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sábado, 11 de fevereiro de 2012
Nostalgia
Hoje estive a retocar um quadro que fiz em 2008, já há quatro anos. Conservei-o comigo porque é dos quadros que mais amo, foi dos primeiros que fiz em acrílico, inspirado numa fotografia duma revista de arte.
O meu professor Nikola, de saudosa memória, ajudou-me a executar os reflexos, mas não pintou nada, só me aconselhou qual a melhor maneira de obter este resultado.
O quadro foi escolhido como " cabeça de cartaz" da Exposição Seasons come, seasons go, que teve lugar em Lisboa, por iniciativa do meu irmão, no ESCA, local onde os meus irmãos tinham os seus consultórios de pediatria.
Durante dois meses os meus quadros "enfeitaram" o local e como eram todos figurativos, respirava-se a Natureza ao olhar para os corredores estreitos e sala de espera.
Foi a minha primeira exposição, guardo dela uma óptima recordação.
Fica aqui o quadro e um dos poemas que, na altura, foram afixados como complemento das pinturas.
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner
domingo, 25 de dezembro de 2011
Dia de Natal
Há uns anos que o meu dia 25 é assim: calmo, sereno, passado em casa com o cheiro do cozido e das rabanadas da véspera, música já menos natalícia e mas sempre calma, filhos solteiros por aqui, lareira acesa, pinhas vermelhas e a crepitar...
Penso com nostalgia , mas também com alívio, nos dias de Natal de antigamente, quando depois da consoada com bacalhau na minha casa, saíamos de manhã pelas 11 do Porto, parávamos na Mealhada para almoçar - o leitãzinho era sagrado e o meu marido adorava aquela cerimónia - chegávamos a Lisboa pelas 4, dirigíamo-nos a casa da minha Mãe, onde ainda só estavam algumas pessoas da família. A minha Mãe e a minha Avó, que viveu até aos 94 anos, gostavam das minhas rabanadas e eu fazia uma calda para deitar por cima, pois já estavam um pouco secas. Bebíamos uma chazada. O chá do grande bule beige parecia diferente dos chás que se bebem por aí...ou então era a minha saudade da Índia, latente nos meus genes, que me fazia bebê-lo com mais prazer. Aos poucos, a casa ia-se enchendo de gente, manos e manas, sobrinhos, namorados por vezes, bébés pequeninos que eram arrancados ao sossego de repente e confrontados com os seus parentes barulhentos e a algazarra inerente, as prendas que enchiam metade da sala à volta do pinheiro enfeitado pelo meu irmão mais novo, os beijinhos, as conversas de ocasião, as roupas bonitas, os risos e os choros...
O jantar era lauto com iguarias trazidas por todos, nunca faltando a sopa de peixe da minha irmã e o caril de porco, assim como a tarte da Anke ( espécie de mars em bolo), que fazia as delícias dos primeiros que a conseguiam comer.
Depois tínhamos a cerimónia das prendas, que levava quase duas horas pois todos gostávamos de ver o que cada um recebia ou dava. Tornava-se uma pasmaceira um pouco ridícula e a pouco e pouco, fomos encurtando e simplificando a logística da troca.
Por vezes havia discursos, a minha Mãe fez o último em 2002, falecendo em Maio de 2003. Insistira para que a festa ainda fosse em sua casa e nós fizémos-lhe a vontade, talvez já com um pressentimento de que seria o último.
Não apreciava muito estar com a família toda reunida e havia sempre picardias, choros ou desentendimentos - como nos filmes de Woody Allen , nada do que parece é - sentia sempre grande desilusão, pois fora criando uma imagem da família diferente na minha imaginação... e a realidade e, sobretudo o meu afastamento, tinham-me marcado indelevelmente.
Depois de dois dias em Lisboa, estava ansiosa por voltar ao Porto, ao meu lar, ao sossego da minha família pequenina...a viagem de regresso era diabólica...mas
ainda tinha uns dias de férias e o Natal, felizmente, já era...
