A minha empregada foi a Inglaterra passar o Natal com o irmão que vive lá e veio hoje, dizendo que tinha detestado a viagem e que Portugal é mil vezes melhor....sendo de Luanda, o frio deve tê-la apavorado e a confusão dos aeroportos não lhe terá sido fácil.
Há meses começaram a pintar e restaurar a casa dos Andersen.
Regozijei-me com a iniciativa, e penso que escrevi aqui que tinha sido uma notícia excelente. Afinal, retiro o que disse. Pintaram a casa dum vermelho mais parecido com as fábricas do sec XIX do que com as belas mansões da Foz ou aqui do Campo Alegre. Está triste como a morte. Como as árvores estão despidas, vejo-a melhor daqui da minha varanda e sinto um nó na garganta ao olhar para as paredes vermelhas escuras, as janelas, que fotografei há temposQue transformem as fábricas em museus, como fizeram com a Central de Electricidade em Lisboa, edifício sui generis adaptado, que resultou num local interessante e digno de visita, compreende-se. mas que se pintem casas senhoriais lindissimas
e luminosas desta cor escura não lembra ao diabo. Não acredito que Sophia aprovasse esta decisão....penso ( posso estar errada) que a casa que Ruben A descreve no seu livro era branca, com telhado alaranjado. Nada disso acontece agora.Ainda não fui lá dentro, pois está fechado ao público, mas até tenho medo: espero que não tenham modificado a traça da casa, o seu enorme átrio e a balaustrada para a modernizarem, tornarem mais futurista ou coisa que o valha...
Estas fotos foram tiradas por mim e dão-me vontade de chorar...desculpem, estamos no pós natal e sinto aquela nostalgia do antigamente.