecran.
As 17.30 ( o filme terminava as 18), oiço uma vozinha: "Vovó, podemos ir embora? Estou cansado de estar sentado." Achei graça que não disse não estar a gostar do filme, nem teceu qualquer comentário sobre o mesmo. Talvez tivesse receio que eu ficasse desiludida com ele.

Hoje em dia fazem filmes como se fossem jogos de computador, cansativos, escuros, tenebrosos, violentos, com vilões e puros lutando com as mesmas armas pela justiça, numa pseudo-guerra de mundos opostos. o Bem e o Mal. É a receita dos Harry Potter, cowboys e Indios, Lord of the Rings, e mais não sei quantos. As paisagens são sempre esquálidas, penhascos, rochas, fossos, fogo, vulcões e prisões, onde estão os inocentes. Torturante para a mente duma criança ( pelo menos daquela que ainda há em mim). Não gosto, ponto final.
Nem sequer acho que sejam filmes imaginativos, como é o Toy Story ou a Alice ou o Shrek, são uma amálgama de imagens de horror e flashes de beleza artificial. Os finais não constituem surpresas. Os enredos também não. As pessoas são substituidas por animais, que agem como homens.