Penso com nostalgia , mas também com alívio, nos dias de Natal de antigamente, quando depois da consoada com bacalhau na minha casa, saíamos de manhã pelas 11 do Porto, parávamos na Mealhada para almoçar - o leitãzinho era sagrado e o meu marido adorava aquela cerimónia - chegávamos a Lisboa pelas 4, dirigíamo-nos a casa da minha Mãe, onde ainda só estavam algumas pessoas da família. A minha Mãe e a minha Avó, que viveu até aos 94 anos, gostavam das minhas rabanadas e eu fazia uma calda para deitar por cima, pois já estavam um pouco secas. Bebíamos uma chazada. O chá do grande bule beige parecia diferente dos chás que se bebem por aí...ou então era a minha saudade da Índia, latente nos meus genes, que me fazia bebê-lo com mais prazer. Aos poucos, a casa ia-se enchendo de gente, manos e manas, sobrinhos, namorados por vezes, bébés pequeninos que eram arrancados ao sossego de repente e confrontados com os seus parentes barulhentos e a algazarra inerente, as prendas que enchiam metade da sala à volta do pinheiro enfeitado pelo meu irmão mais novo, os beijinhos, as conversas de ocasião, as roupas bonitas, os risos e os choros...
O jantar era lauto com iguarias trazidas por todos, nunca faltando a sopa de peixe da minha irmã e o caril de porco, assim como a tarte da Anke ( espécie de mars em bolo), que fazia as delícias dos primeiros que a conseguiam comer.
Depois tínhamos a cerimónia das prendas, que levava quase duas horas pois todos gostávamos de ver o que cada um recebia ou dava. Tornava-se uma pasmaceira um pouco ridícula e a pouco e pouco, fomos encurtando e simplificando a logística da troca.
Por vezes havia discursos, a minha Mãe fez o último em 2002, falecendo em Maio de 2003. Insistira para que a festa ainda fosse em sua casa e nós fizémos-lhe a vontade, talvez já com um pressentimento de que seria o último.
Não apreciava muito estar com a família toda reunida e havia sempre picardias, choros ou desentendimentos - como nos filmes de Woody Allen , nada do que parece é - sentia sempre grande desilusão, pois fora criando uma imagem da família diferente na minha imaginação... e a realidade e, sobretudo o meu afastamento, tinham-me marcado indelevelmente.
Depois de dois dias em Lisboa, estava ansiosa por voltar ao Porto, ao meu lar, ao sossego da minha família pequenina...a viagem de regresso era diabólica...mas
ainda tinha uns dias de férias e o Natal, felizmente, já era...
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
E o mar....lá tão longe....
Foi a saudade, a nostalgia ou a ausência que me levaram hoje quase inconscientemente a pegar no pincel e nestas cores, azuis, verdes, amarelos, brancos, claros escuros, e a pintar
uma mancha que tanto pode ser o mar, como outra coisa qualquer....
uma mancha que tanto pode ser o mar, como outra coisa qualquer....
terça-feira, 12 de abril de 2011
Nostalgia

Fiz este quadro na última semana. É em madeira bem grossa e quase que se aguenta em pé sem moldura. Cobri-o de gesso , marcando algumas formas, não muito salientes; pintei-o de azul prussiano, que é uma boa base para outros tons tão belos quanto variados. Depois usei verde mar - comprado no chinês, onde têm tons diferentes dos tradicionais - e misturei com branco e água, muita água. Deixei que os azuis e verdes se misturassem livremente, sem grande interferência minha. Hoje apliquei um pouco de branco que deixei escorrer por cima do azul mais escuro, formado uns desenhos.
A madeira é interessante pois as cores ficam mais firmes e a textura magnífica.
Gosto dele assim, ainda sem verniz. Tem um não sei quê de onírico, transporta-me para o tal sonho que é tela , cor e pincel, de que falava a Regina na minha expo, citando Gedeão. Chamei-lhe Nostalgia porque tem sido o meu estado de alma nos últimos dias.
