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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Midnight in Paris

Na generalidade, os filmes de Woody Allen apelam à inteligência, à cultura, ao sentido de humor às vezes um pouco sarcástico, mas fino e extremamente típico de Allen. São filmes intelectualmente superiores e fica mal dizer que não se aprecia este tipo de filmes.

Há uns anos que o realizador não actua nos seus filmes, o que diminue, na minha opinião, a criatividade, peculariedade e até a empatia com os actores. Embora fosse fã de muitos dos seus filmes anteriores,não tenho apreciado muito os seus últimos filmes, não os vi todos, sequer. Acho-os chatos e vazios.

Ontem resolvi ir ver o último no Arrábida Shopping. Só paguei 3 euros, pois já tenho bilhete senior e a sala estava toda a minha disposição. Silêncio absoluto. Gostei.

O filme não me impressionou muito, fora as vistas de Paris by night and by day....Paris é sempre Paris, mesmo com chuva. A história é bem apanhada, mas deja vu - máquinas do tempo são velhas como o cinema - embora a reconstituição das épocas seja bem feita e as personagens tenham conteúdo. A ideia é patusca, mas não chega a captar o interesse dos espectadores, pois essas personagens entram e saem como as suas referências biográficas num abrir e fechar de olhos.
A concepção de que  outras épocas seriam hipoteticamente mais glamorosas do que o presente é muito duvidosa,
pois  sabemos que todas as épocas tiveram e têm pontos positivos e negativos. No fundo a personagem principal está apenas a fugir do seu futuro, que se afigura fútil, desinteressante e pouco produtivo profissionalmente. Foge da futura mulher e da sua família, não do presente em Paris.
Ao criar um alter-ego, por meio do actor Owen Wilson, Allen pretende devolver aos seu filme um elo essencial, que tem faltado nos anteriores, mas não consegue aquela densidade e credibilidade que a sua pessoa impôe quando actor.

Gostei de ver....mas não fiquei maravilhada.....

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PINA - Maravilha em 3D



Fui ver "Pina" , o filme de Wim Wenders sobre o trabalho de Pina Bausch, coreógrafa alemã, que faleceu em 2009.
Tinha algumas reticências, pois não gosto muito de ver bailado no cinema ou na TV, já tinha ouvido dizer mal de alguns espectáculos que a coreógrafa realizou cá em Portugal, sentia algum receio de que o filme fosse um mero documentário pra-frentex, sem substância, esotérico ou para mentes intelectualoides.

Nada disso. Adorei. E pela primeira vez dei o devido valor as 3D. Não há dúvida que sem elas, este filme perderia 50% do impacto.

Ao ver este filme, diria que no princípio era a música. e o corpo...não o verbo. No dizer de Wenders, Pina não gostava de palavras e falava muito pouco com os seus alunos, pelo meio surgem frases que ela proferiu em dada altura a cada um dos bailarinos ou bailarinas durante anos. Mas, segundo eles, Pina exprimia-se pelo olhar, os seus olhos pareciam dizer tudo.

Transcrevo aqui as próprias palavras do realizador acerca da arte transmitida pela coreógrafa e sobre o significado do movimento:

MOVEMENT

Until now movement as such has never touched me.
I always regarded it as a given.
One just moves. Everything moves.
Only through Pina's Tanztheater have I learned to value
movements, gestures, attitudes, behaviour, body language,
and through her work learned to respect them.
And anew every time when, over the years I saw Pina's pieces, many times and again,
did I relearn, often like being struck by thunder,
that the simplest and most obvious is the most moving at all:
What treasure lies within our bodies, to be able to express itself without words,
and how many stories can be told without saying a single sentence.


Ao contemplar cenas coreografadas, no filme, senti uma leveza, uma sensação de liberdade total, a imagem do corpo como algo táctil, maleável , completamente desprovido de peso, capaz de se mover em todos os sentidos, gesticular, abraçar, empurrar, aguentar, suster, atirar, chapinhar e tudo o mais que com ele se queira fazer. Esta arte é um hino ao corpo, embora os bailarinos não sejam especialmente bonitos, nem escolhidos pela sua beleza física, talvez mais pela sua expressividade.

Mas para mim, ainda o melhor de tudo, é o soundtrack do filme. A música é absolutamente divinal do princípio ao fim, variando de estilos e terminando com uma balada de Coimbra, pela voz de Adriano Correia de Oliveira, que me fez estremecer de emoção.

Fica aqui o trailer:

sábado, 11 de dezembro de 2010

Parabens, Manoel de Oliveira



Não vi muitos filmes dele. Não sou fã entusiástica do estilo de filmes que faz. ..mas à medida que os anos passam, cada vez admiro mais este Homem, este Portuense de gema, este Realizador que se tornou um ícone da 7ª Arte.

O que faz este Homem correr? O que lhe permite ainda sonhar? Ainda hoje disse que tem vários filmes planeados, como se o amanhã fosse eterno. É um exemplo para todos os que se acham cansados a meio do percurso ou os que já nasceram cansados e sem energia para mudar. PARABÉNS, MANOEL DE OLIVEIRA!



quarta-feira, 21 de julho de 2010

The Ghost Writer



Polanski sempre deu que falar.
Lembro-me do seu nome desde que me lembro de ir ao cinema. Por sinal o primeiro filme dele, que o meu ex- insistiu em ver - éramos intelectuais (!!!) nos nossos vinte anos - depois de uma breve discussão sobre se deveríamos ir ao "O Jardineiro" ou ao "O Beco" e fomos a este último de Polanski, decepcionou-me muitissimo, era " uma seca" como diríamos agora.
Monótono, sem enredo quase.

O filme que fui ver ontem com os meus tres filhos é o contrário.Um thriller com a técnica e atmosfera inglesas e um realizador europeu. Excelentes actores Ewan McGregor em destaque, muito low profile, uma paisagem lindíssima numa ilha, que é suposto ser Martha Vineyard, perto de Boston - onde estive no ano passado - mas que fica na costa alemã, na realidade. Um puzzle que só se deslinda no fim e sobre o qual não conto nada, pois iria ser uma spoiler e estragaria o prazer de quem não viu o filme.
O romance foi escrito por Robert Harris, que também auxiliou no argumento

Não estamos aqui perante nenhuma obra-prima, nem filme de culto, mas são duas horas muito bem passadas - não fossem as pipocas e os risinhos de pessoas que não sabem o que é cinema, nem silêncio. Custa-me verificar que hoje em dia, muitas pessoas não conseguem estar às escuras numa sala, sem conversar, dizer disparates ou comer. Mal empregadas sessões de cinema com tanto conforto e ambiente. Ainda por cima os meus cartões ZON e o Visa deram-me dois dos quatro bilhetes!!!

Uma soirée bem passada, que aconselho a todos os que gostam de bom cinema.