Na generalidade, os filmes de Woody Allen apelam à inteligência, à cultura, ao sentido de humor às vezes um pouco sarcástico, mas fino e extremamente típico de Allen. São filmes intelectualmente superiores e fica mal dizer que não se aprecia este tipo de filmes.
Há uns anos que o realizador não actua nos seus filmes, o que diminue, na minha opinião, a criatividade, peculariedade e até a empatia com os actores. Embora fosse fã de muitos dos seus filmes anteriores,não tenho apreciado muito os seus últimos filmes, não os vi todos, sequer. Acho-os chatos e vazios.
Ontem resolvi ir ver o último no Arrábida Shopping. Só paguei 3 euros, pois já tenho bilhete senior e a sala estava toda a minha disposição. Silêncio absoluto. Gostei.
O filme não me impressionou muito, fora as vistas de Paris by night and by day....Paris é sempre Paris, mesmo com chuva. A história é bem apanhada, mas deja vu - máquinas do tempo são velhas como o cinema - embora a reconstituição das épocas seja bem feita e as personagens tenham conteúdo. A ideia é patusca, mas não chega a captar o interesse dos espectadores, pois essas personagens entram e saem como as suas referências biográficas num abrir e fechar de olhos.
A concepção de que outras épocas seriam hipoteticamente mais glamorosas do que o presente é muito duvidosa,
pois sabemos que todas as épocas tiveram e têm pontos positivos e negativos. No fundo a personagem principal está apenas a fugir do seu futuro, que se afigura fútil, desinteressante e pouco produtivo profissionalmente. Foge da futura mulher e da sua família, não do presente em Paris.
Ao criar um alter-ego, por meio do actor Owen Wilson, Allen pretende devolver aos seu filme um elo essencial, que tem faltado nos anteriores, mas não consegue aquela densidade e credibilidade que a sua pessoa impôe quando actor.
Gostei de ver....mas não fiquei maravilhada.....