Fica aqui um excerto de Bach a acompanhar. Toca o famoso Glenn Gould com uma leveza que encanta.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
De novo só com a lareira
A minha filha partiu hoje para Leeds de madrugada e ainda sinto aquele nó na garganta, que dura uns dias até me habituar à ausência daquela presença discreta, sorridente, calma e prestável. Há anos que a minha filha é o meu braço direito aqui em casa, ela ajuda em tudo o que pode, vai buscar comida ao restaurante, tira a loiça da máquina, compra pão, arruma a cozinha, entusiasma-se com a música que eu oiço, gosta dos filmes que vemos juntas., faz compras no Chinês comigo....e aprecia todos os segundos que passamos junto ao mar.
Desta vez, foram poucos os momentos em que estivémos lá, pois ela teve de escrever um trabalho de 3000 palavras sobre a expressão oral em Inglês, que lhe levou algumas horas e mesmo dias. As semanas passaram a correr e só agora realizo que acabei por estar menos com ela do que quereria.Já tenho saudades...e apetecia-me voar até Leeds no próximo avião.
Acendi a lareira e oiço os MUSE, uma das bandas que ambas amamos. Gravei-lhe um CD para ela levar, já que lá não tem Ipod.
Aproveitei o fim da tarde para desmanchar o presépio...foi tudo para a lareira, excepto as figurinhas e algumas pinhas que no ano passado o meu neto pintou de prateado com tinta acrilica.
A árvore de Natal também já só tem as luzes e vão-me fazer falta estas luzinhas a tremelicar, companhia dos momentos de insónia e passeios nocturnos pela sala.
O Natal acabou hoje...de vez. Sinto uma nostalgia enorme e um desejo de que para o ano seja tudo ainda melhor.
Deixo aqui uma música linda chamada Blackout ( é o que sinto neste momento) dos MUSE.
Don't kid yourself
And don't fool yourself.
This love's too good to last,
And I'm too old to change.
Don't grow up too fast
And don't embrace the past.
This life's too good to last,
And I'm too young to care.
(Interlude)
Don't kid yourself
And don't fool yourself.
This life could be the last
And you're too young to see.
Woah...

Acendi a lareira e oiço os MUSE, uma das bandas que ambas amamos. Gravei-lhe um CD para ela levar, já que lá não tem Ipod.
Aproveitei o fim da tarde para desmanchar o presépio...foi tudo para a lareira, excepto as figurinhas e algumas pinhas que no ano passado o meu neto pintou de prateado com tinta acrilica.
A árvore de Natal também já só tem as luzes e vão-me fazer falta estas luzinhas a tremelicar, companhia dos momentos de insónia e passeios nocturnos pela sala.
O Natal acabou hoje...de vez. Sinto uma nostalgia enorme e um desejo de que para o ano seja tudo ainda melhor.
Deixo aqui uma música linda chamada Blackout ( é o que sinto neste momento) dos MUSE.
Don't kid yourself
And don't fool yourself.
This love's too good to last,
And I'm too old to change.
Don't grow up too fast
And don't embrace the past.
This life's too good to last,
And I'm too young to care.
(Interlude)
Don't kid yourself
And don't fool yourself.
This life could be the last
And you're too young to see.
Woah...
sexta-feira, 5 de março de 2010
A pensar em Van Gogh
Sou uma privilegiada...estou sentada à lareira num maple de chintze a imitar os velhos sofás ingleses. Mandei-o fazer especialmente para refúgio da minha filha que detesta TV e gosta de ter um cantinho onde possa desligar do real , ler ou ouvir música....hoje sou eu a usufruir deste maravilhoso poiso. O fogo está já menos forte, com aquele tom de brasa, tão quente e atraente que quase não conseguimos desfitá-lo. A casa já estava quente, mas não dispenso esta visão.
Tenho muita música no meu I'Tunes e posso ouvir enquanto medito, recordo, nostalgio ( existe o verbo?) e contemplo as achas a extinguir-se lentamente.
Hoje vieram-me à ideia as telas de Van Gogh, vi-as no Museu de Amsterdam com o meu futuro ex- e ele, que sabia tudo, explicou-me imensa coisa sobre o pintor que eu ignorava. Foi o local onde há mais de quarenta anos começámos a namorar- Amsterdam. éramos tão novos! Van Gogh estará sempre ligado a meu ex-. Para "sofrer" um pouco mais, oiço o Don McLean a cantar uma canção maravilhosa em homenagem ao grande pintor.
Vai aqui com a letra. Deleitem-se com as pinturas e com a melodia feita à medida.
Starry, starry night.
Paint your palette blue and grey,
Look out on a summer's day,
With eyes that know the darkness in my soul.
Shadows on the hills,
Sketch the trees and the daffodils,
Catch the breeze and the winter chills,
In colors on the snowy linen land.
Now I understand what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they did not know how.
Perhaps they'll listen now.
Starry, starry night.
Flaming flowers that brightly blaze,
Swirling clouds in violet haze,
Reflect in Vincent's eyes of china blue.
Colors changing hue, morning field of amber grain,
Weathered faces lined in pain,
Are soothed beneath the artist's loving hand.
Now I understand what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they did not know how.
Perhaps they'll listen now.
For they could not love you,
But still your love was true.
And when no hope was left in sight
On that starry, starry night,
You took your life, as lovers often do.
But I could have told you, Vincent,
This world was never meant for one
As beautiful as you.
Starry, starry night.
Portraits hung in empty halls,
Frameless head on nameless walls,
With eyes that watch the world and can't forget.
Like the strangers that you've met,
The ragged men in the ragged clothes,
The silver thorn of bloody rose,
Lie crushed and broken on the virgin snow.
Now I think I know what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they're not listening still.
Perhaps they never will...
Há quanto tempo não vejo uma starry night? Desde Setembro....estrelas ??? Que saudades das noites de verão....há meses que chove demais!
Mas continuo a achar que sou uma privilegiada...
Tenho muita música no meu I'Tunes e posso ouvir enquanto medito, recordo, nostalgio ( existe o verbo?) e contemplo as achas a extinguir-se lentamente.
Hoje vieram-me à ideia as telas de Van Gogh, vi-as no Museu de Amsterdam com o meu futuro ex- e ele, que sabia tudo, explicou-me imensa coisa sobre o pintor que eu ignorava. Foi o local onde há mais de quarenta anos começámos a namorar- Amsterdam. éramos tão novos! Van Gogh estará sempre ligado a meu ex-. Para "sofrer" um pouco mais, oiço o Don McLean a cantar uma canção maravilhosa em homenagem ao grande pintor.
Vai aqui com a letra. Deleitem-se com as pinturas e com a melodia feita à medida.
Starry, starry night.
Paint your palette blue and grey,
Look out on a summer's day,
With eyes that know the darkness in my soul.
Shadows on the hills,
Sketch the trees and the daffodils,
Catch the breeze and the winter chills,
In colors on the snowy linen land.
Now I understand what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they did not know how.
Perhaps they'll listen now.
Starry, starry night.
Flaming flowers that brightly blaze,
Swirling clouds in violet haze,
Reflect in Vincent's eyes of china blue.
Colors changing hue, morning field of amber grain,
Weathered faces lined in pain,
Are soothed beneath the artist's loving hand.
Now I understand what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they did not know how.
Perhaps they'll listen now.
For they could not love you,
But still your love was true.
And when no hope was left in sight
On that starry, starry night,
You took your life, as lovers often do.
But I could have told you, Vincent,
This world was never meant for one
As beautiful as you.
Starry, starry night.
Portraits hung in empty halls,
Frameless head on nameless walls,
With eyes that watch the world and can't forget.
Like the strangers that you've met,
The ragged men in the ragged clothes,
The silver thorn of bloody rose,
Lie crushed and broken on the virgin snow.
Now I think I know what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they're not listening still.
Perhaps they never will...
Há quanto tempo não vejo uma starry night? Desde Setembro....estrelas ??? Que saudades das noites de verão....há meses que chove demais!
Mas continuo a achar que sou uma privilegiada...
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